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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Haddad diz que Serra não tem limites e chama plano de governo de Russomanno de "esboço"


Haddad diz que Serra não tem limites e chama plano de governo de Russomanno de "esboço"

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, classificou de "lastimável" a forma como o adversário José Serra (PSDB) conduz sua campanha eleitoral e chamou de "esboço" o plano de governo do candidato do PRB, Celso Russomanno. As declarações foram feitas durante sabatina Folha/UOL nesta quinta-feira (13).
Os ataques do petista, contudo, foram centrados no tucano. De acordo com a última pesquisa Datafolha de intenção de voto, Serra (20%) e Haddad (17%) estão tecnicamente empatados em segundo lugar. Russomanno lidera com 32%. Durante a sabatina, Haddad atacou Serra mesmo em momentos em que o tucano não era citado.

Veja frases das sabatinas Folha/UOL com candidatos a prefeito




Foto 6 de 31 - 15.ago.2012 - A candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, defendeu a legalização da maconha e a venda da droga da mesma forma como as bebidas alcoólicas são negociadas."Os bandidos têm o monopólio do comércio. Eles é que fazem o modelo de concorrência. Eles é que recrutam a mão de obra, inclusive molecada de 13 anos. Eles matam adolescente na frente da mãe aqui na Brasilândia [zona norte]. Se esse comércio fosse praticado por pessoas decentes, que pagam impostos, eu acredito mesmo que seria um bem para a sociedade", disse Soninha na sabatina Mais Leonardo Soares/UOL
Ao falar, por exemplo, sobre os problemas que enfrentou com o vazamento de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) quando era ministro da Educação, os quais classificou como "crime" e "sabotagem", Haddad aproveitou para citar o acidente que, em janeiro de 2007, abriu uma cratera nas obras da estação Pinheiros do metrô e matou sete pessoas.

Haddad nega que Marta virou ministra por participar de sua campanha. O que você acha?

Resultado parcial
"Se a cratera no metrô fosse sabotagem como foi com o Enem, eu não usaria isso [na campanha]." O acidente ocorreu dias após Serra assumir o governo do Estado.
Em outro momento, Haddad criticou a quebra de sigilo médico de um paciente que apareceu em seu programa eleitoral.
"Eu acho lastimável como ele [Serra] vem se comportando [na campanha]. Nós levamos o caso de um caminhoneiro que tinha catarata. Ele não tem limites na campanha", disse Haddad sobre o caso do paciente José Machado que, no programa eleitoral do petista, reclamou do sistema municipal de saúde e disse que estava aguardando há pelo menos dois anos para fazer uma cirurgia de catarata.
Segundo reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, a prefeitura negou que o paciente tivesse catarata e divulgou dados do prontuário de Machado para expor erro no programa eleitoral do petista. Segundo especialistas, a divulgação de dados médicos sem autorização do paciente configura quebra de sigilo.
"A prefeitura abre o sigilo médico do paciente, diz que ele não tem catarata. A prefeitura calunia o paciente. Quando você começa a fazer isso para prejudicar uma candidatura, mostra que não tem limites", completou Haddad. Reportagem de hoje do “Estado de S.Paulo” afirma que exames oftalmológicos comprovaram que o caminhoneiro tem catarata.

Haddad participa de Sabatina Folha/UOL - 3 vídeos


Serra não tem limites na campanha, diz Haddad; veja 1º bloco
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Ataques contra planos de governos dos adversários

Ao comentar o plano de governo dos adversários, Haddad voltou a dizer que é o único candidato que, até o momento, apresentou um plano de governo completo. Sobre Serra, Haddad citou o fato de o tucano exaltar a gestão do atual prefeito Gilberto Kassab (PSD). "O Serra está propondo a continuidade da atual gestão. É um contrassenso. Ele sabe que a população não aprova a atual gestão", disse.
Em seu horário eleitoral, Serra sempre cita a parceria com Kassab, quando este era seu vice-prefeito, quando deixou a prefeitura para se candidatar ao governo de São Paulo.
Quanto ao plano de Russomanno, Haddad o classificou como “esboço”. "Eu vejo o esboço do plano de governo de Russomanno e não vejo uma visão de futuro, de conjunto. É um esboço, são linhas gerais. O prefeito tem que saber como enxerga a cidade dentro de dez, 15 anos. O esboço que ele apresentou não me revela uma cidade com mais qualidade de vida", afirmou.

Quem é Fernando Haddad

Filho de imigrante libanês, Haddad nasceu em São Paulo, tem 49 anos, é casado e pai de dois filhos. Formou-se na Faculdade de Direito da USP em 1985, mesma instituição onde fez mestrado em economia e doutorado em filosofia.
O petista, que disputa pela primeira vez um cargo eletivo, assumiu seu primeiro cargo político em 2001, quando foi indicado chefe do gabinete da secretaria de finanças da Prefeitura de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy.
Em 2003, tornou-se assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega. Em 2005, foi convidado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o ministério da Educação. À frente da pasta, enfrentou problemas com o vazamento de provas do Enem e liderou a expansão do programa Prouni.

Sabatina Folha/UOL

UOL e a "Folha de S.Paulo" sabatinaram nesta quinta-feira (13) o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. Amanhã, será a vez de Serra. As duas entrevistas encerram a série de sabatinas organizadas pelo jornal e pelo portal com os principais candidatos a prefeito da capital paulista.

A propósito,

Caminhoneiro usado por Haddad tem mesmo catarataJulia Duailibi e Débora Álvares | Agência Estado

Resultado dos exames oftalmológicos realizados no caminhoneiro José Machado, que apareceu na campanha de TV do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, criticando o sistema municipal de saúde e dizendo sofrer de catarata, constatou que ele sofre mesmo da doença.

Os exames foram feitos no último dia 30, e o laudo foi assinado em 4 de setembro pelo médico Pedro José Monteiro Cardoso, do Instituto Cema, conveniado à Prefeitura. O resultado do exame foi encaminhado para Machado, que autorizou, por escrito, a divulgação dos dados pela equipe de campanha do petista.

No programa do PT em agosto, Machado havia dito que sofria de catarata e que esperava há dois anos na fila pela cirurgia. Na esteira das declarações, a Secretaria Municipal de Saúde acessou as informações do prontuário do paciente e divulgou que o caminhoneiro não tinha catarata, mas pterígio (crescimento de tecido sobre a córnea). O jornal O Estado de S. Paulo revelou à época que a administração municipal havia acessado e divulgado dados do prontuário, sem autorização de Machado, a fim de contradizer a propaganda petista. O PT acusou a Prefeitura de violar o sigilo médico para favorecer o candidato do PSDB, José Serra, e pediu à Justiça a abertura de inquérito policial.

Serra e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) disseram à época que Machado não tinha catarata e que a campanha petista havia mentido sobre o tempo de espera para a realização da cirurgia.

O Relatório de Exame Oftalmológico, do Cema, constata que Machado tem em ambos os olhos "opacidade nuclear de cristalino" e "opacidade cortical", além de pterígio. Opacidade do cristalino é o termo técnico usado para designar a catarata.

Em 30 de agosto, dia do exame, a mulher do caminhoneiro, Natalices Santos, que é do conselho gestor da UBS onde Machado foi atendido inicialmente, afirmou que a perícia apontava que ele tinha catarata e pterígio. Não havia, porém, documento que comprovasse a afirmação.

Em resposta, a secretaria questionou em nota mais uma vez as informações ao afirmar que eram "inverídicas": "Se o caso fosse de cirurgia de catarata, o paciente certamente já teria sido operado, uma vez que no Cema não há fila de espera. O prazo médio para a realização desse tipo de procedimento é de 30 dias". O Estado voltou a procurar a pasta nesta quarta-feira (12), que disse manter "as informações enviadas ao jornal".

A assessoria de imprensa da campanha de Serra repetiu ontem que a questão central é o fato de a campanha do PT ter levado ao ar uma mentira ao dizer que o caminhoneiro esperava dois anos para fazer a cirurgia.

Haddad disse que "o comportamento e as declarações de Serra sobre o caso demonstram falta de compromisso com a verdade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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