BLOG DO VICENTE CIDADE

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domingo, 16 de setembro de 2012

Flamengo: 17 pontos, que merda de contagem!!

Nem ao céu, nem ao inferno: Flamengo e Grêmio ficam no 1 a 1 | globoesporte.com

Rubro-Negro mantém quatro pontos de afastamento da zona de rebaixamento, e Tricolor tira um ponto dos líderes
Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro

O gramado do Engenhão atraiu opostos neste domingo. Um time assustado pelo risco de queda, com peças atrapalhadas, foi salvo pelo estalo de um talento individual contra um adversário organizado, esperançoso de título, mas em tarde discreta de seus principais nomes. Golaço de falta de Adryan no segundo tempo evitou que o Flamengo perdesse a quinta seguida no Brasileirão. O empate por 1 a 1 fortaleceu o Grêmio na luta pela ponta - já que Fluminense e Atlético-MG perderam na rodada. Marcelo Moreno marcou para os gaúchos ainda na etapa inicial.

O Flamengo viveu momentos de terror. Chegou a ter uma derrota combinada com vitória do Sport sobre o Inter - resultados que o deixariam a um ponto da zona de rebaixamento. Mas foi apenas susto. Saiu o empate no Engenhão, e o Colorado buscou a igualdade no Beira-Rio. Com isso, o Rubro-Negro segue em 16º, com 28 pontos, quatro à frente do Z-4. Está há sete partidas sem ganhar.

- Jogamos bem, lutamos do início ao fim. Uma pena que tivemos aquela desatenção no início - disse Vágner Love na saída de campo.

Para o Grêmio, o panorama poderia ter sido melhor. Mas é ingratidão reclamar da rodada. Com as derrotas do líder e do vice, o time de Vanderlei Luxemburgo foi a 48 pontos, na terceira colocação. Tem três a menos que o Atlético-MG e cinco de defasagem para o Fluminense.

- O empate não é ruim, não. As equipes que estão na frente perderam. Poderíamos ter encostado, mas é sempre difícil jogar aqui contra o Flamengo - comentou Zé Roberto.
Ibson tenta levar o Flamengo ao ataque (Foto: Alexandre Loureiro / Vipcomm)

As duas equipes voltam a campo no domingo, ambas fora de casa. O Flamengo encara o Atlético-GO às 16h. O Grêmio enfrenta o Atlético-MG às 18h30m.

Quantidade não é qualidade

Zé Roberto tem a bola sob seu controle. Até se enrola com ela, mas consegue acionar Pará. Do lateral, a jogada flui para Elano. Marcelo Moreno já liga as antenas e parte para receber às costas da zaga. E marca. O gol do Grêmio, aos 17 minutos do primeiro tempo, é uma troca de passes, uma ação coletiva, uma trama. É justamente aquilo que, rodada após rodada, o Flamengo não consegue encontrar.
O Grêmio fechou a etapa inicial na frente do Flamengo mesmo com menos posse de bola (52% a 48%), menos finalizações (seis contra quatro), muito menos bolas levantadas na área (seis a um). É que quantidade não é qualidade. Jogadas gratuitas, aleatórias, não combinam com precisão. E o time tricolor soube ser preciso. Fernando, suspenso, não fez falta. A impressão é de que quaisquer que sejam as peças no meio-campo azul, o time vai funcionar. Marco Antônio, um meia, foi o substituto do volante.

O Flamengo, é bem verdade, já jogou pior neste Brasileirão. Mas a entrada de Léo Moura no meio não corrigiu, num passe de mágica, os problemas visíveis da equipe de Dorival Júnior. Os atletas seguem jogando como se não tivessem a mínima ideia de onde está o colega - o que talvez justifique o excesso de jogadas áereas, uma bengala comum para os times que não conseguem criar com a bola raspando no gramado.

Os donos da casa até tiveram uma ou outra chance. Já no primeiro minuto, Luiz Antonio bateu cruzado, e Liedson, no meio do caminho, desviou para fora. O mesmo atacante, aos 24, acertou o travessão de Marcelo Grohe, depois de mais um cruzamento de Ramon afastado pela zaga adversária. De resto, foram chutes de longe - ou defendidos pelo goleiro (caso de uma tentativa de Wellington Silva), ou mandados para longe (como num arremate torto de Vágner Love).

O pé direito de Adryan


Quando o conjunto é vazio, resta apelar para a qualidade individual. É o que Adryan, o substituto de Luiz Antonio no intervalo, tem. Uma cobrança de falta preciosa do garoto, aos 15 minutos do segundo tempo, deu vida ao Flamengo. A chuteira que ele calça em seu pé direito encontrou a bola, e a bola encontrou o ângulo de Marcelo Grohe - que não encontrou nada. Golaço. 1 a 1.

O Flamengo voltou melhor no segundo tempo. O time gaúcho não resistiu ao cacoete de recuar. Vágner Love, ainda antes do gol de Adryan, já poderia ter marcado. A bola caiu na rede, mas por fora.

O Grêmio tentou recuperar corpo no jogo. Elano, perigoso, arriscou duas vezes, mas sem sucesso. Enquanto isso, o time da casa seguia disposto a eliminar seu drama no campeonato. Nixon, que entrou no lugar de Liedson, recebeu em profundidade de Léo Moura e quase virou. Parou em Grohe. Bottinelli mandou pancada de longe, perto da meta tricolor.

Os minutos finais foram de tensão. As duas equipes (especialmente os cariocas) davam sinais de que ainda poderiam buscar algo melhor. Mas não conseguiram. O empate por 1 a 1 nem aproximou o Flamengo do inferno, nem colou o Grêmio no céu.

Um comentário:

  1. A meu ver, o maior mérito do deslocamento de Léo Moura para o meio de campo é livrar paulatinamente o Flamengo de jogar da mesma forma, independente do técnico. Além de libertar-se do cacoete de depender do lateral-direito para armar o time, há também a perspectiva de ser reforçada a marcação pelo lado direito, o que permitirá a formação de duas linhas de quatro jogadores defendendo e iniciando os ataques.
    Contra o Santos, o Fla fez oitenta minutos de um bom jogo, ontem, contra um time individualmente menos talentoso, porém, bem mais compacto entre seus compartimentos, a dificuldade foi maior e o Rubro-Negro mostrou algum progresso. Que consolide esse padrão de jogo são os meus votos a fim de que os tais dezessete pontos venham sem maiores sustos.

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