Bicicleta de 147 milhões de reais
O programa “Histórias do Esporte”, da ESPN Brasil, acaba de revelar mais uma grossa mentira que envolve os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
Agora se trata da destruição do único velódromo coberto do Brasil, a pista construída para o Pan do Rio de 2007.
A reportagem descobriu toda a farsa da demolição de uma pista que custou, na época, 14 milhões de reais de dinheiro público.
O programa descobriu como a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Ministério do Esporte e do Comitê Organizador dos Jogos acabaram com o velódromo que foi construído para ser definitivo e acabou sendo demolido.
Sob o pretexto de mandar os restos do antigo velódromo do Pan para Goiânia, os organizadores vão entregar o terreno que ocupava para a construção de edifícios de alto luxo.
O que exigirá a construção de um novo velódromo, orçado inicialmente em 147 milhões de reais.
O pior dessa história toda é que o secretário de obras de Goiânia, o engenheiroLuciano de Castro, se diz incapaz de construir o velódromo goiano com os restos, aproximadamente 12% a 15% do velódromo destruído do Rio.
Outro ponto importante da reportagem mostra o depoimento do arquiteto e engenheiro holandês, Sander Douma, construtor da antiga pista do Pan do Rio.
Ele afirma que o antigo velódromo poderia ser reformado e ampliado para os Jogos Olímpicos.
A reportagem da ESPN esteve com Douma, na Holanda.
Ele afirmou que, por questões políticas e outros interesses, o velódromo do Rio foi desmontado e que ele jamais havia destruído uma pista em sua longa carreira.
No Rio, o presidente da Federação Carioca de Ciclismo, Cláudio Santos ouviu, em janeiro último, do próprio arquiteto holandês, o absurdo que estavam fazendo com o velódromo.
Ouviu que que haveria condições de reformar a instalação para torná-la olímpica e que , em vez de gastar 147 milhões de reais, 18 milhões seriam suficientes para a adaptação.
Além de mais essa farra pornográfica com dinheiro público, fato é que os ciclistas das escolinhas de ciclismo e do alto rendimento já não têm onde treinar.
Por outro lado, o arquiteto da Empresa Olímpica Municipal, Roberto Ainbinder, afirma que a reforma custaria praticamente a mesma coisa do que construir um novo.
Diz, também, que 100% do antigo velódromo, já destruído, será reaproveitado, o que os fatos desmentem, não só no depoimento do arquiteto holandês como no do secretário goiano.
A reportagem ouviu ainda o Secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte,Ricardo Leyser que, para variar, não vê problemas quanto a destruição da única pista coberta de treinamento dos representantes do ciclismo brasileiro para a Olimpíada-16.
A reportagem, de Roberto Salim e Marcelo Gomes, revela o tamanho do engano do secretário.
O programa Histórias do Esporte será reprisado nesta segunda às 6:00 h e às 14:00 h.
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