STF prepara nova supresa: o perdão a Jefferson | Brasil 24/7
Tese foi lançada por Veja, encampada por Reinaldo Azevedo, Folha e, agora, Dora Kramer. A dificuldade é encontrar um caminho legal para livrar o ex-presidente do PTB da prisão, sem que ele tenha feito formalmente uma delação premiada. Detalhe: ele recebeu R$ 4 milhões do esquema e só falou porque queria mais
16 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 06:47
247 - O julgamento da Ação Penal 470 ainda não terminou, mas o Supremo Tribunal Federal guarda uma surpresa para o fim: o perdão a Roberto Jefferson, ex-presidente do PTB, com a drástica redução das suas penas. Embora ele não tenha feito uma delação premiada, os ministros tendem a considerá-lo um "réu colaborador", cuja participação teria sido decisiva para a elucidação do esquema.
Rememorando a história. Em maio de 2005, Veja publicou uma capa sobre corrupção nos Correios, um feudo até então dominado pelo PTB, de Roberto Jefferson. No fim de semana seguinte, Época publicou outra capa contra o personagem. Sentindo-se ameaçado, Jefferson decidiu falar. Concedeu duas entrevistas à Folha. Na primeira, disse que o PT pagava mesada de R$ 30 mil a deputados (o "mensalão") e, na segunda, que o esquema era operado por Marcos Valério.
Hoje, sabe-se que Jefferson recebeu R$ 4 milhões (disse que o só o PTB fez caixa dois enquanto outros partidos, segundo ele, aderiram ao mensalão) e exigia o cumprimento de um acordo de R$ 20 milhões. Ou seja: falou porque queria mais. Em entrevistas recentes, também tratou a palavra mensalão como mera "figura retórica", até porque os pagamentos regulares jamais foram provados.
Apesar do seu histórico, que o aproxima da figura do chantagista, Jefferson deverá ser perdoado, com apoio dos meios de comunicação e de vários ministros do STF. A tese foi lançada por Veja (leia aqui), encampada por Reinaldo Azevedo (leia aqui), pela Folha (leiaaqui) e, agora, por Dora Kramer (leia aqui). Segundo Dora, essa é a tendência. "Tecnicamente não seria uma delação premiada, pois o ex-deputado não negociou benefícios com o Ministério Público. Mas tem grande chance de ser considerado um réu colaborador quando da definição dos motivos para redução de pena, na próxima semana. Afinal, argumenta-se no Supremo Tribunal Federal, que a base de inspiração dele para denunciar não foi nobre, mas o efeito foi essencial para conter a contaminação do aparelho de Estado pelo esquema criminoso", diz ela.
Dois ministros já se pronunciaram a respeito. Marco Aurélio Mello afirmou que Jefferson "prestou grandes serviços à nacão". Luiz Fux, numa sessão logo após a questão colocada por Veja, também iniciou um debate em torno da tese, colocando-se à favor do perdão. O clima vem sendo preparado para que os ministros decidam em favor do ex-presidente do PTB, sem medo da chamada "opinião pública". Afinal, em entrevista recente, Jefferson disse que "livrou o Brasil de José Dirceu".
Roberto Jefferson foi o braço tucano na onda do mensalão, olha la se eles não vão inocenta-lo.
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