BLOG DO VICENTE CIDADE

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Divisão do Pará - Um grande engodo está sendo vendido ao povo !!

O Professor Fábio Castro, do Hupomnemata detectou o sentimento geral dos que assistem a propaganda eleitoral sobre o plebiscito de dezembro. Em suas palavras, "uma merda".

Na prática temos vistos por parte do "Não" uma campanha irritantemente tucana, preocupada em difundir um excesso de sentimentalismo para não discutir os verdadeiros problemas do estado e como teremos de superá-los, juntos ou separados. A propaganda contra a divisão precisa discutir a realidade do estado, e mais que isso, apresentar uma proposta de integração para o Pará que permita aos defensores da divisão ter, pelo menos uma esperança para depois do plebiscito.

Por outro lado, a campanha do não se transformou numa campanha que acaba atingindo em cheio o próprio governo tucano, apesar da covardia do governador Jatene em não defender o estado que governa. A campanha em favor da divisão apela para a pobreza, que para eles seria fruto do abandono, escondendo porém que em todo o Pará há a mesmíssima pobreza. Confundem a população tentando vender a falsa idéia de que investir na construção de um estado é um caminho mais fácil para se alcançar o desenvolvimento.

Ou seja, o plebiscito vai terminar da forma como começou. Um engodo !!



A dimensão ideológica da campanha do Não: a obtusidade da idéia de "paraensismo"

O que coloquei nos dois posts anteriores (aqui e aqui) são, apenas, ligeiras observações, na luta tática pela afirmação de tendências latentes de voto. Só isso. São observações feitas com a perspectiva, sempre manipuladora, da comunicação.

Agora, eu queria, na verdade, é fazer observações sobre a dimensão ideológica da campanha do Não.

Que está uma merda! Uma grande merda! Olhem que guardo palavrões para ocasiões que realmente mereçam seu emprego. Sou comedido deles porque respeito sua eficácia simbólica, como sabem os que me conhecem mais de perto… (isso é humor, se não esclareço ainda vão me criticar por bobagens como essa, como de vez em quando acontece aqui no blog).

E o caso, infelizmente, é que a ocasião merece seu emprego.

Por que? Porque acho a coisa mais ridícula esse negócio de “paraensismo”. Uma burrice extraordinária. Um cinismo antológico. Uma arrogância histórica.

Eu não quero a união do Pará porque o estado tem “vocação para a grandeza”, porque “tem uma cultura maravilhosa” ou porque “juntos seremos imbatíveis”.

Não digo “não” porque tenho alguma “vontade de potência”…

Quero a união do Pará porque acredito que precisamos de um projeto de sociedade, e não de um projeto ridículo e diminuto de comunidade.

Acredito na diversidade, não na padronização. Penso que a dinâmica cultural está baseada no múltiplo, no híbrido, no imperfeito e no encontro. Nunca, jamais, na afirmação do mesmo.

E, porfim, quero a união do Pará porque percebo que os projetos do Sim são oportunistas e tentaram abocanhar o que podiam do Pará remanescente.

Também voto do Não porque o Pará remanescente seria um estado extremamente pobre, quase inviável.

Agora, esse negócio de ficar elogiando um tal de paraensismo, que, de resto, não existe senão em mentes pesarosas e apocalípticas, é de uma mediocridade à toda prova.

É um pensamento torpe, que só pode surgir e se nutrir à partir de uma visão de classista da realidade.

Esse negócio de paraensismo alimenta a barbárie, a raiva e a ignorância.

Para mim, é coisa das elites mais sórdidas e dos artistas mais medíocres. Dos intelectuais mais conservadores. Das classes medias mais desinformadas e convencionais. Dos idiotas mais idiotizados e dos imbecis mais imbecilizados de que se possa ter notícia neste eternamente infeliz Pará.

Acho uma grande pena que a campanha contra a divisão tenha enveredado por esse caminho, que não tem futuro e nem tem passado. Se continuar por aí, pode até garantir a união – já que está manipulando emoções e sentimentos torpes –, mas vai perder o bonde da história: vai perder a oportunidade de aproveitar este “fundo do poço” em que estamos para construir uma sociedade realmente nova e que daí poderia surgir.

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