Basta ver o exemplo daqui mesmo no Pará, ainda me lembro como a sociedade ansiava pela conclusão do Mangueirão, aquela altura apelidado de "Bandolão", contudo, agora depois de oito anos que ele ficou pronto, o que vemos? um espaço público sub utilizado, que não é demandado mais do que 10 vezes por ano. Ou seja, mesmo com um futebol forte, com times tradicionais, ainda sim, o espaço é deficitário, mesmo no sentido público. Os principais clubes do Pará, Remo e Paysandú, nunca desistiram de usasr seus próprios espaços.
Então, o que esperar das arenas esportivas que estão sendo construidas em Manaus, Cuiabá e Natal, que não possuem tradição no futebol, exceto Natal que tem clubes importantes, mas que ainda assim não justificaria um investimento de quase R$ 2 bi, considerando as três arenas.
No caso de Recife uma arena que custará R$ 1 bi, poderá ter o mesmo destino do Mangueirão, haja vista que tanto Sport, Náutico e Santa Cruz possuem seus espaços próprios e certamente não vão abrir mão deles.
Em Salvador, também uma arena que custará mais de R$ 1 bi será construída, neste caso, o Vitória já possui seu espaço e a nova Fonte Nova seria então a arena do Bahia. Agora, o que será do estádio do Pituaçu, reformado recentemente pelo governo da Bahia, com o argumento de que seria arrendado ao Bahia, que não tem estádio.
O desperdício dessa dinheirama toda é fruto da arrogância da FIFA, que, para realizar seu evento no País, exige que esse país faça sacrifícios bem maiores do que deveria, como é o caso agora, onde se exige gastos extraordinários em arenas que, depois da copa, serão espaços ociosos e dispendiosos para os estados, assim como está acontecendo na Africa do Sul, onde aqueles estádios belíssimos estão todos sem uso.
Essa é a filosofia da FIFA, realizar seus eventos em lugares onde pode interferir como se fosse a maior autoridade pública do país. Não por acaso, os últimos mundiais estão sendo levados para Brasil, Rússia e Catar, preterindo países onde os investimentos seriam menores ou onde a FIFA não tenha força de determinar suas exigências, como as queria fazer à Alemanha, que desconfiguraria por completo o Estádio Olímpico de Berlim.
Fazer essas exigências é a forma que a FIFA achou para impôr suas condições e com isso auferir muito lucro em cima dessas nações.
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