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quinta-feira, 6 de junho de 2013

O Pará voltou a liderar o ranking de desmatamento na Amazônia

O Pará voltou a liderar o ranking de desmatamento na Amazônia

No "Bom dia Brasil", jornal eletrônico da Rede Globo, Jalilia Messias, repórter da TV Liberal, confirma que o Pará foi novamente o campeão de desmatamento na Amazônia. Das 48 cidades que mais desmataram, 16 estão no Pará.

O Governo do Estado, infelizmente, vem perdendo muitas guerras que se propôs em palanque e no programa "Pacto pelo Pará". Desejaria estar aqui hoje comemorando vitórias, pois quando o Governo perde, quem perde somos nós, o povo; isto não é bom para ninguém.

Para diminuir o desmatamento, o Estado investiu muito no "Programa Município Verde", que é uma boa iniciativa, mas que precisa admitir que partiu da pergunta errada: Se Paragominas, campeão de desmatamento e assassinatos no campo, virou município verde outros municípios podem alcançar o mesmo status?

A experiência de Paragominas, está provado, não serve para o resto do Pará.

Paragominas, primeiro desmatou tudo que podia, e só depois, quando sua cobertura florestal originária estava em baixo, derrubada e transformada em fortunas individuais, muitas delas feitas no cano da espingarda e do revólver 38, com apoio de exímios pistoleiros a manejá-los, e que a economia chegou a uma encruzilhada, começando a corroer a poupança individual de empresários, foi que adotaram um modelo de salvação para os seus próprios negócios.

O novo projeto econômico de Paragominas não foi unanime. Uma significativa parcela dos madeireiros de lá, migrou e se distribuiu em vários municípios.

Alguns madeireiros foram para Tomé-açu, por exemplo, empregando ali a mesma forma de tratar a floresta que usavam em Paragominas. Lembro que o Prefeito e seu Pai, dois empresários do ramo da madeira, estão foragidos acusados de mandantes do assassinato de outro madeireiro, Luciano Capacio e do colega advogado Jorge Pimentel.

O "Programa Município Verde" tem metas que estão ficando longe de serem alcançadas; e não serão enquanto a pergunta inicial não for reformulada.

O Programa estabeleceu reduzir o desmatamento em duas etapas. Na primeira, seriam reduzidos 2.104 quilômetros quadrados até 2015. Na segunda, reduziriam 1.233 quilômetros quadrados até 2020. Os novos levantamentos do INPE comprometem as metas do Programa.

Um dos compromisso da Resolução COGES/PMV n.º 2012, a de número cinco, diz: "Não fazer parte da lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia".

O levantamento divulgado pelo INPE mostrou que dos 48 municípios que mais desmatam na Amazônia, 16 estão no Pará e muitos assinaram o termo de compromisso e até constam da propaganda que o Programa exibiu recentemente.

O "Programa Município Verde" funcionou em Paragominas por uma razão simples, ali não tinha mais o que desmatar. Para funcionar nos outros municípios, é necessário alterar o modelo de gerenciamento, o pacto, os investimentos e o foco. Inclusive atuar de forma preventiva.

Oriximiná é um município com 90% de cobertura florestal originária, ali o desafio de município verde é outro, diferente de Novo Progresso que está sobre pressão da indústria madeireira.

Os atores políticos, pensadores e planejadores do desenvolvimento paraense fracassaram - e olha que muitos deles estão ai apontando soluções milagrosas antes da década de 80 - não foram capaz de construir uma nova lógica diferente daquela inventada pelos militares. Mesmo os que dizem não agir por soluços, não param de singultar velhas soluções para novos desafios.

A hora talvez não seja priorizar o articulações ou lançamento de candidaturas a governador, quem quiser sair com seu nome até pode, não é proibido. Realizar debate de soluções sobre o futuro do Pará, parece ser a maior exigência da população.

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