Mais um factoide envolvendo a Alpa, e a fala de Belchior garantindo a hidrovia
Faltando uma semana para a eleição municipal, de repente, seguidores da candidatura de Tião Miranda, fazem circular nota divulgada pela Reuters, dando conta de que a Vale teria cancelado as obras da Alpa.
Com a nota ambígua, a militância do candidato Miranda tenta fazer crer que a decisão da mineradora seria definitiva, segundo a nota, alegando a retirada do orçamento do PAC a construção da hidrovia.
Por partes, analisemos a “nota estratégica”, que está sendo difundida com intuito de causar alguma influência no resultado da eleição de Marabá.
A nota inicia assim:
1-“As obras de construção da Aços Laminados do Pará (Alpa) estão suspensas porque o governo federal retirou do orçamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano uma hidrovia crucial à siderúrgica, revelaram autoridades do Pará”
Nota do blog: isso toda a população de Marabá já sabe, e a Vale só espera as obras de derrocagem do rio serem iniciadas para a retomada da construção da siderúrgica, conforme foi amplamente divulgado pelo próprio presidente da Alpa, José Carlos.
Voltemos à nota da Reuters:
2-”As informações que nós temos é que ela chegou a fazer terraplenagem, chegou a investir alguns milhões de reais, mas resolveram interromper… em função da ausência da obra da hidrovia do Tocantins”, afirmou o secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, David Leal, em entrevista por e-mail.
A maior produtora de minério de ferro do mundo confirma que aguarda definição da solução logística por parte do governo federal, mas que prossegue com o projeto –uma usina de 3,2 bilhões de dólares e capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço, em Marabá.
Nota do blog: observem bem a forma descomprometida como o secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, David Leal, se reporta sobre o projeto mais importante para o desenvolvimento industrial do Pará. Ele mostra desconhecer completamente o estágio da obra, fala em valores dos investimentos sob total desconhecimento de seu montante, alheio ao que tudo ocorre na área onde, no futuro, se erguerá o maior projeto indutor de renda, emprego e qualidade de vida.
A nota da Reuters prossegue:
3-“A Vale atribui a interrupção da terraplenagem a um problema com uma parte do terreno cuja desapropriação foi contestada na Justiça. “Sobre a terraplenagem, a obra foi realizada até onde foi possível, com 85 por cento dela executada, devido ao impasse do lote 11″, diz a mineradora em resposta enviada à Reuters nesta sexta-feira”.
Nota do blog: nessa questão, a cidade de Marabá também sabe: falta o governo do Estado indenizar o proprietário do lote 11, Eduardo Barbosa, a fim de que a Vale, conforme prevê acordo tripartite Governo Federal-Governo do Estado- Vale, possa se apoderar integramente da área, e concluir a terraplenagem.
Enquanto o governo do Estado não indenizar o proprietário, esse problema persistirá.
Prossegue a nota:
4- “O secretário de Indústria da Prefeitura de Marabá, João Eufrásio de Alcântara, explica que alguns operários continuam no local fazendo drenagem e conservação do que já foi feito na Alpa, sem, contudo, avançar em obras estruturantes.
“Os demais trabalhos, como revegetação e manutenção de taludes na área, continuam em andamento”, diz a Vale.
Segundo Leal (Davi Leal, secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Pará), a diretoria da Vale pediu que o governo assinasse um protocolo de intenções se comprometendo com as obras da hidrovia.
De acordo com o secretário do Estado, a mineradora disse que, se o governo assinasse o documento, imediatamente retomaria as obras.
A Vale não comentou o assunto.
O governo federal trabalha para destravar o impasse, mas não vai assinar o protocolo de intenções para a execução das obras da hidrovia como propôs a Vale, afirmou à Reuters uma fonte do governo, que prefere ficar no anonimato.
“Entendemos que esse não seria o procedimento adequado”, afirmou a fonte, ao ser indagada sobre a tentativa da mineradora de ter uma garantia de compromisso do governo sobre as obras.
A entrada da Vale na siderurgia foi um dos pontos de discórdia com o governo que culminaram com a saída de Roger Agnelli da presidência da mineradora. O governo no tempo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a cobrar maior participação da mineradora no setor siderúrgico.
Nota do blog: como a nota espalhada, principalmente nas redes sociais e em alguns blogs, tem claro intuito mais de confundir do que explicar, o blog reproduz a seguir fala da Ministra do Planejamento Mirian Belchior, aquela que tem a chave da liberação de recursos federais, garantindo o início das derrocagem do rio Tocantins a partir de 2013, tão logo o projeto executivo da hidrovia seja definitivamente entregue a Vale pela consultora contratada.
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