Nelson Piquet pilota a Brabham-1981 e segura uma bandeira do Vasco em Interlagos
Ex-piloto Nelson Piquet salva o Grande Prêmio do Brasil do tédio
Maurício StycerEm São Paulo
Sem chuva, sem um adversário à altura dos carros da RBR e sem um piloto brasileiro carismático, o GP Brasil de 2011 será lembrado pela homenagem a Nelson Piquet, que levantou o público de Interlagos ao dar quatro voltas no circuito para comemorar os 30 anos da conquista de seu primeiro título mundial.
Na última volta, a bordo do Brabham-Ford de 1981, Piquet sacou uma bandeira do Vasco, mexendo ainda mais com o público. Gritos, aplausos, vaias, piadas: a passagem do tricampeão mundial agitou Interlagos de uma forma que nenhum piloto da atualidade conseguiu fazer, uma hora depois, na última prova da temporada.
“Está melhor que o Rubinho”, brincou um torcedor no camarote da Rede Globo ao vê-lo passar. O mesmo fã mudou de opinião minutos depois, quando Piquet fez a homenagem ao seu time de coração: “Estava indo bem... Estava indo bem”, reclamou o corintiano.
A Globo, que exibia “A Turma do Didi”, quase perdeu o melhor da tarde, mas interrompeu a transmissão a tempo de mostrar a última volta de Piquet. Galvão Bueno observou que “todo mundo” estava emocionado e que Reginaldo Leme “teve vontade de chorar”.
A repórter Mariana Becker ouviu Galvão e perguntou a Piquet, ao vivo: “Deu vontade de chorar?” Ao que o ex-piloto, sempre sarcástico, respondeu: “Não”. Pensou um pouco e ainda disse: “Vontade de rir”.
Um pouco antes de Piquet dar suas voltas pelo circuito, todos os pilotos desfilaram em carro aberto. É uma cena que faz parte do ritual das corridas de F-1. Foram aplaudidos, é verdade, mas muito menos do que o tricampeão mundial.
“Cadê a chuva?”, perguntava Galvão durante a corrida, enquanto os carros de Webber e Vettel passeavam por Interlagos sem sofrer qualquer ameaça. Não fosse por Piquet, teria sido mais um domingo rotineiro na F-1.
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