BLOG DO VICENTE CIDADE

Este blog tem como objetivo falar sobre assuntos do cotidiano, como política, economia, comportamento, curiosidades, coisas do nosso dia-a-dia, sem grandes preocupações com a informação em si, mas na verdade apenas de expressar uma opinião sobre fatos que possam despertar meu interesse.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sobre a violência no campo. A culpa não é de quem morre, mas de quem mata !!

Que a violência pode, em parte, ser explicada pela impunidade, isso não é novidade para ninguém. Assim como também não o é, que a sensação de proximidade do poder a estimule mais ainda.


Digo isso porque tenho defendido aqui no blog que a recente onda de explosão da violência no campo que vem ocorrendo no estado do Pará contra trabalhadores rurais é fruto da recondução ao governo de pessoas ligadas aos setores mandantes desses crimes covardes.

Para que fique bem claro, não estou afirmando que o governo tem algo haver com os assassinatos, estou dizendo que existe pessoas desses setores que compõe o governo e que portanto tendem a enxergar de forma diferenciada esse processo.

O próprio governador Jatene vem afirmando tratar-se de uma condição histórica inerente ao processo de ocupação da Amazônia, o que todo não está errado, mas que não justifica em hipótese alguma a inoperância do estado nestas questões. É essa posição do governador de “justificar” e não de enfrentamento, que faz com que outros integrantes do seu governo vejam as coisas com maior leniência.

Esse fato fica bem claro quando se lê hoje na coluna Repórter Diário, panfleto de aluguel do governo, que o problema da violência nos assentamentos rurais é culpa do Governo Federal. Ou seja, está lá, implicitamente, a idéia de que a culpa da violência é também de quem cria os assentamentos, colocando esses trabalhadores no caminho dos interesses mórbidos de grileiros e madeireiros.

Em outras palavras, o pensamento do governo tucano, expresso através de seu aliado midiático, é que a culpa da violência no campo e dessas execuções tem de ser divida entre quem mata e quem morre.

Isso é ou não é um estímulo ??

É isso. Cada um vê do seu que melhor lhe convier.

Fico por aqui e deixo pra vocês um sucinto, porém belo poema:

DA MINHA ALDEIA vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.

Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos".

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