MENSAGEM AOS COMPANHEIROS DO PT
Nas últimas quatro eleições municipais em Belém o PT sempre foi protagonista político no processo. Obteve no período duas vitórias com o Edmilson, foi ao segundo turno com a Ana Júlia na primeira eleição do D. Costa e, na última eleição, com o companheiro Mário, em 2008, ficou a menos de 1% de ir novamente ao segundo turno. Nesse “meio tempo”, nas eleições para o governo do estado, o PT foi ao segundo turno em 2002 com a companheira Maria do Carmo e chegou ao governo com a companheira Ana Júlia com a vitória de 2006.
Vale lembrar que em 2006 passamos por um processo parecido com este que estamos vivenciando agora: saímos fragilizados de uma derrota, para o Duciomar em 2004, e tínhamos a sombra do Edmilson, já no PSOL, que até então se oferecia como alternativa viável para a esquerda. O resultado, todo mundo conhece.
Entretanto, sofremos a derrota eleitoral em 2010 e isso tem sido usado pelas forças reacionárias para tentar desqualificar o PT enquanto protagonista do processo eleitoral deste ano e, de novo, temos o Edmilson como sombra buscando disputar o nosso “capital” político.
Muito já foi dito nas diversas avaliações feitas sobre a nossa derrota e que certamente servirão de aprendizado político para o partido, mas, de concreto, o que ficou evidente após todo o processo de avaliação que fizemos, é que ainda persiste uma diferença básica e que precisa ser posta ao debate, que é a nossa relação política com o PMBD e, na minha avaliação, esta é uma questão central colocada hoje para que o partido reflita.
O postura política do PMDB, dúbia e oportunista, foi um dos principais problemas que enfrentamos durante o governo, posto que ao mesmo tempo em que era “sócio”, era também concorrente. Sempre cobrando mais e dando cada vez menos, no fim, ficou como oposição e ainda participava do governo, paralelamente. Isso foi decisivo para a nossa derrota, tanto para o governo como para o senado.
Contudo, essa postura do PMDB, sempre foi tolerada pelos companheiros do CNB, que por muitas vezes se opunham ao próprio governo, em favor de chantagens impostas pelo PMDB. Essa aproximação muito forte entre esse campo do PT e o PMDB, representou, e continua representando, ao meu ver, um grave equívoco político.
Portanto, estamos diante de um processo de definição política importante para o PT, ou resgatamos a nossa autonomia ou seremos desmoralizados perante nossa base, o que sem sombra de dúvidas custará muito caro ao PT, pois certamente perderemos muito desse capital político construído ao longo dessas três décadas de história.
Neste sentido, o processo de Prévias Interna do PT para a escolha do nosso candidato à prefeitura de Belém reflete bem essa decisão.
Os companheiros que compõe o antigo Campo Majoritário, hoje denominado de CNB (Construindo Um Novo Brasil), apresentam duas candidaturas para o conjunto da nossa militância, a do vereador Alfredo Costa e a do Deputado Bordalo, embora com perfis distintos, ambas representam a continuidade dessa política de “acordos”, de alinhamento ao PMDB e demais partidos da direita.
Vale destacar aqui, que não há de minha parte nenhuma ressalva pessoal ao nome dos companheiros, mas ao entendimento político do que possa vir a representar as suas candidaturas.
Pra mim, que milito num outro campo político do PT, mais à esquerda, a vitória de qualquer uma das duas candidaturas do CNB pode representar a possibilidade do PT não entrar de forma decisiva na disputa, abrindo espaço para composições políticas, inclusive com o PMDB, que poderão vir a fragilizar ainda mais o partido.
Por isso, não tenho nenhuma dúvida em afirmar que a melhor candidatura que o PT pode apresentar nas próximas eleições é a do companheiro Cláudio Puty. A escolha do Puty nas prévias sinalizará para o partido que não haverá recuos, que vamos entrar na briga de forma decisiva, com a garra e a força da nossa militância para buscar a vitória.
Em minha avaliação, com a candidatura do deputado Puty à prefeitura de Belém, estaremos resgatando não só a história de combatividade do PT, mas, fundamentalmente, traremos à baila, um importante debate sobre o legado do nosso governo no Pará. Esse será um espaço ímpar para que possamos nos contrapor às diversas lorotas repedidas diariamente contra o nosso governo e o nosso partido. Infelizmente esse é um debate que o CNB não topa fazer.
Também é importante mencionar, bem ao contrário das baixarias que alguns companheiros nossos falam, que o deputado Puty não é esse cara que chegou ontem ao PT, ele tem mais de 20 ANOS de filiação partidária e que o fato do companheiro ter ido por algum tempo se qualificar no exterior, longe de ser um demérito, é uma questão importante para o partido, pois hoje pode contar com uma liderança preparada política e tecnicamente.
Ademais, o deputado Puty está perfeitamente habilitado para a disputa, com um perfil de candidatura que vem ao encontro do que o PT vem buscando em outras cidades do país. Representa o rejuvenescimento das lideranças partidárias, foi testado politicamente, inclusive sendo o candidato proporcional do partido mais votado nas últimas eleições em Belém e demonstrou, já no primeiro ano de mandato, grande capacidade de articulação, sendo relacionado entre os deputados mais influentes do Congresso.
Por fim, faço um chamado aos companheiros do PT, para a participação no processo, tanto nos debates como na votação, com vista a buscar a união partidária e a visão de que o nosso caminho político está dentro do PT e não fora dele.
Não devemos assimilar o que os nossos adversários estão tentando nos impor, tenho a confiança de que o PT permanece forte e será sim, um dos mais importantes protagonista nas eleições de 2012. Concluo afirmando que não podemos continuar nesse alinhamento passivo ao PMDB, nem ir a reboque do PSOL.
A LUTA CONTINUA !!
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