Governo corta juros de longo prazo e injeta R$ 8,4 bi para estimular economiaMaurício Savarese
Do UOL, em BrasíliaO governo lançou nesta quarta-feira (27) um pacote de estímulos à indústria nacional no valor de R$ 8,4 bilhões, a serem despejados a partir do segundo semestre.
Nomeado de PAC Equipamentos, o plano estima investimentos desde a área de defesa, passando pela saúde, até a compra de ônibus e carteiras escolares. No mesmo anúncio, o Palácio do Planalto reduziu a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que regula os empréstimos do BNDES.
As medidas foram anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que citou o plano como "mola mestre" para enfrentar as turbulências econômicas no exterior.
"A crise europeia continua piorando e está deprimindo o crescimento da economia mundial. O crescimento do PIB mundial será de 3%, em 2012. Em função deste cenário, temos que continuar com medidas de estímulo", afirmou.
A presidente Dilma Rousseff afirmou que a crise atual "deve ser mais crônica e mais longa" do que a detonada em 2008, com a falência do banco Lehman Brothers, e exige mais medidas.
"Estamos esperando que uma solução mais sistêmica surja", disse ela, prometendo que, apesar dos incentivos à indústria, o Brasil não se permitirá "aventuras fiscais". "Não podemos fingir que nada está acontecendo", declarou.
Compras do governo
O pacote prevê compra na indústria nacional ainda que alguns produtos sejam mais baratos no exterior. Mais de 80 deles serão adquiridos ainda que custem ao contribuinte 25% a mais que os feitos em outros países, levando-se em conta apenas a área de saúde. Isso vale para equipamentos como tomógrafos de aparelhos de hemodiálise.
O peso das compras governamentais é grande para várias indústrias. A decisão do Palácio do Planalto de comprar 8 mil caminhões, por exemplo, representa 8,4% do setor nos últimos seis meses do ano. A crise internacional já gerou ações do governo, em meio a previsões de que o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá cerca de 2% neste ano, abaixo até do desempenho do ano passado, quando as riquezas produzidas pelo país só avançaram 2,7%.
Redução dos empréstimos de longo prazo
A redução da TJLP servirá para aliviar a carga sobre empréstimos feitos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A medida valerá também para empréstimos já contratados, que passarão a pagar 5,5% em vez dos atuais 6%. Redução das taxas de juros cobrados pelo BNDES
"A crise europeia continua piorando e está deprimindo o crescimento da economia mundial. O crescimento do PIB mundial será de 3%, em 2012. Em função deste cenário, temos que continuar com medidas de estímulo", afirmou Mantega. Mais tarde, ele afirmou que a população brasileira só está conhecendo a crise internacional por meio de notícias de jornais.
Desemprenho da economia preocupa
O desempenho da economia brasileira neste ano preocupa o governo, abalado sobretudo pela crise internacional, e já anunciou uma série de medidas de estímulos. Para o mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 2,18% neste ano, abaixo até mesmo do desempenho ruim de 2011, quando houve expansão de apenas 2,7%.
O ministro Mantega comemorou ainda durante a cerimônia a desvalorização do real frente ao dólar.
"Os custos em dólar estão caindo. A produção brasileira se torna mais barata e mais comepetitiva. Estamos exportando mais e importando menos. A queda dos juros e o câmbio desvalorizado vão continuar", disse.
(Com informações da Reuters)
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