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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Perillo era um dos políticos mais próximos de Cachoeira, diz delegado da PF « Viomundo – O que você não vê na mídia

Perillo era um dos políticos mais próximos de Cachoeira, diz delegado da PF « Viomundo – O que você não vê na mídia

Na CPMI, delegado afirma que relação de Perillo com Cachoeira seria íntima
do Jornal do Brasil

O depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, à CPMI do Cachoeira trouxe novos indícios do envolvimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), com a quadrilha comandada pelo contraventor, segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Em seu depoimento, o delegado teria afirmado que mais de 80 políticos foram citados ou gravados durante as 250 mil horas de gravação de conversas telefônicas. Um dos mais próximos seria justamente o governador Marconi Perillo. Ainda de acordo com Randolfe, embora também existam denúncias da influência de Cachoeira no Distrito Federal, as duas situações são diferentes:

“Há relações nos governos de Goiás e do Distrito Federal, mas mais intensamente no governo de Goiás. Há necessidade de o governador vir à CPI. O nome de Perillo é citado 270 vezes nas conversas de Cachoeira e outros integrantes da organização. Há participação direta da organização criminosa dentro da estrutura do governo de Goiás, inclusive no loteamento de cargos públicos no Detran”, revela.

Ainda segundo Randolfe, faz-se necessário ouvir Perillo o mais rápido possível, para que a CPMI não veja seu trabalho prejudicado:

“A convocação do governador Marconi Perilo é urgente. No meu entender, um requerimento como esse não tem como não ser apreciado na próxima reunião administrativa e não tem condição de não ser aprovado. É urgente a presença dele na CPMI”, disse Randolfe Rodrigues.

O depoimento do delegado está sendo tomado a portas fechadas. De acordo com o senador, ele informou mais de 200 citações do nome de Perillo nas gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, além de ligações do próprio governador ao empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro desse ano, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada.

“Tem mais de 200 ligações citando o governador. Há ligações do próprio governador para Cachoeira para dar parabéns pelo aniversário”, afirma.

Matheus Mela Rodrigues informou, de acordo com Rodrigues, que Perillo teve pelo menos dois encontros com Cachoeira identificados pela PF, entre eles, um jantar na casa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

Cachoeira é acusado de ligações com jogos ilegais e de comandar uma rede de influência envolvendo políticos de todas as esferas da administração pública. Entre os suspeitos de ligações com Cachoeira estão o senador Demóstenes Torres e os governadores de Goiás, Marconi Perillo, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

A convocação de Perillo não faz parte do plano de trabalho da CPMI, apresentado pelo relator Odair Cunha (PT-MG) na primeira reunião de trabalho ocorrida na semana passada. O plano prevê que as convocações de governadores devem ser avaliadas no segundo mês de trabalho da comissão.

O senador Randolfe Rodrigues também enfatizou que o depoimento do delegado apontou para a necessidade urgente de convocação dos responsáveis pela empresa Delta, suspeita de fazer parte do esquema investigado pela operação Monte Carlo.

“Em relação a empresa Delta, há a ocorrência de depósitos da empresa em três empresas laranjas do senhor Carlos Cachoeira. Essa é a motivação para que a empresa Delta tenha que estar presente aqui”, disse Randolfe. A informação sobre os depósitos da Delta foram confirmadas pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP)

O senador disse que pretende analisar a possibilidade jurídica de vetar a venda da empresa Delta, anunciada nessa semana:

“Vamos estudar uma forma de barrar a venda da Delta. Temos que encontrar instrumentos jurídicos. Não me lembro agora, mas há de ter instrumentos. Porque estão vendendo a empresa agora? Estranho vender agora a empresa, negociar agora, muito estranho”, questionou o senador.

O depoimento do delegado Matheus Mela Rodrigues também deixou explícita, na opinião do deputado Paulo Teixeira, a manutenção de empresas no exterior para driblar a fiscalização e “lavar o dinheiro do esquema”.

Paulo Teixeira disse que o delegado citou uma empresa sediada no exterior e um bingo com endereço na Ilha de Curaçao, país autônomo constituinte dos Países Baixos localizado perto da costa venezuelana. Essas empresas, de acordo com Teixeira, estariam em nome de “laranjas”:

“Ele falou das empresas que atuam e atuavam como fachada para limpar esse dinheiro. Falou do nome das empresas, quem operava essas empresas, que eram todas operadas por laranjas, com procuradores que podiam movimentar essas contas”, destacou o deputado.

A operação Monte Carlo funcionou como um detalhamento da operação Vegas, concluída em 2009. O delegado Matheus Mella é a segunda pessoa a prestar depoimento na CPMI. Na terça, os parlamentares ouviram o delegado Raul Alexandre Marques de Souza, que coordenou a primeira operação.

De acordo com os deputados, embora o delegado Matheus Rodrigues tenha entregue ao Ministério Público o inquérito da Operação Monte Carlo, em março desse ano, ainda há muitas provas que ainda nem foram analisadas pela polícia, resultado das apreensões feitas em fevereiro desse ano.

“Tem mais de 25 malotes da Operação Monte Carlo que não foram analisados ainda. Tudo que foi apreendido na casa dos indiciados ainda precisa ser analisado pela investigação. Essas provas ainda não foram analisadas nem pela Polícia Federal”, concluiu Randolfe Rodrigues.

Com Agência Brasil

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