Está se aproximando a hora de um segundo movimento de política econômica:o de expandir o crédito e aumentar os investimentos públicos.
Talvez alguns achem isso temerário num cenário de inflação ainda alta. Mas estes devem levar em consideração que tanto quanto o arrocho nas taxas de juros quanto os estímulos ao consumo têm um prazo de maturação que não é instantâneo.
Refletem-se, de imediato, mais no clima econômico do que nas decisões de investimento, consumo e emprego.
Semana que vem, a reunião do Copom deve estabelecer nova queda dos juros e o mercado já “precificou” isso, ou seja, já contabiliza seus negócios com essa perspectiva.
De outro lado, não houve um “estouro” na Europa – nem nos EUA – mas ambos seguem capengando e vão seguir assim por um bom tempo.
A recuperação do preço das commodities é pequena e já está plenamente compensada, por este aspecto, a variação cambial ocorrida desde o início de setembro, contra as previsões catastrofistas, como a gente cansou de falar aqui.
A presidenta Dilma Rousseff, hoje, voltou a bater insistentemente na tecla de que nossa maior defesa contra a crise é nosso mercado interno.
Reaquecê-lo, prudentemente, portanto, é indispensável na hora em que os indicadores de atividade econômica revelam sua retração. Você pode ver, no gráfico com os índices de atividade econômica apurados pelo Banco Central, que o processo da alta dos juros iniciado em janeiro foi produzir efeitos mais severos a partir de abril.
O próximo mês e dezembro são meses de entrada de recursos no consumo. Em janeiro, o reajuste do salário-mínimo em 14% também ajudará a elevar a demanda.
Não será bom que este momento encontre a indústria pouco mobilizada e pouco estocada.
A hora de mexer com os agentes econômicos chegou.
Foi a lição que Lula nos deu na crise de 2008, quando chamou a população ao consumo.
Por: Fernando Brito
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