BLOG DO VICENTE CIDADE

Este blog tem como objetivo falar sobre assuntos do cotidiano, como política, economia, comportamento, curiosidades, coisas do nosso dia-a-dia, sem grandes preocupações com a informação em si, mas na verdade apenas de expressar uma opinião sobre fatos que possam despertar meu interesse.

terça-feira, 6 de março de 2012

O pior do novo é mais que o melhor do velho


O pior do novo é mais que o melhor do velho

O IBGE confirmou os números do Banco Central sobre a evolução do PIB em 2011: expansão de 2,7%.

Pouco, de fato, diante das previsões de 4,5% feitas no início do ano.

Mais, porém, que a média dos oito anos de FHC (2,3%) e um pouco mais que a média do primeiro período Lula (2,6%)

E muito, por dois fatores.

O primeiro, os efeitos devastadores da crise mundial, que jogaram no negativo as economias do mundo desenvolvido e, até mesmo, refrearam de forma inédita o expansionismo econômico da China, que com seu câmbio controlado, é quem passa por menos problemas ante a avalanche de US$ 8 trilhões que, desde o final de 2008, inflacionaram o mundo através das injeções do governo americano e da União Europeia.

O câmbio, atingido em cheio por este “tsunami” foi, como você vê no gráfico,o responsável pelo item mais negativo para a expansão do PIB: as importações, que cresceram três vezes acima da expansão da economia.

O segundo fator – e os dois merecem ser considerados uma unidade – são as outras partes, além do câmbio, do tripé neoliberal do qual ainda não nos livramos completamente: inflação e juros.

O ano começou com uma ação forte – e mais importante que isso, crescente – de contenção da atividade econômica, como antídoto à inflação. Obvio que, àquela altura, não se poderia prever que a crise externa se tornaria também um outro depressor da economia e, na prática, o resultado foi uma “overdose” que atirou a economias a partamares mais baixos do que se previa.

Agora, ao contrário, a queda contínua da inflação – que, para desespero dos “roda-presa” vai chegar muito perto do centro da meta, de 4,5% ao ano – estimula uma recuperação progressiva do consumo e a redução mais ousada da taxa de juros.

Por isso a questão cambial tem tomado o centro das atenções da área econômica e as constantes advertências de que se imporá controles ao fluxo de capitais.

Por isso a reação dos países ricos criticando o “protecionismo” brasileiro, que não é, nem de longe, suficiente para compensar o artificialismo que o câmbio induz às relações de troca e, portanto , à dinâmica interna da economia.

Seja como for, nenhuma medida será capaz de revitalizar sozinha o desequilíbrio amplamente favorável ao país em matéria de balança comercial. É urgente - e estratégico – prosseguir num fortalecimento do mercado interno, de um lado, e na seletividade das encomendas industriais do setor mais promissor da economia,sobre o qual remanesce o controle estatal: o petróleo do pré-sal, além da agroindústria e da mineração, onde o petencial brasileiro nos confere vantagens estratégicas.

E, de outro lado, via redução dos juros e, com isso, do serviço e dos encargos da dívida, aliviar o Estado brasileiro da sangria permanente que nos obriga a uma carga tributária paralisante sobre setores vitais da economia e apequena a capacidade pública de investimento – estatal e paraestatal – sem a qual jamais nos tornaremos um país desenvolvido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário