BLOG DO VICENTE CIDADE

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sábado, 14 de janeiro de 2012

PRÉVIAS DO PT: MATURIDADE POLÍTICA E UNIDADE PARTIDÁRIA

Bem ao contrário do que previam alguns companheiros e segmentos do PT, bem como do que torcia nossos opositores, o processo de prévias para escolha do candidato do PT à prefeitura de Belém tem se mostrado um grande acerto político e o resultado certamente será a unidade partidária.

O PT do Pará, ao longo de sua trajetória, já escolheu seus candidatos majoritários de diversas formas: acordo, pesquisas, intervenção nacional, Etc., mas nunca em prévias. O fato é que o partido saiu arranhado da derrota eleitoral em que deixamos o governo e não houve espaço para a construção da unidade partidária capaz de fazer com que se chegasse a uma candidatura de consenso.

Neste clima, de mágoa e desconfiança mútua entre as forças internas do PT, alguns setores argumentavam que a realização das prévias seria quase um convite à implosão do partido. Entretanto, os setores que acreditavam nas prévias, entre eles a DS, defendiam que somente o debate aberto, fraterno e sincero com nossa militância seria capaz de unificar novamente o PT.

 De fato, todo processo de avaliação da nossa derrota eleitoral para o governo, se deu de forma muito “controlada”, polida, não sendo capaz de desfazer o clima de desconfiança gerado no processo. Via de regra, as tendências fizeram seus debates internos, mas o PT não dispôs de um processo mais amplo de avaliação, exceto entre as próprias lideranças do partido. Assim, em geral, a militância ficou de fora do debate direto.

Mas, com a definição das prévias, as principais tendências do partido disponibilizaram seus quadros para o debate, exceto o PT pra Valer que ficou descontente pela não aceitação do deputado Ganzer como consenso e resolveu não participar do processo, ainda assim, o processo tem conseguido “mexer” com toda a militância do PT, num primeiro momento, através do processo de quitação dos filiados, que envolveu todas as tendências do partido e agora, através dos debates distritais e das diversas visitas dos candidatos diretamente às lideranças do PT.

A realização dos debates distritais, até agora quatro (DAMOS, DAENT, DAGUA e DAICO), tem possibilitado à militância do partido a oportunidade de confrontar diretamente as várias verdades até então dissimuladas pós a derrota do nosso governo. Neste sentido, tem sido uma experiência muito rica esse momento em que a militância está livremente dirigindo-se aos candidatos e expondo seus pontos de vista, ou mesmo nos embates diretos entre os candidatos.

Vale destacar, que a realização dos debates tem obtido sucesso basicamente por duas razões: a primeira é a maturidade dos companheiros que se colocaram à disposição do partido e a segunda é o formato dos debates, que tem dado a oportunidade para que a militância do partido possa se manifestar livremente.

Em que pese o destempero a maldade de alguns poucos militantes, que tentaram tumultuar o processo, inclusive com mentiras, no geral, as questões postas pela plenária tem contribuído muito para que algumas questões antes nebulosas para a maioria da nossa militância possam ir sendo esclarecidas pelos candidatos, de forma fraterna e honesta, olho no olho.

Em política uma coisa é certa: a informação é a raiz do problema, ou seja, sem informação é impossível de se analisar friamente os fatos e, na ausência de informação, sobram as paixões e o oportunismo.

De certo é que, num governo, nem tudo que acontece na esfera de cima, onde são tomadas as decisões, chegam à base. Assim, muitas vezes, quando a base toma conhecimento dos fatos, as informações que dispõe para analisá-las são insuficientes.

Esse problema da falta de informação ocorreu corriqueiramente no nosso governo. Em cima, eram acordadas estratégias, que por razões obvias, eram mantidas em segredo, mas na base, as diversas inverdades iam se dissimulando.

A título de exemplo, posso mencionar um fato exposto no debate, onde fica evidente que se não fosse esse processo de prévias, a militância jamais teria a oportunidade de debater o tema e conhecer a verdade. Refiro-me nesse caso, à tática eleitoral do PT durante o governo, que gerou muita polêmica na militância e nos debates temos visto os candidatos falando abertamente sobre o tema.

Para mim, militante da DS, vejo com muita alegria a oportunidade que o companheiro Puty está tendo para desfazer uma injustiça, cometida não só contra a DS, mas também ele próprio, que até agora vinha sendo propalada por mero oportunismo e que nos debates, a verdade está reposta.

Nas duas eleições que tivemos durante o governo, 2008 e 2010, ao contrário do que um segmento do partido sempre pregou à nossa militância, não foi a DS, nem o Puty, quem determinou a tática eleitoral do partido. Em 2008, a postura dúbia adotada no segundo turno foi por determinação do Governo Federal, já que o PTB, que compõe a base do governo, colocou D. Costa como prioridade nacional daquele partido. Já em 2010, o alinhamento passivo ao PMDB, que inclusive nos derrotou, não só a governadora como também o companheiro Paulo no senado, foi por determinação estratégica dos companheiros da tendência Unidade na Luta e do CNB.

Questões como essa, debatidas abertamente por nossas lideranças e militantes, tem contribuído decisivamente para que as nossas diferenças possam ser passadas a limpo e fazendo com que a desconfiança e o rancor da última derrota vão ficando para trás, dando lugar a uma postura mais humilde e mais fraterna por parte de todos no partido.

Assim, pelo menos até agora, o tom das prévias tem sida a maturidade, do partido e dos candidatos, que está não só restaurando a unidade partidária do PT, mas, principalmente, aglutinando suas forças para o principal embate, que ainda estar por vir.

Nós do PT, que o somos o maior partido de esquerda da América Latina, temos, não só o desafio de disputar as eleições, mas a obrigação de lançar nosso melhor quadro na disputa, pois, sobre nós, reside a esperança da parcela mais sofrida da população. Esse momento é portanto, um dos mais importantes da nossa história, devemos  deixar as diferenças para trás a se nós concentrar na unidade a na busca da vitória.

Por fim, de minha parte, acredito que o companheiro Puty é quem reúne, nesse momento, as melhores condições de enfrentar as candidaturas postas e levar o PT à vitória. Mas, qualquer que seja o resultado das prévias, me subordinarei plenamente e estarei a disposição do partido para levar o nome escolhido.  

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