Brasil Carinhoso amplia Bolsa Família para quem tem filho de até 6 anos.
Governo assina nesta segunda termo para construir 1,5 mil creches no país.
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O governo federal informou nesta segunda-feira (14) que o programa Brasil Carinhoso,anunciado neste domingo pela presidente Dilma Rousseff, vai beneficiar 2 milhões de famílias com crianças de até 6 anos de idade e que vivem na extrema pobreza.
De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, essas famílias representam 50% do total de famílias consideradas como extremamente pobres, miseráveis ou na pobreza absoluta - famílias cuja renda mensal por pessoa é inferior a R$ 70.
Em pronunciamento exibido em rede nacional de rádio e televisão, Dilma anunciou o novo programa social, que prevê que todas as famílias com pelo menos uma criança nessa faixa etária tenham renda mínima de R$ 70 por integrante. Ou seja, famílias que já recebem o Bolsa Família mas não atingem renda per capita de R$ 70 terão um complemento no benefício para deixar a situação de pobreza absoluta.
O dinheiro adicional, conforme o governo, será pago no cartão do Bolsa Família no mesmo dia em que as famílias já recebem o benefício.
Detalhes sobre o programa foram anunciados na tarde desta segunda no Palácio do Planalto. Além do reforço no Bolsa Família, o governo vai ampliar o número de creches e os serviços de saúde para ajudar as famílias com crianças pequenas. Na saúde, está prevista a distribuição de suplementos de vitamina A, ferro e remédios contra a asma.
Na educação, DIlma assinou um acordo com as prefeituras para a construção de mais 1,5 mil creches em todo o país. O governo federal diz que os municípios vão receber, para cada criança do Bolsa Família matriculada, 50% a mais do valor que já é repassado pelo governo federal. Também há previsão do aumento de 70% no repasse para alimentação nas creches.
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O Brasil Carinhoso faz parte do programa Brasil Sem Miséria, lançado em junho do ano passado com a intenção de erradicar a miséria no país. Segundo dados apresentados à época, o governo estima que 16,2 milhões de pessoas no país vivem com menos de R$ 70 por mês. Atualmente, 13 milhões de famílias recebem Bosa Família.
Segundo Tereza Campello, o governo espera impacto imediato de 40% na redução da extrema pobreza - considerados os valores repassados a todas as faixas etárias - e de 62% entre crianças de 0 a 6 anos. O Brasil Carinhoso, afirmou a ministra, investirá R$ 10 bilhões entre 2012 e 2014 na qualidade de vida, no desenvolvimento físico, social e cognitivo das crianças que vivem na miséria – que atualmente representam 17% de todos os brasileiros na extrema pobreza.
“Hoje, o compromisso do Brasil com essas crianças está sendo fortalecido e priorizado. Vem suprir uma lacuna nas politicas públicas do Brasil”, disse a ministra durante cerimônia.
“A extrema pobreza caiu de forma sistemática em todas as idade a partir de 2003. Entre as crianças de 0 a 6 anos, foi reduzida em 41%, entretanto as crianças de 0 a 6 anos ainda são aos mais expostas”, declarou.
Campello afirmou ainda que, após o último senso do IBGE, “todos os preconceitos com a pobreza e os questionamento de políticas de transferência de renda ruíram”. Ela destacou o aumento da renda das famílias, a queda nas taxas de fecundidade especialmente no Nordeste, região que tem o maior número de beneficiados.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mostrou o sistema de informática interno do MEC que monitora o andamento da construção das creches em todo o país e que mostra fotos e o orçamento das obras já contratadas. As prefeituras municipais assinaram nesta segunda-feira termo de compromisso no qual se comprometem a construir um total de 1.512 creches.
Segundo o ministro, o governo pretende firmar acordo com prefeituras para construir, até 2014, 6 mil creches – as obras estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2). Atualmente, apenas 347 estão em funcionamento.
Mercadante negou que o lançamento do Brasil Carinhoso esteja ligado ao ano eleitoral. “Essa decisão não é porque tem um calendário eleitoral [...] é porque talvez essas sejam as mais importantes responsabilidades desse país: investir no ser humano”.
O ministro afirmou ainda que a ‘ignorância” custa mais caro que investir em educação. “Alguns dirão: ‘mas é muito dinheiro, educação é caro’. Seguramente é caro, mas é muito mais barato que a ignorância”, declarou.
Norte e Nordeste
No pronunciamento deste domingo, a presidente destacou ainda que a situação das crianças de 0 a 6 anos é pior no Norte e Nordeste do país, regiões que concentram 78% das crianças em situação de pobreza absoluta - 60% delas estão no Nordeste.
No pronunciamento deste domingo, a presidente destacou ainda que a situação das crianças de 0 a 6 anos é pior no Norte e Nordeste do país, regiões que concentram 78% das crianças em situação de pobreza absoluta - 60% delas estão no Nordeste.
"Regiões mais pobres, crianças mais desprotegidas e mães e pais entregues historicamente a sua própria sorte. A vida das crianças pobres tem melhorado muito nos últimos anos no Brasil. O índice de mortalidade infantil caiu 47,5% no país e 58,6% no Nordeste. Porém, muito ainda precisa ser feito e a situação se agrava em períodos de seca, como ocorre neste momento no Nordeste."
Em razão disso, a presidente afirmou que o governo terá "máxima atenção" com as crianças dessas duas regiões.
'Realidade amarga'
Ela também citou que "a faixa de idade onde o Brasil tem conseguido menos reduzir a pobreza é infelizmente a de crianças de 0 a 6 anos".
Ela também citou que "a faixa de idade onde o Brasil tem conseguido menos reduzir a pobreza é infelizmente a de crianças de 0 a 6 anos".
"Para um país é uma realidade duplamente amarga. Ter ao mesmo tempo gente ainda vivendo na miséria absoluta e essa pobreza se concentrar com mais força entre as crianças e os jovens."
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