Opinião: Pará, o novo Maranhão.
(Foto: blog da Mary)
A Perereca matutou, matutou e chegou à conclusão que os Jatene são a família mais talentosa que já existiu no estado do Pará.
Em primeiro lugar, o talento dos Jatene pra ajuntar dinheiro deve estar fazendo o finado Henry Ford se revirar no túmulo.
Sim, porque o finado Ford deve estar se torturando, a pensar: “mas por que é que eu não contratei um Jatene pra comandar Fordlândia?”
O exemplo mais impressionante é Eduardo Salles, sobrinho do governador Simão Jatene.
Eduardo, que até meados da década de 1990, vivia todo encalacrado, está hoje, simplesmente, milionário.
Só duas das fazendas dele devem valer uns 4 ou 5 milhões.
Só por um terreno em Ananindeua ele pagou, no ano passado, R$ 1 milhão.
E, até 2015, deve integralizar R$ 3 milhões em um empreendimento imobiliário em Castanhal.
E olhem que isso é apenas o que já se conseguiu comprovar acerca do patrimônio dele.
(Leia a reportagem “Sobrinho de Jatene enriquece a olhos vistos e comanda o nordeste do Pará: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/02/sobrinho-de-jatene-enriquece-olhos.html ).
Mas além da capacidade financeira de Eduardo Salles, ainda há a impressionante competência dos parentes do governador.
No primeiro Governo de Jatene, entre 2003 e 2006, eram mais de 20 os parentes do governador empregados no Executivo – e apenas no Executivo.
Ou seja, sem contar aqueles que ocupavam assessorias no Poder Judiciário e nas cortes de contas.
E agora, mesmo com o acirrado combate nacional ao nepotismo, eis que se descobre que pelo menos nove parentes de Jatene ocupam cargos comissionados na máquina pública – diz reportagem do jornalista Aguirre Talento, publicada, no último dia 3, pelo jornal Folha de São Paulo.
Segundo a matéria, há parentes de Jatene na Prefeitura de Belém, comandada pelo tucano Zenaldo Coutinho (leia a reportagem da Perereca “Zenaldo nomeia irmão, além de parentes de Jatene e de desembargador: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/01/um-comeco-preocupante-zenaldo-nomeia.html ).
Há parentes de Jatene, também, no Judiciário, no tribunal de Contas, no Senado Federal.
E isso é apenas o que a Folha de São Paulo conseguiu checar.
Por "mera coincidência" – e é óbvio que é mera coincidência, caro leitor – parentes de desembargadores são assessores especiais de Jatene.
E pelo menos dois desses desembargadores continuam a julgar processos que envolvem o Estado, apesar de recomendação do CNJ para que se abstenham de apreciar tais questões – revela, hoje (4), nova reportagem da Folha de São Paulo.
(Veja as reportagens da Perereca sobre os especialíssimos assessores do governador Simão Jatene. Aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/07/perereca-vai-pedir-ao-tse-o-afastamento.html E aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/07/o-blog-errou-filho-do-juiz-paulo.html).
Enquanto isso, até mesmo a Secretaria de Segurança Pública é assaltada em plena luz do dia, em pleno centro de Belém.
E um shopping center, também no centro de Belém, vive momentos de pânico, devido a uma troca de tiros, durante tentativa de assalto.
Mas os Jatene, com salários, na maioria, acima de R$ 10 mil por mês, num estado miserável como o Pará, vão muitíssimo bem...
De onde se conclui que Simão Jatene está para o Pará assim como José Sarney está para o Maranhão.
Enquanto os Jatene enriquecem, o Pará mais e mais empobrece.
Enquanto a filha de Jatene, Izabela, tenta se cacifar, através do Propaz, como a Roseana paraense, o Pará inteiro se transforma num autêntico pandemônio.
E o advogado Alberto Jatene, que virou um esfuziante empresário de bares e casas noturnas, ainda lamenta que, em decorrência da legislação antinepotismo, não possa também contribuir com a administração do papai governador...
Nem um ventinho de República sopra por estas bandas, onde as instituições estão todas amordaçadas, em troca de milionárias verbas de propaganda, cargos comissionados e sabe-se lá mais o quê.
Por isso, as fotos acima traduzem como bem poucas estes novos tempos do estado do Pará.
Simão Jatene é o Sarney do Pará.
Salve, salve o novo Maranhão.
FUUUIIIIIIIIII!!!!!!!!
......................
Leia as reportagens de Aguirre Talento na Folha de São Paulo.
Aqui: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1240107-para-da-cargos-a-parentes-de-desembargadores.shtml
E aqui: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1239832-jatene-tem-parentes-em-cargos-de-confianca.shtml
Ou abaixo:
“04/03/2013 - 05h00
Pará dá cargos a parentes de desembargadores
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
Parentes de desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará têm sido nomeados para cargos na "assessoria especial" do governo paraense, comandado pelo tucano Simão Jatene.
Além dos que ganharam o cargo no atual governo, há parentes de desembargadores que mantêm emprego na assessoria especial desde gestões anteriores.
Por causa disso, em fevereiro de 2012, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou a esses magistrados que não julgassem causas envolvendo o Estado.
Jatene tem parentes em cargos de confiança.
Também chegou a pedir, e, 2011, que o TJ-PA investigasse a questão. O tribunal respondeu não ter identificado nepotismo cruzado, e o procedimento foi arquivado.
A Folha revelou ontem que parentes do governador, de sua mulher e de sua ex-mulher ocupam cargos comissionados em órgãos do Pará.
O conselheiro do CNJ Silvio Rocha recomendou aos desembargadores "que se abstenham de julgar causas em que o Estado do Pará ou suas entidades sejam partes, com vistas a preservar a imparcialidade e a idoneidade da magistratura, enquanto os respectivos parentes ocuparem cargos comissionados na administração do Estado".
A Folha identificou cinco desembargadores nessa situação: Cláudio Montalvão das Neves (mulher nomeada em 2011), Constantino Guerreiro (duas filhas nomeadas em 2011), João Maroja (filha nomeada em gestão anterior), Rômulo Nunes (mulher nomeada em gestão anterior) e Ricardo Nunes (mulher nomeada em gestão anterior).
Ao menos dois deles continuam julgando casos ligados ao Estado porque dizem não ver problemas. Os assessores especiais estão formalmente ligados à Casa Civil, cúpula do governo, e podem atuar em qualquer área.
OUTRO LADO
O desembargador Cláudio Montalvão diz que, se não pode julgar contra o Estado por ter a mulher nomeada, os ministros dos tribunais superiores também não podem julgar contra a União porque são nomeados pela presidente. "Continuo julgando e até já julguei contra o Estado."
Maroja diz que sua filha foi indicada para o cargo por um colega desembargador e que não se vê impedido porque ela não trabalha diretamente com o governador.
Ricardo Nunes diz não ver problemas, pois não emprega nenhum parente do governador em seu gabinete.
O desembargador Rômulo Nunes disse, por meio de seu gabinete, que os procedimentos que investigavam irregularidades na nomeação de parentes foram arquivados pelo CNJ, pelo Ministério Público do Pará e pelo TJ-PA.
Constantino Guerreiro havia dito à Folha em 2011, quando a OAB do Pará fez uma denúncia sobre seu caso, que não há irregularidade na nomeação de suas filhas por terem recebido convite para trabalhar no Executivo, e não no Judiciário.
O governo do Pará diz que reduziu o número de assessores especiais e que o critério para a escolha é técnico”.
“03/03/2013 - 05h30
Jatene tem parentes em cargos de confiança
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), tem ao menos sete familiares, além da ex-mulher e da ex-cunhada, em cargos de confiança no Executivo, no Legislativo e no Judiciário do Estado.
Todos esses cargos são preenchidos sem concurso.
Nas folhas de pagamento há, por exemplo, filho, nora, genro e cunhada. Somados, os salários ultrapassam R$ 100 mil mensais.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, esses casos não se enquadram diretamente na súmula vinculante do STF (Supremo Tribunal Federal) que vetou o nepotismo na administração pública.
Isso porque um órgão fora do Executivo pode nomear parentes do governador, desde que ele não retribua dando, em troca, emprego a um parente do chefe daquele órgão, o que seria considerado nepotismo cruzado.
No Pará, essas nomeações acompanham o crescimento da hegemonia do PSDB local.
A lista de indicações aumentou com a recente eleição de Zenaldo Coutinho (PSDB) para a Prefeitura de Belém.
A ex-mulher Heliana Jatene assumiu o comando da Fumbel (Fundação Cultural de Belém), e a cunhada Rosa Cunha, a Companhia de Desenvolvimento da Área Metropolitana. Ambas com salário de R$ 15 mil.
FILHOS
Um dos indicados é o filho do governador, Alberto Jatene, que ganha R$ 14 mil como assessor jurídico do Ministério Público do Tribunal de Contas dos Municípios.
A procuradora-chefe do órgão, Elisabeth Massoud, é vizinha da família do governador em uma casa de praia.
Alberto, que ocupou cargos de confiança em outros órgãos, afirma que há um "extremo" na proibição de parentes. "O sobrenome virou uma chaga. Papai me diz: 'Beto, eu queria te ter aqui me assessorando, mas não dá'".
A nora do governador, Luciana Jatene, mulher de Alberto, é coordenadora do gabinete do desembargador Cláudio Montalvão das Neves, com salário de R$ 10 mil no Tribunal de Justiça do Pará.
Esse caso foi investigado pelo TJ porque a mulher do desembargador, Rosa das Neves, virou assessora especial do governo paraense em 2011. O procedimento foi arquivado após o TJ entender que não houve o nepotismo cruzado.
Outro caso parecido é o do sobrinho do governador, Simão Tomaz Jatene, assessor do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) desde maio de 2011. O filho do senador, Flexa Filho, se tornou assessor especial do governo em fevereiro de 2011.
Já a filha do governador, Izabela Jatene, coordena o principal programa do governo do Estado na área de segurança, o ProPaz. O cargo não é remunerado, mas permite que ela comande o programa e continue com o salário da Universidade Federal do Pará, da qual é professora.
OUTRO LADO
O governador do Pará, Simão Jatene, afirmou, via assessoria, que nenhum dos casos configura nepotismo ou nepotismo cruzado.
Segundo a assessoria, Alberto Jatene (filho), Luciana Jatene (nora) e Ricardo de Souza (genro) atuam em funções compatíveis com suas formações profissionais e trabalhavam nas repartições antes de Jatene assumir, em 2011.
No caso de Luciana, o governo afirma que o Conselho Nacional de Justiça concluiu que não há nepotismo cruzado "por não haver contemporaneidade nas nomeações".
A assessoria diz que Izabela Jatene foi requisitada pelo ProPaz "por seu grande conhecimento e experiência".
A UFPA (Universidade Federal do Pará) afirma que ela continua exercendo atividades na universidade.
O governo diz que André Cunha tem "vasta experiência, tendo inclusive trabalhado no Ministério da Justiça".
Cunha afirma que é policial militar de carreira, graduado em direito e que não é próximo da primeira-dama.
A Prefeitura de Belém diz que o parentesco de Heliana Jatene com o governador se extinguiu após o fim do casamento, em 2001, e que Rosa Cunha (irmã da primeira-dama) tem "ampla experiência" na área de gestão”.
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Postado por Ana Célia Pinheiro às 15:08
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