Petrobras vai manter investimentos, diz Graça Foster | Valor Econômico
Por Ivo Ribeiro | Valor
SÃO PAULO - A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta quinta-feira que a empresa, escolhida a melhor da categoria Petróleo e Gás pelo anuário “Valor 1000”, pretende investir US$ 236,5 bilhões até 2020 em um portfólio de “excelentes projetos”. “Somos uma companhia que pensa e se planeja em longo prazo.”
Segundo ela, a Petrobras está convicta da atratividade e sustentabilidade dos seus negócios nas próximas décadas e tem se preparado para isso. Ela informou ainda que a demanda pelos produtos e serviços da empresa “é sólida e crescente, especialmente pelo fato de que a Petrobras obtém quase que a totalidade de suas receitas no Brasil”, um país, na sua opinião, “com excelentes perspectivas econômicas, que cresce com inclusão social, demandando incremento no consumo de energia per capita acima dos países desenvolvidos”.
Graça Foster disse ainda que a queda dos juros promovida pelo governo favorece a companhia, pois reduz seu custo de capital, mas ponderou que “há de se considerar que essa redução, olhando-se somente a Petrobras, não é tão significativa porque temos amplo acesso aos mercados de capitais internacionais, onde o custo do financiamento é menor”. Ela afirmou que há, porém, um benefício indireto, “porque nossos fornecedores, especialmente as pequenas empresas que utilizam o mercado brasileiro para levantar recursos, se beneficiam, ficam mais eficientes e acabam nos oferecendo produtos a custos mais competitivos”.
A presidente da Petrobras afirmou ainda que o real desvalorizado em relação ao dólar traz impactos negativos sobre a dívida da companhia, que é majoritariamente dolarizada, e nos custos dolarizados. “Entretanto, no longo prazo, como nossos produtos são cotados em dólares [paridade internacional de preços], o fluxo de caixa operacional da companhia não fica prejudicado, e acaba funcionando como hedge natural contra as perdas sobre endividamento em moeda estrangeira”, explicou.
Graça Foster afirmou ainda que as medidas de estímulo adotadas pelo governo não promoveram benefícios diretos à empresa, mas sim indiretos, “no sentido de que esses estímulos induzem a uma maior demanda agregada, como consequência da manutenção do nível de renda e de emprego, o que, por sua vez, se traduz numa maior demanda por nossos produtos de forma geral”.
Ela explicou que “a população está utilizando mais automóvel, viajando mais de avião, a produção industrial consumindo mais diesel e gás natural, entre outros exemplos”. E disse que a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, com a consequente elevação das vendas de automóveis, trouxe maior demanda por gasolina, “que no momento está sendo atendida por importações”.
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