Em encontro com premiê belga, presidente tratou de crise na zona do euro.
'Dificilmente se sai da crise sem aumentar o consumo', afirmou Dilma.
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (3), em Bruxelas, na Bélgica, que medidas drásticas de ajuste fiscal podem "aprofundar" a estagnação da economia.
"A nossa experiência demonstra que, no nosso caso, ajustes fiscais extremamente recessivos só aprofundaram o processo de estagnação, perda de oportunidades e desemprego", disse Dilma durante declaração conjunta ao lado do primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme, no Palácio de Egmont, sede do governo belga.
A presidente citava a experiência do Brasil vivida durante a crise da dívida dos países latino-americanos da década de 1980.
"Dificilmente se sai da crise sem aumentar o consumo, o investimento e o nível de crescimento da economia", concluiu a presidente.
A presidente afirmou que está tomando as medidas necessárias para reduzir o impacto da turbulência econômica na economia brasileira. “O Brasil está tomando todas as providencias para diminuir um eventual impacto do aprofundamento da crise sobre sua economia.”
Dilma e Leterme discutiram sobre a crise da dívida soberana da zona do euro, a economia global e energia nuclear. Eles sinalizaram que Brasil e Bélgica devem cooperar na área de tratamento de resíduos nucleares e expandir as relações bilaterais.
Reforma da ONU
Na declaração à imprensa, Dilma também defendeu a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Eu agradeci muito ao primeiro ministro o apoio belga à reforma do Conselho de Segurança da ONU e à aspiração brasileira de um assento permanente”, afirmou.
Na declaração à imprensa, Dilma também defendeu a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Eu agradeci muito ao primeiro ministro o apoio belga à reforma do Conselho de Segurança da ONU e à aspiração brasileira de um assento permanente”, afirmou.
Dilma disse ainda que Brasil e Bélgica podem ampliar parcerias e citou oportunidades de investimento para empresas do país europeu. “Nos interessa também a participação de empresas belgas nos processos de seleção que nós teremos daqui para frente, notadamente, na área de satélites espaciais, especificamente satélite geoestacionário, também pela experiência logística da Bélica, na área dos portos, aeroportos e gestão de hidrovias.”
A presidente também convidou o premiê belga para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será sediada no Brasil em junho de 2012.
“Reiterei o convite ao primeiro ministro para participar da conferência sobre o clima, a Rio Mais 20. A Rio + 20 é um momento especial para que os povos olhem para a frente e discutam seu desenvolvimento com cada vez mais inclusão social e respeito ao meio ambiente”, disse.,
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Agenda
Às 20h (15h de Brasília), a presidente Dilma participa de jantar oferecido pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Às 20h (15h de Brasília), a presidente Dilma participa de jantar oferecido pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Dilma chegou na manhã de domingo (2) à capital da Bélgica, ponto inicial de um roteiro de sete dias no exterior que incluirá também visitas à Bulgária e à Turquia.
Na terça-feira (4), a presidente participa da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, que terá como ponto principal os debates sobre a crise e a questão do reconhecimento do Estado Palestino e das relações com Israel.
Segundo dados da Presidência da República, o Brasil é o quarto principal destino dos investimentos europeus, depois apenas dos Estados Unidos, Suíça e Canadá, com acumulado de mais de US$ 180 bilhões aplicados. Em 2010, os investimentos europeus no Brasil totalizaram quase US$ 9 bilhões, inferiores apenas aos valores investidos nos Estados Unidos.
Na visita, a presidente também pretende negociar o intercâmbio de estudantes brasileiros em universidades belgas, por meio do programa Ciência Sem Fronteira, além de firmar acordos nas áreas de transporte aéreo, políticas espaciais, ciência tecnologia e inovação, cultura e turismo.
Integram a comitiva da presidente os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação), Helena Chagas (Comunicação Social), Ana de Hollanda (Cultura) e Paulo Bernardo (Comunicações).
Bulgária
Dilma deve chegar na noite de terça (4) a Sofia, capital da Bulgária, país natal do pai da presidente. Pela primeira vez, ela visitará a cidade de origem da família Rousseff. A previsão é que Dilma chegue à capital búlgara, Sófia, na noite de terça-feira (4).
Dilma deve chegar na noite de terça (4) a Sofia, capital da Bulgária, país natal do pai da presidente. Pela primeira vez, ela visitará a cidade de origem da família Rousseff. A previsão é que Dilma chegue à capital búlgara, Sófia, na noite de terça-feira (4).
Após agenda político-econômica na quarta (5), a presidente visitará, na tarde de quinta-feira (6) para Gabrovo, cidade natal de seu pai, Pedro Rousseff, onde vai encontrar familiares e visitar o Museu de História Regional. Pela manhã, em companhia do presidente Georgi Parvanov, ela irá a Veliko Turnovo, onde visitará o forte da cidade e será homenageada em almoço oferecido pelo prefeito local.
"A visita da presidente à Bulgária terá um forte componente pessoal e emocional dados os laços familiares com a Bulgária", afirmou o porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena.
Além da visita a familiares, a agenda da presidente na Bulgária prevê encontros com o primeiro-ministro, Boyko Borissov. Eles deverão assinar acordos de cooperação nas áreas de aeronáutica e de veículos, para estimular o comércio entre os dois países. "Na área de aeronáutica, talvez uma presença maior da Embraer na Bulgária e talvez a possibilidade de ônibus brasileiros em comércio com a Bulgária", disse Baena.
Turquia
A viagem oficial se encerra com a passagem da presidente Dilma pela Turquia, onde ela terá na sexta-feira (7) a primeira reunião com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, reeleito nas eleições gerais turcas em junho deste ano.
A viagem oficial se encerra com a passagem da presidente Dilma pela Turquia, onde ela terá na sexta-feira (7) a primeira reunião com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, reeleito nas eleições gerais turcas em junho deste ano.
Na capital Ancara, Dilma participará de uma cerimônia de oferenda floral, no Mausoléu de Ataturk, e do encerramento do Encontro Empresarial Brasil-Turquia. Ela também terá reunião privada com o presidente turco Abdullah Gül.
Há previsão de uma cerimônia de assinatura de atos, de declaração à imprensa e de um participação em um jantar oferecido pelas autoridades locais. O retorno ao Brasil está programado para sábado (8).
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