Basicamente tem duas questões importantes mencionadas:
1) A primeira, ao meu ver mais importante, diz respeito ao fato de que a justiça eleitoral amapaense, proibiu o governo estadual de veicular propaganda oficial durante o período das eleições, o que obviamente impulsionaria a candidatura do governo, fato inclusive reclamado pelo próprio governador do Amapá, Camilo Capiberibe.
Infelizmente a Justiça Eleitoral é partidária e suas decisões são tomadas de acordo com sua coloração política, certamente essa decisão veio para prejudicar o grupo político do governado amapaense, mas, na verdade, deveria ser uma prática geral.
Veja o exemplo de Belém, que tem inclusive representação na Justiça Eleitoral, o governo estadual desequilibrou a disputa, não só no que se refere ao 'poder econômico' da máquina, mas chegou ao absurdo de 'patrocinar' um direito de resposta ao seu candidato, através da Cosanpa, que lançou nota acusando os adversários do Zenaldo de mentirosos e oportunistas. Um desprezo total a legislação e a democracia que contou com o devido silêncio da justiça eleitoral do Pará.
2) Prestem atenção na descrição das alianças do PSOL lá no Amapá. "Avançadinhos" os caras por lá !!
Roberto Goés (PDT) e Clécio Luís (PSOL) vão ao 2º turno em Macapá
Alcinéa Cavalcante, especial para O Estado de S. Paulo
Macapá – Preso na Operação Mãos Limpas em 2010, acusado de desvio de verbas públicas e fraudes em licitação, o atual prefeito de Macapá Roberto Góes (PDT) foi o mais votado. Com 98,41% das urnas apuradas, Góes tem 40,16% dos votos. Ele vai disputar o segundo turno com Clécio Luís do PSOL, que está com 27,88% dos votos.
Góes disse que esperava este resultado, que não tem medo de perder a eleição e que vai procurar os vereadores eleitos para reforçar sua campanha no segundo turno.
Apoiado pelo senador Randolfe Rodrigues, Clécio Luís disse que sua ida para o segundo turno mostra claramente que o PSOL é a alternativa política para aqueles que estão decepcionados com os grupos políticos que detem o poder no Amapá. Ele disse que vai procurar os deputados Milhomem (PCdoB) e Davi Alcolumbre (DEM), além de Genival (PSTU), derrotados na disputa pela prefeitura, em busca de apoio para o segundo turno, além de vereadores e outras forças políticas.
“Quero dialogar com todos, mas sem perder um milímetro da nossa independência. A nossa aliança é com o povo”, ressaltou. Para o senador Randolfe Rodrigues, o resultado de hoje é um indicativo de que o povo “está dando um giro nos destinos da política amapaense.” Ele diz também que “o PSOL está se consolidando como alternativa política e de massas, não só no Amapá, mas no Brasil.”
O PSB, partido do governador Camilo Capiberibe, amargou um terceiro lugar. Sua candidata, a deputada estadual Cristina Almeida, teve apenas 16,45% dos votos. Capiberibe parabenizou Roberto Góes e Clécio Luís. Reclamou que a Justiça Eleitoral tirou do ar a propaganda do governo, o que pode ter prejudicado a candidata e assegurou que em nenhum momento usou a máquina pública em favor da candidatura do PSB.
Em entrevista logo após o resultado, o governador que ainda não sabe qual a posição que seu partido tomará no segundo turno. “Isso será decidido pela Executiva Estadual”, disse. Mas alfinetou os dois candidatos que passaram para o segundo turno. Sobre Roberto Góes ele disse que representa a “harmonia” – grupo político que teve vários integrantes presos na Operação Mãos Limpas – e que, portanto, “é complicado sequer cogitar sentar à mesa para negociar com ele”.
Sobre Clécio, ele disse que o PSOL é um partido que precisa ter mais identidade e clareza. “Eles se apresentam como o novo, mas em Santana se juntaram com a harmonia”, disparou. É que em Santana, segundo maior colégio eleitoral do Amapá, o senador Randolfe Rodrigues apoiou o candidato do PTB que derrotou a candidata de Camilo Capiberibe.
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