BLOG DO VICENTE CIDADE

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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

2013: A palavra é OTIMISMO !!


ECONOMIA

Nº EDIÇÃO: 795 | Especial: Brasil 2013 | 04.JAN.13 - 21:00 | Atualizado em 05.01 - 02:04

Otimismo renovado

Empresários e consumidores promoveram um freio de arrumação em 2012. Duas pesquisas exclusivas, feitas a pedido da DINHEIRO, mostram que ambos refazem seus planos para investir e consumir mais neste ano, sem cometer os erros do passado.

Por Carla JIMENEZ e Claudio GRADILONE
 
Assista à entrevista com a editora de economia, Carla Jimenez


Triscaidecafobia. Essa palavra, difícil de pronunciar, significa o pavor em relação ao número 13, uma espécie de emissário do infortúnio e do mal, nos quatro cantos do mundo. Para esse pessoal, portanto, o ano que se inicia é um prato e tanto para exercitar suas fobias. No entanto, no que depender das expectativas dos consumidores e dos empresários, os cultivadores dessa superstição terão poucos motivos para temer 2013. Apesar do número cabalístico, as pesquisas indicam que o cenário será bem mais benigno do que em 2012. Para o consumidor, o ano que passou foi um período de ajustes, um momento de aprender, da maneira mais difícil, que gastar além da capacidade traz consequências e dói na parte mais sensível do corpo humano: o bolso. 
 
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Assim, 2012 trouxe duas grandes novidades para o brasileiro, que começou a desfrutar do mercado de consumo na segunda metade da década passada: a chegada da inadimplência, e sua correção. “O consumidor viveu um grande freio de arrumação, em 2012”, diz Renato Meirelles, presidente do instituto Data Popular, especializado em consumidores da nova classe média, um contingente formado por 100 milhões de brasileiros. Segundo ele, a regra foi separar o décimo terceiro salário e quitar dívidas. “Agora, ele vai voltar a consumir.” A pedido da DINHEIRO, o Data Popular realizou uma pesquisa no fim do ano, em 54 cidades do País, com 1,8 mil pessoas, para mensurar quanto os brasileiros desse estrato planejavam consumir em 2013. 
 
O levantamento concluiu que a classe C deve desembolsar nada menos que R$ 1,2 trilhão neste ano, ou 20% a mais do que no ano passado, em compras de produtos e serviços em diversos setores. Alguns segmentos, como o de eletrônicos e eletrodomésticos, devem movimentar R$ 51 bilhões, mais que o dobro de 2010. A perspectiva anima empresas como a Whirlpool Latin America, dona das marcas Brastemp e Consul, que em outubro do ano passado anunciou a ampliação da linha de produção em sua fábrica de Joinville, em Santa Catarina. “Estamos confiantes de que 2013 será um ano muito bom para o mercado, e para nossas marcas”, diz João Carlos Brega, presidente da Whirlpool. 
 
No ano passado, a empresa contratou dois mil funcionários, e neste ano a previsão é de recrutar mais 500 pessoas, além de aumentar o número de lançamentos para ganhar novos clientes. Outra pesquisa exclusiva encomendada pela DINHEIRO, a cargo da consultoria americana de recrutamento Robert Half, concluiu que a postura predominante para este ano é a de um otimismo cauteloso. Em vez da euforia registrada no início de 2012, geradora de expectativas que acabaram frustradas pelo crescimento econômico fraco, os 294 empresários e executivos ouvidos no levantamento dizem acreditar que suas companhias serão beneficiadas por uma economia mais aquecida, em 2013, que confirme o cenário almejado pela presidenta Dilma Rousseff. 
 
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Dilma Rousseff, presidenta da República: "Quero um pibão grandão em 2013"
 
“Quero um pibão grandão em 2013”, disse Dilma no fim do ano passado. Mais do que isso, 60% dos empresários reafirmam a intenção de investir, especialmente em tecnologia e no aumento da produtividade. “A conclusão a que chegamos, olhando as intenções de investimento, é que os empresários vão continuar operando num mercado de trabalho aquecido e apertado, com dificuldades de contratação”, diz Fernando Mantovani, principal executivo da Robert Half no Brasil. Se representa um empecilho para os negócios, ao encarecer o custo da mão de obra, por um lado, o mercado de trabalho aquecido projeta um cenário de consumo pujante neste ano. É esse quadro que explica o otimismo elevado do brasileiro, como já havia sido captado, em novembro, por outra pesquisa do Data Popular. 
 
Nada menos que 81% dos entrevistados se mostram confiantes de que sua vida vai melhorar neste ano, a começar pela parte financeira. Livre do espectro do desemprego, o consumidor não hesitará antes de trocar de carro, equipar a casa ou adquirir um imóvel – esse último item com ajuda dos bancos. “O grande vetor de crescimento do setor financeiro nos próximos anos serão os empréstimos imobiliários, que ainda têm muito espaço para crescer”, diz Marcial Portela, presidente do Banco Santander Brasil. “Esse será o grande negócio para os bancos.” A classe C deve liderar a compra de imóveis: das nove milhões de unidades previstas para 2013, 54% estão sendo cobiçadas por essa faixa de consumidores, segundo o Data Popular. 
 
Oferecer condições interessantes para conquistar esse cliente é a grande tarefa das empresas em 2013. Pelo menos 30 milhões dos que ascenderam à nova classe média nos últimos anos vivenciaram e desfrutaram um período de crescimento exuberante do crédito. Como consequência dessa falta de traquejo com a gestão das dívidas, suas contas bancárias acabaram tingidas de vermelho. Para evitar as armadilhas da inadimplência, o consumidor começa a mudar a postura na hora de comprar. “O brasileiro superou a euforia dos últimos anos e passou a fazer compras de forma mais racional”, diz Renato Meirelles. Leia, nas próximas páginas, a estratégia das empresas para conquistar o coração e o bolso desses novos clientes – e o que estes últimos pretendem fazer com o seu rico dinheirão.
 

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