O LIBERAL
Maior parte dos manifestantes no centro de Belém era de estudantes.
Mais de cinco mil pessoas participaram de manifestação no centro de Belém, ontem de manhã, contra a divisão territorial do Estado. Formado em sua maioria por estudantes, o movimento também foi engrossado por políticos, empresários, representantes de entidades de classe e da sociedade em geral. Entre os principais argumentos defendidos pelos jovens durante a passeata está o de que a divisão vai gerar três unidades federativas pobres, caso a fragmentação se consolide. Outras consequências para o Pará seriam o desemprego, a redução do Produto Interno Bruto (PIB), a miséria, com a perda dos royalties minerários e a estagnação da economia. A caminhada de ontem também serviu para que as frentes contrárias à separação se unificassem, já que vários grupos distintos defendem a mesma causa.
A passeata de ontem foi provocada por estudantes de várias escolas de Belém. Na tentativa de evitar que o evento se tornasse palanque para campanhas extemporâneas – já que diversos políticos se fizeram presentes -, os jovens tomaram conta dos microfones dos trios elétricos. O hino do Pará foi cantado diversas vezes pelos manifestantes, ao longo de três quilômetros percorridos entre o largo da Escadinha, na rua Marechal Hermes, e a Praça Batista Campos. Muitos se emocionaram.
A estudante Maely Machado não se conteve e chorou ao comentar sua opinião. "Se dividir, vamos perder a nossa identidade. O Pará é um Estado de todos e com a separação, nenhum deles conseguirá se manter. As fontes minerais de Carajás são esgotáveis, e quando as grandes empresas sugarem tudo, restará miséria e a criminalidade aos nossos irmãos que lá residem", assevera. Para Machado, é preciso pensar de forma unificada na solução dos problemas, "sem transformar o Pará em uma unidade federativa inexpressiva", disse.
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