José Rainha diz que Dirceu pode ser morto na prisão | Brasil 24/7
Líder sem-terra diz que prender o ex-ministro José Dirceu em cadeia comum equivale a sentença de morte: "Dentro do presídio quem manda é o crime e ele, por tudo o que representa, vai ser um alvo fácil". Ele promete mobilização contra a prisão
16 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 18:01
247 - "Dentro do presídio quem manda é o crime e ele, por tudo o que representa, vai ser um alvo fácil", disse ao Estado de S.Paulo o líder sem-terra José Rainha Júnior ao comentar a futura prisão do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, condenado no julgamento da Ação Penal 470 a 10 anos e 10 meses de cadeia -- dos quais deve cumprir 1 ano e 9 meses em regime fechado.
Rainha, que foi banido do Movimento dos Sem-Terra (MST) em 2007 e, em seguida, formou o MST da Base, diz que prender Dirceu numa cadeia comum, como sugere o relator do processo, Joaquim Barbosa, equivale a condenar o ex-ministro à pena de morte. "O Zé (Dirceu) é um lutador que sobreviveu à ditadura militar, mas no nosso sistema carcerário, ele vai virar um troféu", analisa o líder sem-terra. "Conheço como funciona o sistema e vai ser muito difícil ele sair com vida", completou.
José Rainha fala com a propriedade de quem permaneceu nove meses na prisão. Ele foi preso em junho do ano passado, durante a Operação Desfalque da Polícia Federal, que investigava desvio de recursos da reforma agrária. Como já havia sido detido antes por crimes ligados à invasão de fazendas, passou por celas de cadeias e de penitenciárias estaduais.
Quando ele estava na Penitenciária de Presidente Venceslau, a família do líder sem-terra recebeu uma carta revelando um plano para assassiná-lo. Na época, o líder sem-terra foi transferido e incluído na lista de lideranças rurais ameaçadas de morte elaborada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). "Lá dentro não há qualquer garantia de segurança, você se vê sendo morto a qualquer momento", disse. Amigo de Dirceu há 30 anos, Rainha disse que está preparando uma mobilização contra a sua prisão. "Foi um julgamento injusto e o povo tem que ir para a rua", diz.
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