BLOG DO VICENTE CIDADE

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Derrotar Serra e o PSDB paulista é fundamental para reeleição da Dilma. Lula sabe disso !!

Quando o palhaço Tiririca se elegeu o deputado mais votado do Brasil, por São Paulo, a mídia tucana o perseguiu para tentar impedi-lo de assumir o seu mandato. Não conseguiu. Agora, o mesmo palhaço foi saudado como o grande trunfo tucano da campanha de Serra e isso até foi aceito com entusiasmo por essa mesma mídia.

Em São Paulo PT e PSDB estão numa disputa ferrenha pelo controle do maior eleitorado do país, daí terem disputado o apoio do ex governador e ex prefeito Paulo Maluf, que optou por derrotar Serra e o PSDB, irritando o PIG, que abriu uma campanha de queimação, de novo, contra Lula.

Contudo, dois fatos são importantes nessa análise:

1) O Maluf tem um eleitorado fiel em São Paulo de quase 10% de eleitores, gostemos nós ou não, é uma liderança, da direita é verdade, mas que soma muito nessa disputa contra a hegemonia tucana na maior cidade brasileira;

2) A disputa por São Paulo é muito importante, ela é nacionalizada, por isso disputar São Paulo é fundamental no projeto de reeleição da Dilma em 2014. É exatamente a força tucana em São Paulo que equilibra o quadro eleitoral a nível nacional, pois, de lá sai boa parte do financiamento das campanhas tucanas;

Num país que tem 30 partidos homologados pelo TSE, cobrar coerência política em alianças eleitorais é o mesmo que querer acreditar em contos de Papai Noel, Curupira, Matinta Pereira e por aí vai.

Abaixo, um excelente artigo sobre o tema:      

O pacto contra Serra 
Por Vânia
De Crônicas do Motta
Os idealistas trabalham de graça

Quando eu tinha meus 20 anos e era chefe de reportagem do "Jornal de Jundiaí", certa vez fiquei pelo menos umas três horas trancado na sala do dono da empresa, tentando arrancar dele um aumento para alguns companheiros de redação, ainda mais novos que eu.

Naquele tempo ainda acreditava que o jornalismo era mais que um simples trabalho, era um ofício com poder transformador - como muitos, sinceramente achava que as palavras tinham força.

Não me lembro bem do fim da nossa conversa, acho que não consegui nada para os meus colegas, mas me recordo exatamente de uma frase dita pelo tal patrão, com certeza o pior de todos que já conheci. A frase, porém, tal o seu grau de cinismo, era muito boa:

- Adoro os idealistas, pois eles trabalham por pouco, não preciso pagar quase nada para eles.

E assim passei grande parte de minha vida vendo os idealistas morrerem paupérrimos por seus ideais e os maus patrões ficarem cada vez mais ricos.

Ou então assistindo os idealistas entrarem em batalhas de mãos limpas, desarmados, cheios de boas intenções, os corações puros e as mentes em êxtase - e serem trucidados com a facilidade com que a gente esmaga os insetos.

Lula foi um idealista. Como idealista perdeu a eleição em 1982 para o governo do Estado, concorreu à presidência e foi derrotado em 1989, perdeu novamente em 1994 e mais uma vez em 1998.

Lula perdeu todas as eleições majoritárias que disputou enquanto foi um idealista e subia nos palanques tendo como companhia apenas a sua fúria de idealista.

E enquanto vociferava slogans revolucionários de idealista o país afundava.

Um belo dia, Lula resolveu que se quisesse ser um vencedor não bastava ser um idealista.

Entendeu que sozinho o PT não iria nunca ser vitorioso, que precisava fazer alianças com gente de fora para ter alguma chance eleitoral.

Compreendeu que só os idiotas ou suicidas entram numa guerra desarmados.

A partir daí, a história do Brasil mudou, queiram ou não seus inimigos de variados matizes ideológicos.

A sua foto com Maluf, celebrando o apoio do PP à candidatura de Fernando Haddad, sei bem, chocou os idealistas. Não vou perder tempo tentando convencê-los de nada: cada um pensa o que quiser, julga os outros como bem entender, vota em quem achar que merece o seu voto, ou simplesmente o anula.

Como já estou numa idade que me impede de buscar o ouro no fim do arco-íris ou de me aprofundar em discussões sobre o sexo dos anjos, achei que a foto de Lula com Maluf é apenas parte de um jogo muito difícil de ser jogado e entendido por quem não é do ramo, mas que se resume no seguinte: é melhor ganhar um aliado que um inimigo, é melhor somar que dividir, é melhor ter mais tempo de propaganda que o adversário, é melhor se mostrar flexível que intransigente, é melhor ser inteligente que estúpido.

Penso assim: cada idealista com o seu ideal.

O meu, nesta eleição municipal, é o mais singelo do mundo: derrotar José Serra. Se for sem Maluf, melhor, se tiver de ser com ele, tudo bem; se for com Erundina, ótimo, se ela quiser pular do barco e levar junto o seu idealismo, problema dela, que vá ser feliz em outra freguesia.

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