A julgar pelas palavras do Grupo Liberal endereçadas ao novo governo, fica cristalino que o grupo se calou diante de processo de estelionato eleitoral realizado no Pará. Isso mesmo, segundo o grupo, Jatene não tinha programa de governo, o que eu alias levantei diversas vezes aqui no blog.
Vamos ler com mais atenção o que “eles” dizem do novo governo:
" Se nos ativermos às promessas de campanha, teríamos coisas como pró-paz (sic), novos hospitais regionais e implantação de novos cursos superiores no interior. Também haveria novas estradas e a busca por socorro financeiro. Isto é muito pouco para um governo estadual."
Essa afirmação de Ronaldo Maiorana é a mais absoluta verdade, com essa plataforma de governo, Jatene não será mais do que a continuidade do governo de Ana Júlia, já que, de fato, não apresenta nada de novo para governar o estado e reafirma isso quando diz:
“Reflita um instante e responda: qual será o modelo de desenvolvimento econômico do novo governador? Você não sabe porque, se as bases foram definidas em algum momento, o governo não as divulgou. Talvez porque não considere importante que o povo conheça e participe dos rumos da economia. Talvez porque não haja um plano definido, o que demonstraria inaptidão administrativa. Ou talvez porque o plano é tão flexível que não precisaria ser escrito.”
Na prática é isso mesmo, Jatene nunca teve um modelo de desenvolvimento estabelecido para o estado, sua associação às classes empresariais se baseia na perspectiva de que o novo governo será conivente e solidário com práticas degradantes e ao mesmo tempo, que possa fazer da “falta de regra” a regra.
Ou seja, Jatene surge como alternativa a um governo que apóia a operação do governo federal “Arco do Fogo”, que combate o desmatamento ilegal na Amazônia, por isso teve o apoio total dos madeireiros; Jatene surge como alternativa a um governo que negocia com a sociedade civil e não criminaliza os movimentos sociais, como por exemplo o MST, daí a ligação denunciada de Jatene à Daniel Dantas e aos grandes latifundiários rurais do estado; Jatene surge como opção da FIEPA para voltar a conceder incentivos fiscais as empresas apenas por decreto, sem regras específicas que possam qualificar as ações de renuncia do estado, ações como aquela que beneficiou a CERPASA.
Entretanto, só agora, depois da derrota de Ana Júlia, o PIG reconhece seus feitos e a sua herança bendita deixada como legado para o novo governo, que, segundo o Grupo Liberal, poderá ser as únicas obras que Jatene fará, ou seja, as deixadas por Ana Júlia, conforme mencionado no artigo no trecho exposto abaixo:
“Não se pode esquecer que Simão Jatene se beneficiará dos resultados de obras estruturantes do PAC de Lula. Então, pelo menos do ponto de vista das obras, este será um governo que terá fama de trabalhador. A verdade é que todos os projetos foram elaborados e aprovados durante o governo Ana Júlia e o dinheiro que financiará as obras será herança de Lula.”
Por fim, fica a constatação do Grupo Liberal de que o governo de Jatene será, na prática, um aglomerado de interesses que não tem rumo certo, não tem um norte a seguir. Será assim um governo que perseguirá o acaso, como mencionado no artigo:
“O novo governo ainda não começou, mas já é possível questionar suas decisões políticas. E os questionamentos levam a uma pergunta fundamental: como será a cara do novo governo? Você não terá a resposta pelo mesmo motivo que não sabe o que o Pará fará para crescer diante dos outros estados da Amazônia legal, que planejam uma economia competitiva. A única certeza é que, na política, ninguém faz nada de graça. E quando o preço é anunciado, quem abre a carteira é o povo.”
Portanto, a postura adotada pelo Grupo Liberal mostra que, infelizmente, fica a impressão de que o Pará pode estar perdendo o chamado “trem da história”, o que poderá comprometer a sua trajetória de crescimento, que vinha sendo implementada pela governadora Ana Júlia.
Contudo, embora o Grupo Liberal demonstre ter bastante ciência disso, não hesitou um só minuto em apoiar Jatene, sem que sequer tenha pautado durante a campanha eleitoral nenhum desses importantes temas apresentados só agora, quando Inês é morta.
Esse é o PIG !!!
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