BLOG DO VICENTE CIDADE

Este blog tem como objetivo falar sobre assuntos do cotidiano, como política, economia, comportamento, curiosidades, coisas do nosso dia-a-dia, sem grandes preocupações com a informação em si, mas na verdade apenas de expressar uma opinião sobre fatos que possam despertar meu interesse.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eleitorado de Belém está guinado à direita.

Mais uma vez estamos diante de um novo triunfo da ‘demotucanalha’ em Belém, o que na prática representa, em minha avaliação, que o eleitorado da capital, majoritariamente, deu uma guinada à direita.

Aos apressados, é bom que se diga, isso pouco tem haver com a derrota do PT em 2010, pois, esse fenômeno já vem ocorrendo desde 2002, quando a companheira Maria foi derrotada pelo Jatene na disputa para o governo do estado. Já em 2004, ocorreu a ascensão da primeira versão da “União”, que elegeu Duciomar Costa prefeito e, desde então, a esquerda vem acumulando derrotas na capital, inclusive para eleição presidencial.

No meu ponto de vista, acredito que esse fenômeno se deve a alguns fatos que caracterizam a cena política em Belém:

1) A união inabalável de interesses econômicos entre a direita, a imprensa e o judiciário, que cria uma redoma em torno de suas gestões, impedindo que seus malfeitos sejam amplamente conhecidos pela sociedade;

2) Manipulação da verdade com a prática de propaganda ‘nazista’, a partir do uso indiscriminado do dinheiro público e facilitado pela compra do silêncio da imprensa e do judiciário, o marketing tucano vem criando uma falsa imagem de austeridade e competência, que, aos pouco, a sociedade veio absorvendo;

3) Competente marketing eleitoral, que é também um dos elementos chaves da consolidação da tucanalha em Belém, pois é inegável que a propaganda eleitoral consegue atingir as camadas menos favorecidas da sociedade e esta acaba ignorando o fato de que se trata da “elite” se apropriando do estado, inclusive pela manipulação das massas de excluídos. Ou seja, em outras palavras, o marketing eleitoral tucano aprendeu a chegar no ‘povão’ sem ser demasiadamente demagógico a ponto de perder o apoio da classe média.

Eis pra mim, o ‘nó górdio’ dessa questão: a consolidação da hegemonia da ‘demotucanalha’ em Belém se dá muito mais pelos métodos de sua própria construção, do que necessariamente por equívocos da esquerda, embora que estes ocorram.

Há de ressaltar que esta já é a terceira eleição em quatro, e a segunda consecutiva, em que esse resultado se repete, demonstrando um limite em torno de 45% do eleitorado de esquerda da capital ou 100.000 votos a menos que os amarelos.

Essa compreensão, ou avaliação, melhor dizendo, foi um dos motivos que me fez aderir à campanha de Edmilson. Eu achava importante que o representante da esquerda alcançasse, pelo menos, esse patamar, que considero o limite da esquerda em Belém, pois esse voto não pertence a um candidato, mas, como disse, a um seguimento.

Vale destacar que a entrada de Lula e Dilma na campanha, como expoentes da adesão do PT, foi, ao meu ver, o elemento que conseguiu estabelecer esse patamar, caso contrário, o isolamento da candidatura do Psol não permitiria ao Edmilson alcançar esse limite e a derrota certamente seria acachapante.

Portanto, temos neste momento o que podemos dizer o auge da ascensão dos tucanos, pois, mesmo nos 12 primeiros anos de sua hegemonia no estado, os tucanos ainda não tinham governado Belém, fato que ocorrerá, pelo menos nos próximos dois anos.

3 comentários:

  1. Já expus meu ponto de vista aqui neste espaço democrático. Vou repetir:
    Em resumo, o paraense e o belemense, em especial, ainda não tem a consciência política necessária para neutralizar a propaganda da direita, da forma como o fez o eleitor paulistano agora em 2012.
    Lula e o PT entraram tarde no apoio ao nome da esquerda que mais tinha chance de ganhar as eleições. Teriam de ter feito isto desde o início, não obstante o radicalismo (vamos dizer assim) do PSol.
    Tendo optado por candidato próprio, o nome (com todo respeito a Alfredo Costa e ao professor Mário) tem de ser de impacto (justamente pelo fato de o povo, por não ser suficientemente politizado, ainda se impressionar com o nome e não com o projeto).
    Para 2014, vamos ver se o PT paraense aprende.

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  2. Cidade,vamo colocar os devidos pingos nos Iiiiis:
    1)O PT ao governar o Pará,com um planejamento pra 20 anos,isso na mente de alguns que entendem de planejamento e sabem ao menos o que é isso,se viu numa sinuca,ao ter que optar em governar a longo prazo e ao mesmo tempo dar respostas imediatas a uma sociedade abandonada em suas necessidades básicas,principalmente a agua. foi feito um planejamento pra se expandir esse fornecimento,por exemplo,mas o que se viu foi um verdadeiro desastre,onde se privilegiou a candidatura, a obra concluida.
    2) a Cereja do bolo deste planejamento seria a copa do mundo,delegada a uma senhora de cunho direitista e que ao meu ver não sabia onde o jogo deveria e estava sendo jogado. Ana Julia perdeu seu governo ai neste momento. Ela,Ana Julia, deveria estar na cola do Lula pra essa sede ser aqui e não em Natal.
    3)Perdida a copa,vieram as mais diversas crises (de governo;financeira mundial;de aliança) e com isso o renascimento e fortalecimento destes que agora estão ai a mandar no Estado e nas cidades polos deste estado. Erros que levaram esta população ai(inclusive a da Pratinha,Bengui e adjacencias onde o governo Ana Julia mais executou obra na região metropolitana) a voltarem a acreditar em suas bandeiras.

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  3. É só comparar as obras do Edmilson com as do Duciomar, as do segundo apareceram mais. A outra coisa é a campanha, Duciomar só perdeu eleição para o Edmilson, as outras ele sempre ganhou , BOA CAMPANHA. Uma coisa que ficou evidente no caso de 2012 é que o candidato Edmilson se mostrou um pouco perdido e sem aquela gana e energia que tinha quando foi leito prefeito, sempre mostrando as coisas ruins do outro candidato e perdendo o tempo de Tv com isso.

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