BLOG DO VICENTE CIDADE

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Projeto Nacional - Economia não estagnou !!


Investimento: sinal que a economia não estagnou

Estamos lendo, todos os dias, as piores previsões de redução de crescimento da economia brasileira nos próximos anos.
É verdade que é praticamente impossível que repitamos, em 2012 ou 2013, o resultado de 7,5% de crescimento obtido em 2010, por um leque de motivos.
O primeiro deles é que não se parte, como ocorreu com o crescimento nulo do PIB em 2009, do zero, o que torna uma comparação direta enganosa. Se tomarmos os três últimos anos- 2008, +5,1%; 2009, -0,02% e 2010, + 7,5% – a expansão anual média do PIB brasileiro se situa na casa dos 4,1% . Um pouco menos, talvez, com a crise mundial e a demora dos resultados da queda dos juros, mas não muito. O crescimento da economia do país este ano segue dentro da média do período recente,e um período de perceptível expansão, como qualquer pessoa, por mais simples que seja, pode perceber.
Depois, o resultado se alcança dentro de um contexto de estagnação – e até retração, no segundo semestre – da economia mundial. Nem tão agudo quanto na crise de 2008, mas que tem sinais de ser mais prolongado e, ao contrário daquele, sem que os governos dos países centrais disponham de seus tesouros nacionais para socorrer com prodigalidade as economias enfraquecidas.
Por último, o rápido crescimento dos últimos anos agravam os gargalos estruturais de nossa economia e infraestrutura é um investimento público pesado e de longo prazo de concretização e, embora com todo os esforço que se materializa no PAC, não será em 12 ou 24 meses que teremos abundância energética, logística, de telecomunicações, etc…
Mas, ao contrário dos prognósticos sombrios, existe um indicador razoavelmente seguro do crescimento sustentado de nossa economia: o fluxo de investimentos estrangeiros diretos, ou seja, aquele que vem não para aplicações financeiras, mas para instalação e ampliação de empresas total ou parcialmente estrangeiras aqui localizadas, nem como para aquisições de ativos empresariais não-financeiros brasileiros; fábricas, empresas de serviços, agroindústria.
Este ano, como você pode ver no gráfico do post, a previsão é que se alcance um nível de investimento estrangeiro direto de US$ 64 bilhões, 32% acima do registrado no ano passado.
É um sinal muito forte de uma “aposta” na continuidade do crescimento da atividade econômica no país em geral e no consumou interno, uma vez que, essencialmente, o Brasil não é procurado como plataforma de exportações mundiais pelas grandes empresas, ao contrário dos países asiáticos.
A imprensa brasileira deu pouca ou nenhuma repercussão aos números divulgados na semana passada pela agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento, a Unctad, que deixa o Brasil como o segundo maior destino de investimentos entre os emergentes, perdendo apenas para a China.
Só experimentamos uma atratividade assim ao capital estrangeiro na época das privatizações, mas aquele investimento não produzia efeitos na expansão da economia – o que se chama, nos cálculos econômicos de “Formação Bruta de Capital Fixo”, um dos itens que compõem o PIB – porquie representavam apenas a aquisição de serviços e plantas industriais já existentes, semimplicar em crescimento real das atividades produtivas.
Agora a situação é completamente diferente, porque representa nova atividade. Vocês viram que a elevação – postergada agora para dezembro – do IPI sobre a importação de veículos apressou a decisão de diversas empresas de instalarem-se ou de expandir aqui suas atividades.
O mesmo ocorre com as empresas já instaladas aqui, nacionais e estrangeiras. Segundo o “Capital Confidence Barometer”, produzido este mês pela empresa de consultoria Ernst & Young, o número de empresas do (ou no) Brasil que pretendem ampliar seu tamanho nos próximos 12 meses subiu de 29% para 37% no últimos semestre. Só um por cento das empresas consultadas aqui diz estar preocupada essencialmente em sobreviver.
Traduzido de maneira mais direta: tanto do lado da produção quanto do lado do consumo, há apetite por crescimento no país. Se o apetite por juros do mundo financeiro, que opera por detrás dos pavores “inflacionistas” não prender de novo a roda da economia e se o cenário externo não for o de um profundo mergulho recessivo, a economia brasileira não terá solução de continuidade no ciclo de crescimento iniciado em 2004.
Mas, por incrível que possa parecer, não é esse o desejo de muita gente graúda do mundo do dinheiro.
Por: Fernando Brito

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