BLOG DO VICENTE CIDADE

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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Alta do PIB em 2011 deve ficar 'mais para 4% que para 4,5%', diz Mantega.

Ministro comentou expansão de 0,8% da economia no 2º trimestre. Desaceleração reflete medidas tomadas pelo governo, afirmou.
Ligia GuimarãesDo G1, em SP
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (2) acreditar que a economia brasileira está "caminhando" para terminar 2011 com um crescimento do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) mais próximo de 4% que de 4,5%, como projeta o Ministério.
"A impressão é que deveremos ter um crescimento em 2011 mais para 4% do que 4,5%", disse ele durante entrevista concedida em São Paulo para comentar os números do PIB referentes ao segundo trimestre, divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mantega prevê crescimento próximo a 0,8% no terceiro trimestre, e que a economia volte a crescer em ritmo mais forte nos últimos três meses do ano, impulsionada principalmente pelo pagamento do 13º salário aos trabalhadores. Já em 2012, o ministro acredita que o país tem condições de sustentar uma expansão de 5% da economia.
ministro da Fazenda, Guido Mantega, concede entrevista coletiva no prédio do Banco do Brasil na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta sexta-feira. (Foto: Amauri Nehn/Agência Estado)Ministro da Fazenda, Guido Mantega, concede entrevista coletiva no prédio do Banco do Brasil na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta sexta-feira. (Foto: Amauri Nehn/Agência Estado)
Embora não tenha alterado a projeção oficial do governo, Mantega antecipou sua percepção de que a piora do cenário econômico internacional deverá puxar para baixo o ritmo de crescimento da economia brasileira.
"A gente nunca tem certeza, portanto o governo procura manter suas projeções até ter certeza que elas foram alteradas. Mas, pelo desempenho da economia neste período, a impressão é que nós deveremos ter um crescimento em 2011 mais para 4% do que 4,5%."
De acordo com o ministro, a indicação é dada pelos dados do segundo trimestre, divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram um crescimento de 0,8% no período, abaixo da expansão de 1,2% verificada no trimestre anterior, e pelos dados que o governo já tem sobre o crescimento do terceiro trimestre.
Na semana passada, Mantega já havia admitido que que o crescimento da economia brasileira pode ser menor neste ano. Até o momento, ele vinha prevendo uma taxa de expansão de pelo menos 4,5% para o PIB de 2011.
Certamente (a crise) vai ter o impacto de puxar para baixo a economia brasileira. O que nós não podemos (...) é deixar a crise se instalar""
Guido Mantega
Durante a entrevista, o ministro reconheceu que há diferenças entre as projeções da Fazenda e do Banco Central para a economia e voltou a negar que o governo tenha influenciado a decisão do Comitê de Política Monetária do BC de baixar para 12% os juros, que foi alvo de críticas de que poderia ter sido motivada por pressão política.
"O governo não influenciou nem quando subiu nem quando desceu (a Selic), é uma avaliação que o BC faz dessa situação", afirmou. "Até outro dia havia unanimidade entre os analistas (...) de que a taxa de juros ia cair no país. Eu li isso em todos os veículos de comunicação que vocês representam. Acho estranho algumas reações dizendo que isso foi uma surpresa".
Mantega disse ainda que o governo continuará dando condições para que os juros caiam no Brasil, mas que a decisão final cabe ao Banco Central e não à Fazenda.
Desaceleração desejada
De acordo com Mantega, a desaceleração do PIB no segundo trimestre já era esperada e reflete as medidas que vem sendo tomadas pelo governo para conter o crescimento da economia e evitar o descontrole da inflação.
O BC é um pouco mais pessimista que a Fazenda, mas de modo geral nós concordamos que o cenário internacional tende a puxar as economias para baixo"
Guido Mantega
"Aumento de juros, compulsório, IOF, corte de gastos fiscais, tudo isso contribiu para essa desaceleração da ecoonomia brasileira. É natural que essa desaceleração contribui para o controle da inflação", afirmou.
O ministro reforçou o compromisso do governo em cortar gastos, cumprir "metas cheias" de superávit primário e, assim, diz que "estarão dadas" as condições para uma queda maior da taxa de juros no Brasil nos próximos anos.
"Até o final do ano não tenho a menor ideia, mas nos próximos dois anos, ou três anos, médio prazo, as condições estarão dadas para que as taxas de juros continuem caindo.
Condições fiscais. E nós vamos continuar fazendo uma política fiscal sólida, rigorosa, contendo gastos de custeio, isso é importante. Isso não é uma promessa, isso já está acontecendo, já estamos fazendo isso".
Fazenda X BC
Mantega reconheceu que as projeções do BC e da Fazenda para a economia são diferentes entre si. “Estamos falando de projeções e se você olhar as projeções de todas as agências e analistas, cada um tem uma projeção diferente. Nunca ninguém acerta com rigor", afirmou.
"Isso é normal e as equipes vão ajustando as previsões de acordo com a realidade. A Fazenda demora um tempo maior para fazer essa adaptação. Até mesmo porque quando a gente trabalha com número de PIB ele vai também para o orçamento, determina a liberação de recursos ou não, implica na previsão de arrecadação", disse Mantega.
"O BC é um pouco mais pessimista que a Fazenda, mas de modo geral nós concordamos que o cenário internacional tende a puxar as economias para baixo. O crescimento da economia mundial será menor, quanto a isso não resta dúvida".
Na opinião do ministro, os efeitos da crise serão sentidos também no Brasil. "Certamente vai ter o impacto de puxar para baixo a economia brasileira. O que nós não podemos esperar é que essa crise se instale, deixar a crise se instalar", disse.
'Vazamento'
Mantega afirmou também que os dados do PIB divulgados pelo IBGE mostram que uma parte do crescimento do Brasil "vazou" para o exterior, já que uma parcela da demada foi atendida por produtos importados em vez da produção nacional.
Ele citou que as exportações brasileiras apresentaram alta de 2,3% no segundo trimestre frente ao trimestre anterior, que foi superado pelo crescimento das importações, de 6,1%.

"Está havendo um vazamento do crescimento brasileiro para o exterior. Uma parte do nosso crescimento está sendo atendido pelas importações. Se não fosse esse vazamento, o PIB brasileiro teria sido maior no segundo trimestre", afirmou. 

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