BLOG DO VICENTE CIDADE

Este blog tem como objetivo falar sobre assuntos do cotidiano, como política, economia, comportamento, curiosidades, coisas do nosso dia-a-dia, sem grandes preocupações com a informação em si, mas na verdade apenas de expressar uma opinião sobre fatos que possam despertar meu interesse.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Aos companheiros da AE - Parte 5 De um amigo navegante !!

Recebi está avaliação por e-mail de um amigo navegante. Divido aqui com vocês, assinando em baixo de tudo o que está escrito.

Do amigo navegante:

Para o Antonio Osmar, da AE, que vê a gênese histórica do movimento operário e camponês a partir de 1979, quando o PT surge, devemos lembrar-lhe o movimento cabano, as ações do PCB, PC do B, e de muitos militantes independentes, inclusive religiosos, que lutaram para a organização do proletariado, com vistas a elevar o patamar de consciência desses grupos e em busca de justiça social, em um ambiente inóspito.

A disputa ideológica sempre foi muito forte e sempre pendeu para a elite que dispunha, como ainda dispõe do poder (executivo, legislativo e judiciário), que detém a força e permite a manipulação das idéias, através dos meios de comunicação, distorcendo-as em seu benefício. Dizer que tudo estava pronto, só faltava o partido, que grande equívoco.

O PT surgiu e se tornou uma força que buscou impulsionar os avanços, ainda que pequenos, mas significativos, para a melhoria das condições da população mais pobres. Entretanto, o PT, ao ganhar o governo (Lula, Ana Júlia, Dilma, e outros) teve que buscar apoio nos grupos do centro político, para a governabilidade. Embora se diga que era um governo do PT, na realidade era um governo de composição, com hegemonia do PT, em que partidos diversos participaram do poder. E a composição nem sempre foi pacífica e permaneceu estável.

Questões de conjuntura estão sempre presentes e podem estremecer as relações interpartidárias. No início do governo Ana Júlia o PMDB estava debilitado, mas ao final, fortalecido, começou a fazer exigência políticas, que não podiam ser aceitas. Todo mundo sabia que Jader queria que o PT não lançasse candidato ao senado, ou melhor, como falavam, a boca pequena, lançasse um “poste”, para que ficasse assegurada, desde logo, a vitória do PMDB, com a idéia de que um senador seria da situação e outro da oposição. E aí tudo começou e balões de ensaio com Jader concorrendo ora para o Governo ora para o senado, buscando acuar o governo PT.

O acirramento começou aí e os argumentos para o choque foram inúmeros e Jader começou a atacar o governo através de seus meios de comunicação e também, colocando seus “peões” (Simone, Parcival, etc) para o ataque direto ao governo, já em um processo de desgaste contínuo junto a sociedade, que o partido não soube avaliar corretamente. Nessa altura a engenharia política já estava traçada, as peças do jogo de xadrez devidamente colocadas. Não interessava a continuidade da hegemonia do PT no governo para as aspirações peemedebistas. E olha que o PT e a governadora Ana Júlia fizeram de tudo para que o PMDB ficasse como aliado. O campo da direita se rearticulou e provocou a derrota.

Se procura erro, vai encontrar erro, se procura excelência vai achar excelência. Procurar erros é importante para não cometê-los no futuro, mas também é importante ver o que de bom aconteceu e não ficar com olhar estrábico só vendo um dos lados. Culpar esta ou aquela pessoa ou tendência, parece: ser um sentimento apequenado para quem quer um partido que está sempre se renovando, unido na luta e que precisa estar buscando a interação contínua com a sociedade, principalmente a organizada; não ver que o governo teve a participação do PT, como um todo, com todas as suas tendências e que o legado deixado pelo Governo vai ser objeto de avaliação nas futuras eleições.

Sobre culpa prefiro o texto de Jean Jacques Rousseau:

A Culpa dos Males que nos Acontecem


"Em todos os males que nos acontecem, olhamos mais para a intenção do que para o efeito. Uma telha que cai de um telhado pode ferir-nos mais, mas não nos desola tanto como uma pedra atirada de propósito por uma mão maldosa. O golpe, por vezes, falha mas a intenção nunca erra o alvo. A dor física é a que menos se sente nos ataques da sorte e, quando os infortunados não sabem a quem culpar pelas suas infelicidades, culpam o destino, que personificam e ao qual atribuem olhos e uma inteligência disposta a atormentá-los intencionalmente.

É o caso de um jogador que, irritado com as suas perdas, se enfurece sem saber contra quem. Imagina que a sorte se encarniça intencionalmente para o atormentar e, encontrando alimento para a sua cólera, excita-se e enfurece-se contra um inimigo que ele próprio criou. O homem sábio, que em todas as infelicidades que lhe acontecem só vê golpes da fatalidade cega, não tem essas agitações insensatas; grita na sua dor, mas sem exaltação, sem cólera; do mal que o atinge só sente os ataques materiais, e os golpes que recebe podem ferir a sua pessoa, mas nenhum atinge o seu coração."

Nenhum comentário:

Postar um comentário