Mais uma vez o governador Jatene confunde centralidade com centralismo, a tal ponto, que chaga mesmo a ser entendido como “privatismo”. A proposta de criar os tais super gestores transforma a gestão pública num ambiente muito restrito, uma espécie de petit comité, um clube fechado, onde as decisões são tomadas de forma muito reservada, o quê, em geral, contraria a tendência de democratização da gestão pública.
O mais interessante dessa farsa é sua institucionalização, ou seja, a própria Assembléia Legislativa do estado deverá aprovar esse descalabro sobre a alcunha de Reforma Administrativa. Se confirmado os nomes mencionados pelo Diário, e não precisa ser gênio para apontá-los, a tal “reforma” institui verdadeiramente o “Núcleo Duro” do PSDB. Tudo numa boa, sob olhares e aplausos de todos.
Vivendo em Marte
Enquanto Simão Jatene, Zenaldo Coutinho, Sérgio Leão, Nilson Pinto, Teresa Cativo e Sidney Rosa instituem a “republiqueta tucana” no governo do Pará, fica cada vez mais evidente que o Estado está sendo tomado de assalto por essa gente.
O contraditório é que, ao mesmo tempo em que estão se apropriando do Estado, essa turma perece que está alheia aos fatos, parece ignorar que daqui a seis meses esse mesmo estado que eles estão tomando de assalto poderá ser divido para criar mais duas turmas igual a deles.
Que governo estaria preocupado em criar uma estrutura centralizadora em meio a um processo de divisão do estado? Só mesmo quem não está nem um pouco preocupa com isso, deve ser por essa razão que o governador Jatene está calado, se escondendo do debate e permitindo que gente próxima a ele trabalhe abertamente pela divisão do estado.
Proposta sem noção
Em que pese os erros políticos da proposta do governo, mais uma vez Jatene trás de volta um erro estratégico de visão de gestão, entendendo integração regional como infra estrutura, só que agora pior do que antes, pois, em seu primeiro governo Jatene criou a Secretaria Especial de Integração Regional para “coordenar” as demais secretarias de infra estrutura, nesta nova proposta a idéia é criar uma Secretaria Especial de Infra Estrutura, que inclusive engloba a Secretaria de Integração Regional, que agora será unificada coma SEDURB.
A pergunta que fica é a seguinte: Como uma secretaria de articulação política pode ser considerada de infra estrutura? É simples, os tucanos sempre governaram com a lógica da “Agenda Mínima”, ou seja, não há um projeto de desenvolvimento estabelecido para o estado, há sim um plano de obras definido que, na avaliação deles, pode reconduzi-los ao governo.
Política de integração não é fazer obra. Integração se faz com desenvolvimento econômico, com inclusão social e pertencimento.
De camarilha em camarilha o povo do Pará vai se ferrando.
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