A confirmação da realização do plebiscito sobre a divisão do Pará trás à tona a necessidade de finalmente discutirmos profundamente a questão do desenvolvimento do estado, não só sobre os seus aspectos de futuro, mas, substancialmente sobre aspectos da formação histórica dessa elite que hoje reivindica a criação de novos estados.
Durante muitos anos esse sentimento foi se enraizando nos territórios separatistas sem que ninguém os levasse verdadeiramente a sério. Aqui na capital políticos ignoravam a possibilidade desse movimento crescer e se escondiam atrás do discurso fácil de que o povo decidiria sua sorte.
Só que agora não há mais como se esquivar do debate, a realização do plebiscito é um fato.
Ocorre porém, como já mencionei na postagem Debate Aberto Sobre a Divisão do Pará: A derrota é Eminente, que esse debate não será tão simples assim, isso porque debater uma questão tão importante como essa em meio a um ambiente eleitoral de fartas acusações e conjecturas exigirá muito dos nossos políticos, que na verdade serão os rostos desse processo.
Esse aliais é mais um elemento controvertido desse imbróglio, posto que as regiões separatistas, de forma extremamente ante democrática, chantageiam os políticos de posição contrária a divisão com a perda de apoio político, a ponto inclusive de deixar o próprio governador do estado com medo, optando covardemente pelo silêncio.
Na minha avaliação estamos diante de um momento ímpar na história do Pará, isso porque o resultado desse plebiscito mudará radicalmente a perspectiva de um novo modelo de desenvolvimento para estado. Se ganhar o SIM, estaremos diante do surgimento de três novos estados com grandes dificuldades de sustentação econômica, sem capacidade para dar as respostas que a sociedade exigirá.
Por outro lado, se o NÃO for vitorioso, o Pará que surgirá pós-plebiscito será um estado divido na prática, o que forçará os futuros governos a reverem suas atuações políticas centralizadas na região metropolitana de Belém, posto que ela, como provavelmente ficará claro no plebiscito, é a principal responsável pela determinação dos resultados eleitorais. Se o NÃO ganhar e o Pará continuar unido, isso por si só não resolverá o (sentimento de) abandono das regiões separatistas.
A seguir, nesta série de debates, as duas próximas postagens vou conjecturar sobre as consequências da vitória de cada posição.
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