Inacreditavelmente, nesta semana, os ilustríssimos vereadores da cidade, não todos é claro, concederam ao Duciomar Costa a prerrogativa de "cuidar" do trânsito de Belém nos próximos cinco anos, com a criação da tal AMUB, coincidentemente o período em que, com a implantação do BRT, será revista toda a organização das concessões do transporte público da cidade.
Com essa jogada, não será o prefeito da cidade, quem quer seja ele, o responsável pela ordenação desses serviços públicos concedido à empresários, nem mesmo a Câmara terá a prerrogativa de aprovar qualquer ato do executivo sobre o assunto. Será sim, uma negociata entre empresários e o Sr. Duciomar Costa, através do seu assecla que será deixado na AMUB, quem determinará os rumos da cidade. Um poder absurdo e inexplicável.
Ademais, o ex prefeito também terá o enorme poder de mexer na vida de uma grande parcela da população, pois será dele também a capacidade de determinação do preço da passagem do ônibus em Belém. Imaginem só o que é isso, uma pessoa, que não é um gestor público, não deve explicações a ninguém, não sofre pressão popular, ter o poder de determinar o preço da tarifa do transporte urbano, num universo de uma negociação obscura entre os empresários do setor e um "reizinho", tudo as escondidas.
Por fim, e não menos importante, imaginem se o Duciomar Costa resolver infernizar a vida do seu sucessor e possível oponente, usando o trânsito como arma. Ele terá o poder de articular, ao seu bel prazer, operações que possam conduzir a "fábrica de multas", excesso de fiscalização, ampliação de frota de reboques, mudança nos trajetos e rotas de vias e por aí vai, ou seja, medidas antipáticas e que certamente deixariam a população com raiva do prefeito, já que poucos saberão se tratar de uma autarquia autônoma da prefeitura, mas aparelhada pelo Duciomar.
Uma vergonha.
Agora vejam a análise feita pela jornalista Franssinete em seu blog.
A CTBel virou Autarquia de Mobilidade Urbana de Belém (Amub), cujos diretores serão nomeados pelo prefeito Duciomar Costa para mandato de cinco anos, não podendo ser exonerados de jeito algum.
O Conselho Deliberativo da Amub também será escolhido pelo prefeito e a instância fiscalizadora do novo órgão será ... o próprio órgão.
A Amub terá independência financeira, não será submetida à subordinação hierárquica, seus diretores terão mandato fixo e serão inamovíveis. A Câmara Municipal poderá rejeitar até duas vezes os nomes indicados pelo alcaide para dirigir a Amub. Mas, diante de duas recusas, o prefeito ficará liberado para nomear a diretoria sem precisar consultar ninguém.
Entre as atribuições da Amub, estão: planejar, gerir, executar e avaliar o sistema de mobilidade urbana; implantar a política tarifária; dispor sobre itinerários, frequências e padrão de qualidade dos serviços. Ou seja, o setor de transporte público, inclusive utilização de empréstimos, preços de passagens e concessões de linhas ficarão nas mãos de Duciomar Costa por mais cinco anos, mesmo estando fora da Prefeitura. Será um feudo particular.
Vale lembrar que o relacionamento de Duciomar Costa com o transporte público é de longa data e bem íntimo. Em 2009 Duciomar perdoou uma dívida dos donos de empresas de ônibus que chegava a R$86 milhões. O perdão foi empurrado goela abaixo da população acompanhado por goles da cerveja tomada pelo quase ex-vereador Gervásio Morgado, na célebre sessão de 8 de outubro de 2009, que foi parar na capa do jornal Diário do Pará no dia seguinte, com fotos.
Na madrugada do dia 9 de outubro daquele ano, embalados por taças de gelada, os bravos edis ligados a Duciomar, com o auxílio valioso das estratégicas abstenções da bancada peemedebista (conforme a mesma notícia do Diário do Pará), decidiram que seu chefe, o prefeito, estava certíssimo e os empresários de ônibus – coitadinhos – não tinham nada que pagar o que deviam ao município. Aliás, nessa mesma madrugada, os empresários de ônibus foram presenteados pelo atual prefeito e seus vereadores com o direito de só pagar 2% de ISS. Os outros reles mortais continuam pagando 5%.
Resta torcer para que prospere a representação do vereador Carlos Augusto Barbosa (DEM) para que o Ministério Público, através da Promotoria de Direitos Constitucionais (leia-se promotor Nelson Medrado), verifique a constitucionalidade da lei de criação da Amub, levando em conta que não existe plano de mobilidade urbana em Belém e que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não prevê qualquer autarquia.
Quem votou sim:
Antonio Rocha (PMDB)
Antonio Vinagre (PMDB)
Gervásio Morgado (PR)
Henrique Soares (PMDB)
Luiz Pereira (PR)
Miguel Rodrigues (PRB)
Mario Correa (PR)
Nadir Neves (PTB)
Nehemias Valentim (PSDB)
Nonato Filgueiras (PSD)
Orlando Reis (PSD)
Paulo Queiroz (PSDB)
Pio Netto (PTB)
Raimundo Castro (PTB)
Raul Batista (PRB)
Tereza Coimbra (PTB)
Vanessa Vasconcelos (PMDB)
Walter Arbage (PTB)
Wanderlan Quaresma (PMDB)
Quem foi contra:
Adalberto Aguiar (PT)Augusto Pantoja (PPS)
Carlos Augusto (DEM)
Evaldo Rosa (PPS)
Fernando Dourado (PSD)
Marquinho (PT)
Milene Lauande (PT)
Otávio Pinheiro (PT)
Sahid Xerfan (PP)
Vandick Lima (PP)
Quem esteve ausente em todas as extraordinárias:
Abel Loureiro (DEM)Ademir Andrade (PSB)
Amaury Souza (PT)
Iran Moraes (PT)
José Scaff Filho (PMDB)
Rildo Pessoa (PDT)
*Os demais ausentes, assim registrados nas listas de votação, só ficaram fora do plenário ocasionalmente.
O Conselho Deliberativo da Amub também será escolhido pelo prefeito e a instância fiscalizadora do novo órgão será ... o próprio órgão.
A Amub terá independência financeira, não será submetida à subordinação hierárquica, seus diretores terão mandato fixo e serão inamovíveis. A Câmara Municipal poderá rejeitar até duas vezes os nomes indicados pelo alcaide para dirigir a Amub. Mas, diante de duas recusas, o prefeito ficará liberado para nomear a diretoria sem precisar consultar ninguém.
Entre as atribuições da Amub, estão: planejar, gerir, executar e avaliar o sistema de mobilidade urbana; implantar a política tarifária; dispor sobre itinerários, frequências e padrão de qualidade dos serviços. Ou seja, o setor de transporte público, inclusive utilização de empréstimos, preços de passagens e concessões de linhas ficarão nas mãos de Duciomar Costa por mais cinco anos, mesmo estando fora da Prefeitura. Será um feudo particular.
Vale lembrar que o relacionamento de Duciomar Costa com o transporte público é de longa data e bem íntimo. Em 2009 Duciomar perdoou uma dívida dos donos de empresas de ônibus que chegava a R$86 milhões. O perdão foi empurrado goela abaixo da população acompanhado por goles da cerveja tomada pelo quase ex-vereador Gervásio Morgado, na célebre sessão de 8 de outubro de 2009, que foi parar na capa do jornal Diário do Pará no dia seguinte, com fotos.
Na madrugada do dia 9 de outubro daquele ano, embalados por taças de gelada, os bravos edis ligados a Duciomar, com o auxílio valioso das estratégicas abstenções da bancada peemedebista (conforme a mesma notícia do Diário do Pará), decidiram que seu chefe, o prefeito, estava certíssimo e os empresários de ônibus – coitadinhos – não tinham nada que pagar o que deviam ao município. Aliás, nessa mesma madrugada, os empresários de ônibus foram presenteados pelo atual prefeito e seus vereadores com o direito de só pagar 2% de ISS. Os outros reles mortais continuam pagando 5%.
Resta torcer para que prospere a representação do vereador Carlos Augusto Barbosa (DEM) para que o Ministério Público, através da Promotoria de Direitos Constitucionais (leia-se promotor Nelson Medrado), verifique a constitucionalidade da lei de criação da Amub, levando em conta que não existe plano de mobilidade urbana em Belém e que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não prevê qualquer autarquia.
Quem votou sim:
Antonio Rocha (PMDB)
Antonio Vinagre (PMDB)
Gervásio Morgado (PR)
Henrique Soares (PMDB)
Luiz Pereira (PR)
Miguel Rodrigues (PRB)
Mario Correa (PR)
Nadir Neves (PTB)
Nehemias Valentim (PSDB)
Nonato Filgueiras (PSD)
Orlando Reis (PSD)
Paulo Queiroz (PSDB)
Pio Netto (PTB)
Raimundo Castro (PTB)
Raul Batista (PRB)
Tereza Coimbra (PTB)
Vanessa Vasconcelos (PMDB)
Walter Arbage (PTB)
Wanderlan Quaresma (PMDB)
Quem foi contra:
Adalberto Aguiar (PT)Augusto Pantoja (PPS)
Carlos Augusto (DEM)
Evaldo Rosa (PPS)
Fernando Dourado (PSD)
Marquinho (PT)
Milene Lauande (PT)
Otávio Pinheiro (PT)
Sahid Xerfan (PP)
Vandick Lima (PP)
Quem esteve ausente em todas as extraordinárias:
Abel Loureiro (DEM)Ademir Andrade (PSB)
Amaury Souza (PT)
Iran Moraes (PT)
José Scaff Filho (PMDB)
Rildo Pessoa (PDT)
*Os demais ausentes, assim registrados nas listas de votação, só ficaram fora do plenário ocasionalmente.
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