Quem já acompanha esse blog há algum
tempo, sabe que muitas vezes abordei aqui o tema da ALPA, sempre demonstrando
preocupação com a possibilidade, cada vez mais evidente, de que a Vale
paralisasse os investimentos na implantação desse tão sonhado pólo siderúrgico.
Eis que a agora a jornalista Franssinete publica em seu blog uma espécie de suposta “oficialização” de que a ALPA seria, de fato, paralisada.
Entretanto, infelizmente a
jornalista Franssinete, que julgo ser é uma pessoa séria, assimila uma versão
equivocada e manipulada do fato, ou seja, a versão tucana, que tenta credenciar
ao governo federal a desistência da empresa. Além do mais, querer transformar o deputado "sangue-suga" Raimundo Santos em grande liderança pela mobilização pró ALPA também é demais.
Mais uma lorota deslavada.
Dentre os argumentos informados,
ou melhor, inventados, estaria o suposto fato de que a Vale teria preterido o
Pará ao Ceará, o que é inverídico, já que a siderúrgica do Pecém foi anunciada na
mesma época que a ALPA, sendo, ambas, fruto de uma forte ação política do ex presidente
Lula junto à Cia, para que esta pudesse cumprir maior papel de agente do desenvolvimento
regional do país. (façam pesquisa no Google com o tema Pecém)
Contudo, quando a ex governadora Ana
Júlia e o ex presidente Lula impuseram a ALAP à Vale, com presidente Lula vindo
à Marabá para dar início as obras, os tucanos logo providenciaram uma versão de
que “a ALPA era inevitável”, “foi uma decisão técnica da Vale que nada teve
haver com política”, “a governada não influiu em nada” e por aí vai.
Ocorre que a coisa não era bem
assim, havia, além de uma forte decisão de governo um alinhamento de concepção
desenvolvimentista entre Estado e União, que convergia para criar as condição
necessárias para a atração da ALPA, que, todos sabiam, contrariava os
interesses da Vale, que nunca quis realizar esse o investimento.
A questão é simples: enquanto o
mercado internacional do aço está em baixa, o mercado das “commodities”
minerais se mantém em alta, apesar das oscilações.
A sociedade fez a opção de
retroceder com Jatene e esse é só um dos preços a ser pagos.
Ainda em 2011 a Vale
contingenciou os recursos para a implantação da ALPA, e o que fez o governador
Jatene? Estendeu tapete vermelho para o presidente da empresa e em seguida
passou a difundir a versão de que a paralisação do empreendimento era culpa do
governo federal que teria decidido não financiar as ações de derrocamento do
Pedral do Lourenço.
A obra do Pedral estava orçada em
algo próximo a R$ 500 milhões pelo Ministério dos Transporte, que estava sob
fogo cruzado, fazendo com que fosse considerada superfaturada. Além disso, a estratégia
do governo federal era repassar essa obra para a Vele, que revisada caiu para
cerca de R$ 300 milhões, pois, além de ser a maior beneficiada, esse valor não
representaria um impasse definitivo.
O governo do estado jogou contra,
ao invés de adotar postura de neutralidade e se colocar como interlocutor da
pendenga, optou por “comprar” o argumento da Vale, atirando contra a União. Não
obstante, o governador impôs um aumento da carga tributária para o setor
mineral, com a criação da taxa sobre a exploração, que tem efeito cascata sobre
a cadeia, criando um entrave à verticalização industrial.
É fundamental rechaçar essa versão
fantasiosa e cretina que os tucanos difundiram que retirou os méritos de Ana
Júlia e Lula quando trouxeram a ALPA para o Pará e que agora culpa a presidenta
Dilma pela paralisação do empreendimento. Lamentável !!
Nenhum comentário:
Postar um comentário