Por trás de movimentos denominados de "bancada evangélica" ou "bancada da saúde" a hipocrisia da 'demotucanalha' vai ganhando corpo. Podem ver lá nas reportagens que os porta-vozes dessas bancadas são sempre eles, ou seja, só querem mesmo gerar desgaste para o governo.
Não tem jeito, o Brasil terá que liberar a cerveja durante a Copa e não há nada de mais nisso não, será uma variável que os organizados terão que trabalhar no quesito segurança. Não tem essa de retrocesso, é uma condição específica, criada para um evento único e particular.
É verdade que as pesquisas mostram correlação entre violência e bebidas alcoólicas e que, de forma geral, as proibições que acontecem atualmente no Brasil são sim importantes, pois o ambiente dos estádios brasileiros ainda é massivamente frequentados por TORCEDORES e não CONSUMIDORES DE ENTRETENIMENTO.
Contudo, é preciso compreender a natureza de cada evento, sobretudo de megas eventos como a Copa. Certamente o marketing esportivo já identificou que há complementariedade entre os consumidores de uma copa do mundo e os consumidores de bebidas alcoólicas, não sendo, pois, coincidência, que uma fabricante de cerveja seja uma parceira comercial histórica da FIFA a ponto, inclusive, de que esta, a FIFA, inclua tal condição em seu "caderno de encargos".
Assim como é verdadeiro também afirmar que o público das partidas da Copa é diferenciado. Existe um clima festivo, cordial, amistoso. As paixões clubísticas são infinitamente maiores que as paixões pelas seleções nacionais, o ambiente é outro, isso é inquestionável.
Portanto, não passa de grande hipocrisia mesmo essa questão. Está acordado e faz parte do pacote.
Se, por exemplo, tivéssemos que realizar um grande evento mundial de evangélicos, não teríamos que nós preocupar com bebidas, só com carros fortes. Se por outro lado fossemos realizar um grande congresso médico, só nós preocuparíamos com a livre circulação de 'acompanhantes' nos eventos.
Me recordo quando ainda estava na UFPA e nós do Pará, por pura sandice, resolvemos realizar aqui o encontro nacional de estudantes de Economia, em 1998, foi uma loucura. Esse tipo de evento é o que há de mais complicado e caro para se organizar, pois, os realizadores não ficam só responsáveis pela programação acadêmica do evento, como seria normal, fica-se responsável por alojar e servir todas as refeições dos participantes.
Imaginem só, ficar responsável pela segurança humana e patrimonial de mais de mil pessoas, jovens e geralmente alucinados, pela segurança alimentar desses participantes e ainda, pelo patrimônio público, já que esses malucos ficam geralmente todos nos alojados nas dependências das universidades. É uma loucura, mas, todos os anos, dezenas desses eventos são realizados Brasil a fora.
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