Vale culpa câmbio por queda de 23% no lucro do 3º trimestre
MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
A mineradora Vale informou nesta quarta-feira que obteve lucro líquido de R$ 7,893 bilhões no terceiro trimestre de 2011, 23,2% abaixo dos R$ 10,275 bilhões registrados no segundo trimestre. O resultado é ainda 25,2% inferior ao de igual período de 2010, quando ficou em R$ 10,554 bilhões.DE SÃO PAULO
Já no acumulado de janeiro a setembro, a Vale obteve lucro líquido de R$ 29,459 bilhões, 46,8% acima dos R$ 20,068 bilhões verificados em igual período em 2010.
Segundo a companhia, "a depreciação do real frente ao dólar americano foi a principal razão para a queda do lucro líquido" no período.
"A variação monetária e cambial líquida causou um impacto negativo em nosso lucro líquido de R$ 4,071 bilhões no terceiro trimestre, contra um efeito positivo de R$ 848 milhões no trimestre anterior."
Reportagem da Folha de hoje diz ainda que diante da menor produção de aço e da crescente oferta de minério de ferro na China, os preços da matéria-prima no mercado à vista caíram cerca de 30% nas últimas seis semanas, o que também deve ter refletido nos resultados da Vale.
O custo de produtos vendidos (CPV) aumentou R$ 1,046 bilhão em relação ao último trimestre, chegando a R$ 10,443 bilhões. "Ao mesmo tempo em que não há dúvida que aumentos de custos se constituem em eventos negativos, o aumento foi relativamente pequeno diante de significativas pressões cíclicas de custos, o que reflete nosso compromisso com a maximização de eficiência", diz em comunicado.
RECORDES
Por outro lado, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi recorde no período, com R$ 16,1 bilhões, 1,2% acima dos R$ 15,9 bilhões no último recorde no terceiro trimestre de 2010 e 8,8% a mais do que o verificado entre abril e julho (R$ 14,8 bilhões).
A receita operacional totalizou R$ 28,629 bilhões, sendo a maior da história da Vale, um aumento de 11,8% em relação aos R$ 25,614 bilhões do segundo trimestre e 8,5% superior ao mesmo período de 2010.
"O aumento da receita reflete, principalmente, maiores volumes vendidos, que produziram efeito positivo de R$ 2,396 bilhões, essencialmente devido às crescentes vendas de bulk materials (minério de ferro, ferro ligas, carvão metalúrgico, entre outros) e metais base, que adicionaram R$ 1,346 bilhão e R$ 788 milhões, respectivamente", diz a nota.
Os investimentos atingiram US$ 4,5 bilhões, sendo US$ 3,5 bilhões gastos com desenvolvimento de projetos e pesquisa e desenvolvimento.
ACIONISTAS
A companhia informou também que a remuneração aos acionistas em 2011 alcançará US$ 9 bilhões, "uma cifra recorde, igual a três vezes o que foi pago no ano passado, o que implica em elevado dividend yield, recompensando, assim, os investidores que tem sofrido os efeitos de um fraco desempenho dos mercados de ações".
"Apesar do pessimismo sobre a macroeconomia nos mercados financeiros, permanecemos confiantes nos fundamentos de longo prazo dos mercados globais de minerais e metais e em nossa capacidade de continuar a gerar valor através dos ciclos de negócios", acrescenta.
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