Não sou cientista político, mais a minha vida inteira me envolvi com campanhas políticas. A primeira de que tenho lembrança foi em 1988 eu acho, em que o candidato do PT foi o Humberto Cunha, eu era muito jovem, não votava ainda, mas acompanhava minha tia, Neusa Cidade, que era candidata a vereadora. Daí em diante não parei mais de acompanhar as eleições e lá se vão 22 anos nisso, com eleições a cada dois anos.
Pois bem, faço essa pequena ressalva para dizer o seguinte: a campanha eleitoral reflete exatamente a posição do candidato nas pesquisas eleitorais. Ou seja, quando o candidato decola nas pesquisas, a campanha se torna simples, calma, até previsível. O dinheiro brota e os apoios de última hora são cada vez freqüentes. Por outro lado, além do fator local, pesa ainda na análise a relação da campanha local com a campanha nacional.
Isto posto, trago para a análise de vocês algumas considerações que julgo serem interessantes nesse cenário eleitoral do Pará:
1) A estratégia do PMDB de lançar o Juvenil para a disputa do governo pode sim ter sido acordada com o PT, pois, se numa eleição tudo pode acontecer, numa eleição plebiscitária as margens de manobra são muito pequenas, se configurando um risco muito grande a aposta num turno só, particularmente aqui no Pará, se de fato os índices de rejeição da governadora eram altos, não seria prudente arriscar tudo num turno só mesmo;
2) O cenário nacional demonstra que a eleição segue para uma definição no primeiro turno, favorável a candidata do PT Dilma, que se beneficia da popularidade do presidente Lula. Aliais, a popularidade de Lula é tão grande, que tudo leva a crer que terá grande influência na eleição, motivo pelo qual o próprio Serra tenta confundir o eleitor se declarando “Lulista”;
3) Ainda no plano nacional, a imprensa começa a dar sinais de abandonar o barco tucano, o Grupo Folha por exemplo, já fez a opção de “salvar o que resta”, ou seja, se concentrar na eleição de Alckmin em São Paulo, por isso o ataque de fúria contra a campanha de Serra hoje em seu editorial temendo por uma má influência que essa postura “Lulista” possa causar na campanha estadual. Detalhe: se isso vale para São Paulo, vale também para os outros estados;
4) No caso especifico da campanha no Pará, nota-se que alguns prefeitos do PMDB já começam a assumir publicamente o apoio a campanha de reeleição da governadora Ana Júlia, independente da posição do Juvenil, candidato do partido;
5) A propaganda de Jatene já começa a mudar o tom da campanha e esse é sempre o primeiro sinal de quem está no limite;
6) A campanha de Jatene, ao que parece, ainda está muito tímida, bem diferente do entusiasmo natural de uma campanha que esteja em primeiro lugar nas pesquisas, como tenta nos fazer acreditar a mídia tucana, aliais não só a mídia, mas principalmente o exército de neófitos escalados para patrulhar os sites e blog’s mais lidos do estado;
7) De acordo com os jornalistas mais bem informados do estado, é consensual a idéia de que a campanha do Jatene não está arrecadando da forma como gostariam os seus coordenadores e, até agora, nenhum nome de peso, extra coligação, declarou apoio a sua candidatura;
Agora pensem comigo: como pode o candidato Jatene estar acima dos 40% PP nas pesquisas de intenção de voto e a governadora abaixo dos 30%?
Na conjuntura que se desenha acima, a realidade é muito outra, ao que tudo indica a governadora deve estar acelerando a uma velocidade superior a prevista pelos estrategistas de plantão e isso já deve estar fazendo muita diferença !!
É só uma avaliação política, nada mais!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário