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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Altamiro Borges: Álvaro Dias vai aderir ao governo Dilma?

Altamiro Borges: Álvaro Dias vai aderir ao governo Dilma?
Por Altamiro Borges

O jornalista Esmael Morais, sempre rápido no gatilho, acaba de postar uma notícia bombástica em seu blog. Sarcástico, ele brinca que o senador Álvaro Dias, um dos mais ácidos críticos do chamado lulopetismo, está próximo de deixar o PSDB e “bem perto de integrar a base de sustentação de Dilma, do PT”. A notícia comprova que os tucanos saíram trincados das eleições municipais, bem diferente dos balanços otimistas escritos por alguns dos seus caciques e replicados pela mídia venal. Vale conferir a bomba de Esmael:

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Não se fala de outra coisa em Brasília e Curitiba. O senador Álvaro Dias, ainda líder do PSDB no Senado, deu uma bicuda no balde nesta terça-feira (6) ao classificar o governo do correligionário Beto Richa como um antro de “nepotismo, fisiologismo, loteamento, sem escrúpulos, balcão de negócios, promiscuidade, etc.”.

Na prática, Álvaro jogou a toalha e disse que não fica mais no ninho tucano. Para corroborar com essa tese, também hoje o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e presidente estadual do partido, deputado Valdir Rossoni, reafirmou que disputará o Senado em 2014. Em outras palavras, o PSDB vai negar a legenda para Álvaro tentar a reeleição.

A tendência é que Álvaro Dias migre para o PDT do prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet, e do seu irmão Osmar Dias, ex-senador e ex-candidato ao governo do estado em 2010. Há quem especule que o ainda tucano embarque na canoa do PMDB de Roberto Requião ou no recém-criado PSD, no Paraná comandado pelo deputado federal Eduardo Sciarra.

O diabo é que todas essas opções partidárias disponíveis – e viáveis – são da base de sustentação do governo petista de Dilma Rousseff. Álvaro, caso queira continuar no Senado, muito provavelmente, terá que botar a estrela do PT no peito. O seu irmão, Osmar, já fez isso em 2010 e gostou. É a política como ela é.

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Álvaro Dias ainda é o histérico líder do PSDB no Senado. Ele chegou a ser cogitado como candidato à sucessão presidencial em 2014. Nesta semana, ele foi apontado por seguidores do derrotado José Serra como nome “neutro” para presidir o fraturado partido, evitando o confronto com o cambaleante Aécio Neves. Agora, ele sinaliza que está prestes a deixar o ninho tucano. Ele e Beto Richa, outro derrotado nas eleições de outubro, não se entendem. Em seu blog, hoje, Álvaro Dias detonou o governador tucano:

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Porque afastei-me do comando do PSDB-PR

Afastei-me do comando do PSDB do Paraná porque coerência é respeito à população. Não poderia apoiar no Estado o que combato com veemência em Brasília. O modelo promíscuo de governo instituído em Brasília foi transplantado para o Paraná. Nepotismo, fisiologismo escancarado e loteamento sem escrúpulos engordando a estrutura da administração publica e comprometendo sua eficiência. Esse é o sistema vigente no país e que combato.

Instala-se o balcão de negócios para cooptação dos partidos políticos a pretexto de se garantir a propalada governabilidade. Rima-se governabilidade com promiscuidade. Com isso limita-se numericamente a oposição reduzindo a fiscalização, a crítica e a denúncia. Os governantes ficam confortáveis para errar. Gastam fortunas em publicidade enganosa para iludir a opinião pública e angariar popularidade. O povo paga caro por isso! Não compactuo e continuarei combatendo. Fiquei quase dois anos em silêncio esperando por mudança de postura. Quem governa o Paraná não mudou. Não posso mais ficar calado!

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O discurso ético do senador, porém, é pura bravata. Ele não está se afastando do PSDB por coerência ou princípios. Na verdade, ele foi “afastado” da legenda em função das brigas e disputas internas. Álvaro Dias foi rifado e sua vaga para o Senado, nas eleições de 2014, foi garfada pelo governador tucano, o chefão do ninho no Paraná. As críticas que ele faz à gestão de Beto Richa são reais – infelizmente, a mídia “privada”, sempre tão seletiva, evita investigá-las. Mas este não é o verdadeiro motivo da sua explosão de revolta.

Eu seu twitter hoje, o deputado Valdir Rossoni, escolhido na "democrática" estrutura tucana para disputar o Senado, até ironizou a ira do ex-colega. “Nunca ouvi o senador Álvaro defender a moralização do Senado, por quê? Arruma a casa primeiro”. “Como já dizia o sábio Ulysses Guimarães: ‘Álvaro Dias não pode ver uma passarela que quer desfilar’”. E concluiu: “Dentro do PSDB, eu sou candidato ao senado, tenho direito e me sinto preparado para alçar voo”. Ou seja: Não tem mais jeito. Álvaro Dias “morreu” entre os tucanos!

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