BLOG DO VICENTE CIDADE

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Novos Estados de Carajás e Tapajós devem gerar rombo anual de R$ 2 bilhões à União

Novos Estados de Carajás e Tapajós devem gerar rombo anual de R$ 2 bilhões à União

Debate sobre a divisão do Pará deve considerar custos para o país, diz pesquisador.Amanda Polato e Marina Novaes, do R7.
Publicidade..A divisão do Pará em três partes pode custar caro aos contribuintes de outras regiões do país. De acordo com o pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Rogério Boueri, a manutenção de Carajás e Tapajós causaria um saldo negativo anual de cerca de R$ 2 bilhões à União, caso seja aprovada a proposta de criação dos dois novos Estados.
Até o final do ano, a população do Pará deve decidir, em plebiscito, se quer ou não desmembrar o Estado – o segundo maior do Brasil em território. Entretanto, o economista do instituto, responsável por um estudo sobre os custos das unidades federativas brasileiras, observa que alguns detalhes foram “esquecidos” pelos defensores das propostas.
- Esse valor, de R$ 2 bilhões, é o déficit [quando a diferença entre as receitas e as despesas gera um saldo negativo] desses dois novos Estados, sem contar os custos com a construção das novas estruturas de governo, do Legislativo e do Judiciário. E quem vai ficar com a dívida do Pará? E como será dividida a receita? São pontos que precisam ser levados em conta.
Boueri destaca ainda que, no Pará, os gastos com a máquina pública equivalem a 16% do PIB do Estado (Produto Interno Bruto, que é a soma das riquezas produzidas no local) – percentual acima da média dos outros Estados, que é de 12,5%. Em Tapajós e Carajás, a proporção seria ainda maior: respectivamente de 51% e 23% dos PIBs estaduais.
- Isso não quer dizer que Tapajós vá gastar metade do que arrecada com o governo, mas mostra que não tem como o Estado ser autossuficiente.

Dependência
O geógrafo Gilberto Rocha, da UFPA (Universidade Federal do Pará), lembra que o Tocantins (emancipado de Goiás em 1988) precisou ser sustentado pelo governo federal por dez anos.
- A União mantinha o Tocantins por dez anos. Na nova divisão, a União não vai manter os Estados por dez anos. Isso quer dizer que vamos ter que dividir os recursos dos Estados e aí, se questiona: será que isso realmente poderá trazer benefícios ou se não vamos estar diante da criação de novos Estados sem a condição verdadeira de autossustentação?
Além de Tapajós e Carajás, tramitam no Congresso outras propostas para criar mais sete Estados e quatro territórios, fazendo com que o mapa do Brasil passe a ser dividido em 33 Estados e quatro territórios, além do Distrito Federal. Caso aprovadas, o Orçamento federal ficaria ainda mais comprometido, como explica Boueri.
- A criação de um Estado novo aumenta o custo governamental no Brasil, em geral, em R$ 995 milhões por ano. Aparece uma conta de quase R$ 1 bilhão por ano a cada Estado criado, e alguém vai ter de pagar.
Contrapondo todos esses gastos está o argumento de que, um governo menos irá melhor os serviços prestados à população, como defende o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), um dos principais articuladores para criação de Carajás. O parlamentar também rebate a tese de que a União terá de sustentar os novos Estados por uma década.
- Essa informação é equivocada. O Tocantins recebeu da União R$ 500 milhões, de repasse voluntário, cinco anos depois de criado, sendo R$ 100 milhões por ano.
O especialista da UFPA admite que a divisão pode trazer benefícios para os municípios, mas defende mais discussões e pesquisas que comprovem a tese.
- Uma grande audiência pública e comissões permanentes deveriam ser estabelecidas, visitar os Estados, dialogar, tornar a coisa mais visível e não algo que se crie imediatamente para que a população diga sim ou não, sem saber o que é, motivada pela emoção.
Caso a proposta de dividir o Pará seja aprovada, o Estado do Tapajós terá 27 municípios e corresponderá a 58% do atual território paraense, na região oeste. Já o Estado do Carajás terá 39 municípios e ocupará uma área equivalente a 25% das regiões sul e sudeste do território. O novo Pará, por sua vez, ficará com outras 77 cidades para administrar.

2 comentários:

  1. Com a criação de dois novos estados (Tapajós e Carajás) teremos adicionalmente:
    2 Governadores;
    6 Senadores;
    16 (aproximadamente) Deputados Federais;
    2 Câmaras de Estaduais, com toda a sua estrutura e aproximadamente 60 Deputados Estaduais;
    2 Tribunais de Contas do Estado, com todo o seu aparato;
    2 Tribunais de Contas dos Municípios, com todo o aparato;
    2 Tribunais Eleitorais, com todo o aparato necessário;
    30 Secretarias de Estado, no mínimo, com toda a estrutura necessária;
    Vários órgãos outros que se replicariam, à semelhança do que hoje existe na capital (JUCEPA, IBAMA, INSS, etc.)
    Vale destaqcar que a nova burocracia a ser criada, provavelmente, em razão da urgência, deverá ser estabelecidada na base do compadrio dessa nova eleite, em detrimento a concursos públicos.
    Com isto há que se ter verbas para o custeio dessa nova estrutura e também investimentos para a realização de toda a infra-estrutura necessária para abrigar esses órgãos. Vai ser um grande festival para políticos, juízes, etc. Nova oportunidade de ganhos para as elites locais bem posicionadas e perdas para a sociedade em geral, brasileira e paraense, que vai ter que sustentar os investimentos e custeios desses dois estados até que se estabilizem e isto dura, provavelmente mais de uma década. Esses investimentos, desde que acordados, poderiam ser alocados em obras e serviços em benefício
    da sociedade, em detrimento da construção de uma nova burocracia. AFP

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  2. os contras a divisão tão proucupado com o gasto e não com a população todos estados que foram divididos tiveram gasto e porque não o para vote sim.sim.sim por favor

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