Como o tempo passa e a gente costuma ir esquecendo dos detalhes e só vai ficando as generalizações, as vezes é preciso voltar um pouco no 'tempo', rever as coisas e daí retomar a verdade dos fatos.
Depois da derrota eleitoral de 2010 para o governo, o PT mergulhou numa espécie de "ressaca moral", muitas avaliações foram feitas, internas e externas, sempre no rumo da diminuição do partido. Os erros foram valorizados e os acertos esquecidos, o legado de um bom governo sucumbiu a uma disputa interna irracional.
Com a tentativa de sacudir o partido, restabelecer a auto estima de nossa militância e recolocar o partido na ofensiva eleitoral, o PT partiu para um processo inédito de escolha de sua candidatura à prefeitura de Belém, as prévias. Esse processo de fato reacendeu a aura petista, movimentou o partido, suas forças internas e a sociedade de forma geral. Como consequência o PT reafirmou seu protagonismo político na capital, mantendo sua candidatura própria.
Todos sabíamos dos desafios que estavam postos, que teríamos grandes dificuldades a enfrentar, inclusive a sombra de um ex mandatário petista bem colocado nas pesquisas de intenção de voto, no caso o Edmilson, e como isso exigiria de nós muita capacidade política para fazer esse enfrentamento. Alias, é bom que se diga, esse tema não passou despercebido nas prévias.
Pois bem, o PT fez a sua escolha e determinou o professor Alfredo Costa para defender o seu projeto. Vale lembrar que historicamente o PT sempre teve uma boa votação em Belém, nas pesquisas, é regularmente sitado como o partido da maior preferência da população e, de cara, sua intenção de voto, se situa em patamares superiores a 20%.
Então o que está acontecendo?
Tenho visto algumas análises políticas que abordam essa questão, algumas eu concordo outras não, mas, quase sempre, há a expressão de uma grande decepção, pois, ninguém esperava um resultado tão pífio, todos que li ou ouvi sempre estabeleceram patamares superiores a 10% das intenções de voto para o PT, mas, pelo menos até agora, o que temos visto é bem diferente.
Das diversas análises, a da professora Edilza Fontes me chamou a atenção num único aspecto, dentre um monte de bobagens que eu não concordo, quando ela menciona que a grande maioria das pessoas teria conhecimento de que o Edmilson não é mais do PT. Ora, esse é um ponto central, pois, é possível que ela tenha visto alguma pesquisa interna do PSOL e, se for de fato correto o que ela expõe, não há o menor sentido continuar uma linha de campanha que posicione o Alfredo como o "verdadeiro candidato do PT", já que ninguém mais estaria reivindicando o posto.
Na minha avaliação, que tenho feito campanha e ouvido as pessoas, tendo a concordar com essa indicação, pois nas conversas com os eleitores, já é possível perceber isso. Em alguns casos as pessoas até se ressentem do PT estar numa condição tão desfavorável, chegando praticamente a anunciar quase um voto útil.
Portanto, fica evidente que a estratégia não está funcionando. Focar no eventual eleitorado do Edmilson achando que este mudará instantaneamente sua intenção de voto ao saber que o candidato do PT é o Alfredo não vai 'rolar'. Por outro lado, uma campanha meramente propositiva num cenário de polarização eleitoral já definido, não vai mais surtir nenhum efeito.
Neste sentido, como iniciei o artigo me reportando a necessidade da leitura do passado, fui buscar no site do TRE - Pa os números da última eleição em 2010. Em Belém, no 1º turno, a companheira Ana Júlia, candidata do PT ao governo, obteve 34,76% dos votos na cidade, ampliando no 2º turno para 44,48%, representado 266.826 votos no 1º turno e 417.748 no 2º turno, bem longe portanto, do fiasco que todos apregoam, perdemos é verdade, mas quase 45% do eleitorado de Belém queria a continuidade do nosso projeto de governo.
Para finalizar essa pequena análise, minha sugestão aos companheiros que dirigem a campanha do PT é que busquem demonstrar todo legado do nosso governo, mostrando como a parceria entre o nosso governo do PT de Ana Júlia e do Presidente Lula conseguiram tantos ganhos para o estado do Pará, ganhos esses que os tucanos estão perdendo, e, principalmente, como podemos, efetivamente, numa nova parceria entre governo federal e municipal, com Dilma e Alfredo, mudar, pra melhor, a cidade de Belém.
Hoje, mais do que nunca, a defesa do legado do governo petista da companheira Ana Júlia é essencial para resgatarmos a grandeza do PT em Belém.
ENFIM ALGUÉM FEZ UMA ANALISE CORRETA SOBRE O ATUAL MOMENTO POLITICO, TA CLARO QUE NA CIDADE DE BELÉM AS PESSOAS SABEM QUEM E ALFREDO E QUE ELE E DO PT, ACHO QUE O PT DEVIA POLARIZA MAIS COM O PSDB SOBRE QUEM FEZ MAIS POR BELÉM, O ZENALDO COLOU SUA IMAGEM AO SIMÃO JATENE POR QUE O ALFREDO NÃO UTILIZA SEU ESPAÇO DE TV PRA MOSTRA QUE O NOSSO GOVERNO FOI BEM SUPERIOR AOS DOS TUCANOS, CIDADE ESSA COORDENAÇÃO DEVIA OUVIR MAIS OS SEUS MILITANTES.
ResponderExcluirELIZEU CHAGAS
WWW.ELIZEUCHAGAS13.BLOGSPOT.COM
Sou filiado ao PT e, se estivesse em Belém, votaria com certeza em Alfredo.
ResponderExcluirNo entanto, considero erro de estratégia do partido ter entrado com seu próprio candidato, ainda mais um candidato desconhecido para a maioria dos munícipes.
O povo brasileiro, mormente o paraense, ainda não está politizado o suficiente para fazer distinção entre A e B. Primeiro, há aqueles que identificam Edmilson como sendo do PT, e há os que identificam Edmilson como sendo a única oposição consistente ao prefeito atual e ainda ao próprio governador. Nesse sentido, é o voto útil, centralizado num único candidato de modo a não dar força aos outros, sendo eles do lado do prefeito, do governador ou do Jáder, que, para mim e para a maioria da população, são farinha do mesmo saco.
O partido, enquanto essa politização não chega, deveria ter avaliado melhor a situação, o modo de pensar do eleitor. Se não tinha um nome capaz de cativar o eleitor, que, então, se aliasse ao único candidato capaz de vencer os caciques que estão aí a massacrar o povo: Edmilson.