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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

País deve ter novas medidas para investimentos, diz Mantega

Dados do PIB mostraram 5º trimestre seguido de queda no investimento. Ministro reconheceu que resultado do PIB veio aquém do esperado.




Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (30) que o governo deve anunciar, possivelmente na próxima semana, novas medidas para aumentar o financiamento para investimentos no país.
“Continuaremos tomando medidas. Deveremos ter novidade na semana que vem, principalmente no âmbito no financiamento para investimento”, disse. “Vamos manter um volume elevado de financiamentos para investimento com taxas de juros reduzidas, seguindo a trajetória atual”, acrescentou, sem dar mais detalhes.
Segundo os dados do IBGE, a formação bruta de capital fixo (taxa de investimento na produção) teve seu quinto trimestre consecutivo de queda, com baixa de 2% – a maior queda desde janeiro a março de 2009, quando ficara em -11,7%, em decorrência da crise financeira internacional. No ano, o investimento acumula queda de 3,9%.
Críticas
Mantega rebateu as críticas de que o atual modelo de estímulos à economia já teria se esgotado e se demonstrado insuficiente para garantir a retomada do crescimento do país. “Achar que reduzir a taxa [de juros] para esse patamar é uma medida paliativa, é uma piada. Isto é uma medida estrutural”, afirmou, destacando que redução de tributos via desoneração da folha de pagamentos também é uma mudança estrutural.
"A economia está de fato acelerando e no próximo ano teremos mais desoneração da folha de pagamentos e a redução das tarifas de energia", destacou. O ministro afirmou, entretanto, que algumas das medidas de estímulo "demoram um pouco para surtir efeito".
"A redução da taxa de juros não surte efeito imediato e isso tem sido retardado pela crise internacional que causa uma expectativa negativa na economia internacional", disse. "Nós vemos que o primeiro efeito da taxa de juros foi diminuir a intermediação financeira, mas certamente isto dará um grande estímulo á economia, porque o custo financeiro, o custo do capital, do investimento, do consumo está caindo", destacou.
"Mesmo a desvalorização do câmbio também demora um pouco para surtir efeito, porque alguns exportadores já tinham feito a venda no mercado futuro, com outro câmbio. Portanto, a economia brasileira está se adptando a essa nova situação muito mais estimulante para a produção", completou.
Segundo Mantega, a redução do spread abre possibilidade que o consumidor brasileiro possa ter maior poder de consumo, o que garantirá um ritmo melhor de crescimento da economia nos próximos trimestres.
'Surpresa'
Falando sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre – divulgado mais cedo pelo IBGE, e que mostrou uma alta de 0,6%, abaixo das expectativas –, Mantega se disse surpreso com o desempenho do setor de serviços, que ficou estagnado.
"A surpresa foi com o desempenho do setor de serviços, que representa mais de 60% do PIB", disse.
O ministro reconheceu que o resultado não veio dentro do esperado, mas avaliou que a economia continua em trajetória de crescimento, o que garantirá um resultado melhor no 4º trimestre.
"Não foi tão alto como esperávamos e como todo mundo esperava", afirmou, lembrando que nenhuma das principais análises do mercado esperava um PIB menor que 1%. “Temos aqui [no Brasil] 40 institutos, digamos 40 consultorias que fazem essa análise, e ninguém acertou. Acho que todo mundo se descuidou do setor de serviços”, afirmou o ministro.
PIB brasileiro - variação trimestral (Foto: Editoria de Arte/G1)
"Não foi o que todos esperávamos, mas já foi melhor [que o trimestre anterior]", disse, reafirmando que o governo mantém a previsão de crescimento em torno de 4% em 2013.
Questionado se tinha ficado satisfeito com o resultado do PIB, o ministro se esquivou, preferindo dizer que está satisfeito com a reação da economia brasileira.
“Claro que eu ficaria mais satisfeito se tivéssemos atingido essas previsões que todos fizeram”, disse. "Estou satisfeito com a reação da economia brasileira. Esse resultado não mostra toda a reação, porque isso foi apenas o terceiro trimestre... Estou satisfeito com a melhoria da confiança dos empresários de todos os setores", disse, acrescentando ainda estar satisfeito com o aumento do consumo de cimento, de papelão ondulado, caminhões e veículos.

“É claro que esse resultado poderia ter sido melhor. Mas temos que olhar para o que está acontecendo hoje na economia brasileira, que é um movimento difuso, de recuperação de todos os setores", afirmou.
Setores
Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,0983 trilhão. Frente ao terceiro trimestre de 2011, o PIB mostrou expansão de 0,9%.
Entre os setores do PIB, o maior crescimento foi registrado pela agropecuária, com alta de 2,5% na comparação com o período de abril a junho – menor, no entanto, que a alta de 6,8% vista no trimestre anterior.
PIB brasileiro - por setores (Foto: Editoria de Arte/G1)
Na indústria houve aumento de 1,1% – a maior expansão desde o segundo trimestre de 2010, quando a alta fora de 2,1% –, puxado pela indústria de transformação, que se expandiu em 1,5%, e pela construção civil (0,3%). As demais atividades caíram: extrativa mineral (-0,4%) e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-0,5%).
Os serviços, por sua vez, registraram taxa de variação nula, no pior resultado em quatro trimestres. Houve alta nos serviços de informação (0,5%), comércio (0,4%), atividades imobiliárias e aluguel (0,4%) e outros serviços (0,3%). Administração, saúde e educação pública (0,1%) e transporte, armazenagem e correio (-0,1%) ficaram estáveis.

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