BLOG DO VICENTE CIDADE

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Além da divisão territorial do Pará

O que pode estar por trás desse plebiscito para a criação do estado do Carajás é (mais) uma estratégia comandada pelo Sarney para evitar a construção do porto do Espadarte, no município de Curuça, na região Nordeste paraense. O Porto do Espadarte possibilitaria que a saída das exportações minerais paraenses pudessem ser realizadas aqui no estado no estado do Pará, dividindo o fluxo com o Maranhão.

Além da questão mineral, que já é uma realidade, surge ainda, para o futuro, a questão da disputa logística de eventuais explorações petrolíferas na costa nordeste do Pará e norte maranhense. Portanto a briga de Sarney é pela ampliação do porto do Maranhão, enquanto a nossa é pela construção do porto em Curuça.

Ocorre que hoje a produção mineral é paraense e os esforços para que essa produção seja exportada por aqui, faz parte de lógica de verticalização da produção mineral do estado e sua política de integração econômica como forma de compensação pela exploração de suas jazidas minerais.

Com uma eventual criação do estado do Carajás, essa lógica de desenvolvimento perde força, pois, para o estado de Carajás, seria indiferente escoar sua produção pelo Pará ou pelo Maranhão, posto que sua preocupação inicial seria a verticalização da produção. A logística de escoamento deixaria de ser uma questão de Estado para ser uma estratégia empresarial privada.

Portanto, do ponto de vista econômico, é preciso entender esse movimento de aceleração do plebiscito de criação do estado de Carajás como mais um episódio dessa disputa silenciosa travada entre o Pará e o Maranhão pela hegemonia da logística de escoamento da produção mineral da província de Carajás, hoje paraense, com reflexos futuros numa eventual produção petrolífera no norte do Brasil.

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