Partido quebra recorde de doações privadas; com R$ 255 milhões arrecadados em 2012, agremiação sai do vermelho, faz superávit de R$ 8,4 milhões e paga dívidas de campanha; tesoureiro João Vacari avança em trilha aberta por ex-tesoureiro Delúbio Soares nos contatos empresariais; PSDB fechou ano com dívidas de R$ 1,4 milhão, enquanto PMDB terminou exercício com R$ 9,9 milhões em caixa; ser poder faz bem aos cofres dos partidos.
15 DE MAIO DE 2013 ÀS 12:50
247 - Nada como ser poder. Para os partidos políticos, essa, muitas vezes, é a raiz da diferença entre encerrar exercícios financeiros no azul ou no vermelho. Desde 2010, quando começou a administração Dilma Rousseff, o PT saiu de um déficit de R$ 44,5 milhões para uma redução de perdas a R$ 6,4 milhões em 2011 e, finalmente, um superávit de R$ 8,4 milhões no ano passado.
O PMDB, parceiro petista no governo, também fechou 2012 no azul, com superávit de R$ 1,3 milhão. O saldo do partido acumulado com resultados de anos anteriores é de R$ 8,6 milhões. Enquanto isso, amargando as agruras de ser oposição, o PSDB tem problemas de caixa. O déficit acumulado pelo partido no final do ano passado foi de R$ 9,3 milhões. Apenas em 2012, a perda foi de R$ 1,4 milhão.
O execelente resultado do PT pode ser creditado à gestão do atual tesoureiro, o bancário João Vacari. Mas não apenas a ele. A maior parte dos recursos entraram nos cofres do partido durante o processo eleitoral de 2010, por meio de doações de empresas privadas. Foram nada menos que R$ 255 milhões em doações privadas, dinheiro que o partido destinou para suas campanhas municipais, mas sem a necessidade legal de apontar exatamente quanto do bolo foi destinado para cada disputa. O que há é que 86% dessa fortuna (R$ 220 milhões) foram para campanhas de candidatos a prefeito e vereador.
A busca por dinheiro privado para financiar campanhas do PT tornou famoso o antecessor de Vacari na Tesouraria do partido, Delúbio Soares. A capacidade dele em somar recursos para o partido o enrolou até a última volta no chamado caso mensalão, no qual foi condenado a oito anos e 11 meses de prisão. Delúbio, porém, criou o hábito do relacionamento mais próximo entre o PT e tradicionais fontes doadoras, como as grandes empresas. A julgar pelos resultados, João Vacari segue a parte boa da trilha aberta por Delúbio e vai conseguindo não se arranhar nos espinhos que sangraram a reputação do antecessor. O que se vê é que a agenda de contatos montada por Delúbio, ainda que revista e ampliada, ainda parece ser muito útil para seu partido.
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