Ministra declara nome de Feliciano "inaceitável" | Brasil 24/7
Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, presidido pela ministra Luiza Bairros, publica moção de repúdio à indicação e permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara; trajetória e postura do pastor "em relação à população LGBT e à população negra se revelam preconceituosas e excludentes", diz texto do Diário Oficial da União; para líder do PSC, manifestação não muda nada; neste fim de semana, mais protestos pediram sua saída do cargo
8 DE ABRIL DE 2013 ÀS 13:22
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, órgão vinculado à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), divulgou nesta segunda-feira 8 no Diário Oficial da União moção em repúdio à eleição do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). O líder do PSC, deputado André Moura (SE), disse que a manifestação não muda em nada a decisão tomada pela comissão e pela Câmara.
No documento, assinado pela ministra Luiza Helena Bairros, que preside o conselho, o órgão se manifesta publicamente contrário à eleição de Feliciano. "Tal indicação contraria os propósitos da referida Comissão, assim como os princípios básicos dos Direitos Humanos, uma vez que a trajetória e a postura do deputado em relação à população LGBT e à população negra se revelam preconceituosas e excludentes, causando insatisfação aos mais diversos segmentos sociais", diz trecho da moção.
O conselho considera ainda "inaceitável" a permanência do pastor à frente da CDHM: "Considerando os avanços do Brasil no campo dos Direitos Humanos, o CNPIR entende como inaceitável a permanência do deputado Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos, visto que afronta os princípios de liberdade, respeito e dignidade da pessoa humana, que devem ser assegurados, independentemente, do pertencimento racial e da orientação sexual".
O líder do PSC ressaltou à Agência Brasil que a eleição do deputado Feliciano ocorreu dentro da legalidade e que os Poderes são independentes. "Respeito a nota do conselho, a posição da ministra mas, nesse caso, a posição não interfere em nada no posicionamento do partido e da Câmara Federal. A Câmara é um Poder independente, tem suas regras próprias, seu regimento interno. Ele foi eleito obedecendo o regimento e a proporcionalidade que coube ao PSC para indicar o presidente da Comissão de Direitos Humanos", frisou o líder.
Moura voltou a defender um voto de confiança a Feliciano. Segundo ele, o deputado já pediu desculpas pela declarações "que possam ter sido mal interpretadas" e negou que seja racista ou homofóbico. "Ele já se desculpou, mas ele tem seus pontos de vista, sua lutas e tem que ser respeitado. Ele está legitimado por aqueles que o elegeram e as críticas ao pastar já formam explicadas. O que se deve agora é dar a oportunidade para que ele presida a comissão, sem fazer julgamentos antecipados. Nas sessões que ele conseguiu presidir, conduziu os trabalhos dando abertura de diálogo a todos que quiseram ir lá, de forma respeitosa, sem agressão e sem ofensas", argumentou o líder do PSC.
Nesta terça-feira 9, o deputado Pastor Marco Feliciano participa da reunião do colégio de líderes da Câmara para discutir a situação da comissão de Direitos Humanos. Os líderes tentarão convencer o pastor a renunciar sob o argumento de que ele não tem condições políticas de comandar o colegiado. Já Feliciano disse que não deixará o cargo.
Na semana passada, a CDHM aprovou requerimento que torna as sessões do colegiado fechadas ao público permanentemente, a pedido do presidente da comissão. A medida visa impedir o acesso de manifestantes contrários ao deputado Pastor Marco Feliciano. Só poderão acompanhar os trabalhos deputados, assessores, convidados e imprensa.
Edição: Denise Griesinger
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