O Judas!

No domingo, o Diário do Pará, em sua coluna Repórter Diário, gastou praticamente 70% do seu espaço para tentar induzir o seu leitor de que "muitas" irregularidades foram cometidas por secretarias de estado gestadas pelo PT. O tom das notas insinua praticamente e leva o leitor a ter a "certeza" de que tais irregularidades seriam de fato grandes falcatruas praticadas pelo governo.
Ao lado da Coluna, o dono do jornal, deputado Jader Barbalho, mandou publicar reportagem onde diz que não tem nada a havar com esse governo, só teria uns 20 ou 30 "carguinhos".

São situações como esta, que nós dá a certeza da crítica que reiterada vezes fazemos ao PMDB neste blog, não dá para ficarmos inertes a tantos ataques, quando sabemos que a intenção do Dep. Jader é trazer a "partida" para o seu campo. Ou seja, enquanto ficamos apanhando calados e esperando a sua decisão, Jader vai tentando passar para a opinião pública a idéia de que corrupção e estado são coisas associadas e que portanto, todos os governos são passíveis de atos de corrupção, como os seus governos o foram, cabendo a sociedade "aceitar" essa distorção e fazer suas escolhas com base em outro critério, que não seja o respeito ao dinheiro público.

Na política muitos são os caminhos que temos que seguir em troca da chamada governabilidade, qual quer projeto político, na democracia burguesa, precisa necessariamente ser negociado, desta forma, a conta que se faz é até que ponto se pode fazer as concessões, até onde vale a pena seguir.

Neste sentido, temos feito muito para mudar, para melhor, a face desse estado. Nosso projeto de poder é pautado na construção de novas oportunidades e da inclusão cidadã, por isso, em busca de justiça social, fomos capazes de assumir uma aliança tão pesada como esta com o PMDB. Não foi nada fácil assumir isso, mas não vejo nenhum motivo para que não possamos ter uma postura crítica dessa aliança.

Acho que ainda é possível, pesando do ponto de vista eleitoral, confirmar esta aliança, mas nada empede que não possamos defender nossa candidatura expondo nossas avnços e, inclusive, comparando com os governos dos nossos principais oponentes, entre eles o próprio PMDB e Jader.

Tenho convicção que a política de alianças só serão mesmo definidas no "apagar das luzes", ou seja, todos devem levar essa decisão para o final de junho. Entretanto, neses dois meses, devemos investir pesado na imagem que queremos passar para a sociedade, temos que combater a rejeição ao nosso governo e otimizar as ações do governo que possam, de alguma forma, contribuir com esse intuito.

Por hora, é momento de deixar as articulações de bastidores serem conduzidas de forma serena até lá. Agora é hora de nos fortalecermos, tirar a corda do pescoço e buscar avançar, não adianta focar só no adversário, temos que encontrar nosso caminho, enquanto há tempo.