Carta Maior - Economia - PAC puxa ânimo do governo para país enfrentar crise global em 2012
De junho a setembro, conclusão de obras prometidas até o fim da gestão Dilma passa de 6% a 11%. Para governo, ritmo é positivo e vai melhorar em 2012, com início de obras em fase preparatória. Frente crise global, ministra diz que PAC será 'anticíclico' como em 2008. Segundo secretário, PAC e medidas recentes garantem que PIB cresce ao menos 4% no ano que vem.
André Barrocal
BRASÍLIA – A execução do principal programa de obras federais atingiu até setembro 15% de todo o gasto previsto para os quatro anos da gestão Dilma Rousseff. Com os investimentos, 11% das obras ficaram prontas. Numa regra de três simples, os números indicam um ritmo incapaz de fazer o governo cumprir o prometido – a conclusão das obras demoraria de 60 a 80 meses.
Ao divulgar o segundo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento da administração da “mãe do PAC” nesta terça-feira (22), porém, o governo disse que os dados podem ser considerados positivos. Que a execução se intensificará em 2012. E que, como em 2008 e 2009, o PAC vai mais uma vez ajudar o país a enfrentar – e bem - uma crise econômica internacional.
No primeiro balanço, divulgado em julho com dados até junho, a execução do PAC era de 9% em dinheiro e de 6% em obras prontas. No primeiro caso, o novo balanço mostra alta de 66%. E, no outro, de 77%. Considerando-se só a parte pública dos gastos totais de R$ 708 bilhões, a execução assemelha-se à verificada em 2010, melhor ano do PAC.
Essa é uma das razões que levaram a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a classificar de “desempenho bastante importante” o visto agora. A outra é que metade das obras ainda não saiu do papel. Está em fases preparatórias, como licitação.
Daí que, segundo Miriam, o PAC vai acelerar em 2012, justamente quando o cenário externo estará pior, e o país precisará do mercado interno para crescer e gerar empregos. “O PAC cumprirá um papel anticíclico”, disse a ministra. “Teremos condições de sustentar uma situação diferenciada da União Europeia e dos Estados Unidos.”
O cenário que o governo traça para as economias norte-americana e europeia em 2012 é pessimista. Segundo o secretário-executivo do ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, a primeira vai esfriar e a outra, entrar em recessão. No Brasil, ao contrário, o crescimento deve ser maior. “O PAC é uma diferença que o Brasil tem em relação ao resto do mundo, um programa de desenvolvimento em curso”, disse.
Otimismo oficial
O pacote de obras é uma arma com a qual o governo imagina ser capaz de manter aceso o "espírito animal" do empresariado. É uma misto de carta de compromissos e de apelo: "Acredite em mim, o governo continuará investindo e proporcionando oportunidades de lucros para vocês, agora façam sua parte e invistam também".
Se as empresas abrem mais fábricas e lojas, há criação de postos de trabalho, mais salário na praça, isse se reverte em consumo, portanto em lucro para as empresas, e a assim a roda segue girando.
Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, foi a retração dos investimentos privados, diante de um quadro desolador no estrangeiro, que fez a economia brasileira praticamente brecar no terceiro trimestre.
Para a equipe econômica, é quase certo que o país terá crescimento zero neste período, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o dado em dezembro.
Mas, segundo Nelson Barbosa, a situação revertou-se agora no fim do ano, com medidas do governo. E isso dará um impulso à economia brasileira no ano que vem que empurrará o produto interno bruto (PIB) pelo menos 4% acima, podendo chegar a 5%, contrariando projeções negativas do 'mercado', na casa de 3,5%.
O governo vem baixando o juro do Banco Central (BC). Cortou impostos de grandes indústrias e de micro empresas. Renovou programa de construção de casas populares, retirou travas contra empréstimos a pessoas físicas e tem uma política de reajuste real do salário mínimo, aprovada em lei, a cumprir. "Essas medidas, por si só, já garantem crescimento", afirmou Barbosa.
BRASÍLIA – A execução do principal programa de obras federais atingiu até setembro 15% de todo o gasto previsto para os quatro anos da gestão Dilma Rousseff. Com os investimentos, 11% das obras ficaram prontas. Numa regra de três simples, os números indicam um ritmo incapaz de fazer o governo cumprir o prometido – a conclusão das obras demoraria de 60 a 80 meses.
Ao divulgar o segundo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento da administração da “mãe do PAC” nesta terça-feira (22), porém, o governo disse que os dados podem ser considerados positivos. Que a execução se intensificará em 2012. E que, como em 2008 e 2009, o PAC vai mais uma vez ajudar o país a enfrentar – e bem - uma crise econômica internacional.
No primeiro balanço, divulgado em julho com dados até junho, a execução do PAC era de 9% em dinheiro e de 6% em obras prontas. No primeiro caso, o novo balanço mostra alta de 66%. E, no outro, de 77%. Considerando-se só a parte pública dos gastos totais de R$ 708 bilhões, a execução assemelha-se à verificada em 2010, melhor ano do PAC.
Essa é uma das razões que levaram a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a classificar de “desempenho bastante importante” o visto agora. A outra é que metade das obras ainda não saiu do papel. Está em fases preparatórias, como licitação.
Daí que, segundo Miriam, o PAC vai acelerar em 2012, justamente quando o cenário externo estará pior, e o país precisará do mercado interno para crescer e gerar empregos. “O PAC cumprirá um papel anticíclico”, disse a ministra. “Teremos condições de sustentar uma situação diferenciada da União Europeia e dos Estados Unidos.”
O cenário que o governo traça para as economias norte-americana e europeia em 2012 é pessimista. Segundo o secretário-executivo do ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, a primeira vai esfriar e a outra, entrar em recessão. No Brasil, ao contrário, o crescimento deve ser maior. “O PAC é uma diferença que o Brasil tem em relação ao resto do mundo, um programa de desenvolvimento em curso”, disse.
Otimismo oficial
O pacote de obras é uma arma com a qual o governo imagina ser capaz de manter aceso o "espírito animal" do empresariado. É uma misto de carta de compromissos e de apelo: "Acredite em mim, o governo continuará investindo e proporcionando oportunidades de lucros para vocês, agora façam sua parte e invistam também".
Se as empresas abrem mais fábricas e lojas, há criação de postos de trabalho, mais salário na praça, isse se reverte em consumo, portanto em lucro para as empresas, e a assim a roda segue girando.
Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, foi a retração dos investimentos privados, diante de um quadro desolador no estrangeiro, que fez a economia brasileira praticamente brecar no terceiro trimestre.
Para a equipe econômica, é quase certo que o país terá crescimento zero neste período, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o dado em dezembro.
Mas, segundo Nelson Barbosa, a situação revertou-se agora no fim do ano, com medidas do governo. E isso dará um impulso à economia brasileira no ano que vem que empurrará o produto interno bruto (PIB) pelo menos 4% acima, podendo chegar a 5%, contrariando projeções negativas do 'mercado', na casa de 3,5%.
O governo vem baixando o juro do Banco Central (BC). Cortou impostos de grandes indústrias e de micro empresas. Renovou programa de construção de casas populares, retirou travas contra empréstimos a pessoas físicas e tem uma política de reajuste real do salário mínimo, aprovada em lei, a cumprir. "Essas medidas, por si só, já garantem crescimento", afirmou Barbosa.
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