Auditor da Eletrobras destaca risco operacional
de distribuidoras
SÃO PAULO - A PricewaterhouseCoopers (PwC), responsável por auditar o balanço da Eletrobras, alertou novamente para o risco operacional das distribuidoras estaduais de energia controladas pela companhia e também de suas coligadas.
“A situação [financeira] suscita dúvida substancial sobre a continuidade operacional dessas empresas controladas e coligadas”, afirma a PwC em relatório de revisão do balanço da Eletrobras no primeiro trimestre, divulgado há pouco. A companhia divulgou os números com atraso - o prazo terminou no dia 15 de maio.
Por meio de uma ênfase no relatório, a auditoria chama a atenção para a nota explicativa 14, que descreve que as controladas de distribuição têm registrado prejuízos repetitivos em suas operações e que as distribuidoras Amazonas Energia e Ceal tinham obrigações a pagar de curto prazo de R$ 1,18 bilhão acima do que tinham em caixa, em contas a receber e outros ativos que viram dinheiro no curto prazo.
“A continuidade operacional dessas empresas depende da manutenção do suporte financeiro por parte da controladora”, destaca a PwC.
A auditoria também mostra preocupação com a situação da Celpa, do Pará, que entrou com pedido de recuperação judicial. A empresa tinha obrigações a pagar de curto prazo de R$ 1,4 bilhão acima do que tinha em caixa e a receber no fim de março. O plano de recuperação, apresentado no início deste mês, ainda está pendente da aprovação de seus credores, lembra a auditoria.
A PwC ainda ressalta que a Centrais Elétricas Matogressenses (Cemat) tem obrigações de curto prazo de R$ 189,5 milhões acima do caixa. A empresa , que pertence ao mesmo grupo econômico da Celpa - o Rede Energia -, também está em negociação com seus credores para alongar o perfil de endividamento.
(Silvia Fregoni | Valor)
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