Depois de seu primeiro-ministro Georges Papandreou voltar de Cannes, onde levou uma descompostura dos seus colegas Nicolas Sarkozy, da França, e Ângela Merkel, da Alemanha, o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, anunciava, na TV e no Parlamento, que não haveria referendo para aprovar o plano de recuperação acertado com a União Europeia.
Papandreou disse que abriria mão do referendo, caso o plano de ajuda internacional recebesse o apoio da oposição mas que ele deveria ser feito:
“Não podemos ter decisões feitas pelos mercados e não pelas pessoas. Queremos ver se como país estamos dispostos a implementar as mudanças necessárias que são na verdade benéficas”, disse.
“Não podemos ter decisões feitas pelos mercados e não pelas pessoas. Queremos ver se como país estamos dispostos a implementar as mudanças necessárias que são na verdade benéficas”, disse.
A oposição, é óbvio, disse
Amanhã, Papandreou sobe ao cadafalso, com a votação de uma moção de confiança (?) em seu Governo.
A liderança política grega está sem legitimidade sequer para ficar de pé, que dirá para impor ao país um pacote de sacrifícios que todos reconhecem ser pesadíssimo.
Não é possível prever o que acontecerá exatamente agora, mas é possível imaginar o que acontecerá depois.
O empenho do mercado financeiro, através dos governantes europeus, à consulta popular – que ao ser convocada pelo próprio Governo se tornou palpável, e não uma palavra de ordem - equivale a uma confissão explícita de que o pacote de austeridade não será aplicado pela vontade democrática, mas pela imposição de governos estrangeiros e dos bancos.
A pergunta, cuja a resposta é obvia, é: isso pode suportar os anos a fio de recessão que exige a recuperação econômica grega?
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