É surpreendente? não. Corriqueiro.
Pois é, infelizmente a corrupção no Brasil está estruturada nas entranhas da formação do poder político, ou seja, não é o Estado em si que é corrupto por natureza e sim a forma de acesso a ele. Sendo assim, podemos entender a corrupção na política brasileira não como fim, mas como meio, de tal forma que não rouba para "ganhar" o poder do Estado, se chega ao Estado para roubar.
É importante ressaltar a referência ao Estado e não ao governo, entendo por Estado todos os poderes que o compõe. Notem por exemplo que o senador Demóstenes é integrante de carreira do Ministério Público e, de acordo com a reportagem da revista época O alvo deles era Dilma - ÉPOCA | Tempo a intenção da quadrilha comandada por Carlinhos Cachoeira era fazê-lo ministro do STF.
Vejam abaixo, por exemplo, como a wikipedia apresentava o falsário e como parecia que o objetivo da quadrilha seria facilmente alcançado, bastava que um dia a atual oposição voltasse ao poder da República.
Biografia
Nascido em Anicuns, um município no interior goiano, Demóstenes Torres formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás[1] e é integrante concursado do Ministério Público de Goiás desde 1983. Foi Procurador-Geral do órgão antes de ocupar o cargo de Secretário de Segurança Pública, entre 1999 a 2002, no governo de Marconi Perillo[1].
Filiado ao DEM, foi eleito senador da República em 2002 com 1 239 352 votos. Concorreu ao governo de Goiás em 2006 mas obteve apenas 3,5% dos votos, ocupando a quarta posição. Desde fevereiro de 2009 é presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a mais importante Comissão da Casa.
Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.[1]
Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Demóstenes Torres participou do I Congresso Mestiço Brasileiro, promovido peloNação Mestiça em Manaus, capital do Amazonas, em 20 de junho de 2011, onde discutiu temas como o Estatuto da Igualdade Racial e o sistema de cotas em universidades públicas.[2]
Assumiu em março de 2011 a liderança da bancada do Democratas no Senado, substituindo José Agripino Maia.[3] Em 15 de julho de 2011, Demóstenes casou-se com a advogada Flávia Coelho.[4]
[editar]Relação com a máfia dos caça-níqueis
Em março de 2012, conforme apurado nas investigações da Operação Monte Carlo, a Polícia Federal revelou que Demóstenes Torres tinha ligação comCarlinhos Cachoeira, pivô do escândalo que ficou conhecido como "máfia dos caça-níqueis" em Goiás, em 2004. Demóstenes negou que tivesse negócios com Carlinhos, a quem chamou de "empresário", e justificou as 298 ligações telefônicas como "uma grande amizade". Ele afirmou ainda que não sabia do envolvimento de Carlinhos com a máfia dos caça-níqueis.[5][6][7].
No dia 23 de março de 2012, a imprensa noticiou que gravações da Polícia Federal revelaram que o senador Demóstenes Torres pediu dinheiro e vazou informações de reuniões oficiais a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Relatório com as gravações e outros graves indícios foi enviado à Procuradoria-Geral da República em 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, não tomou qualquer providência para esclarecer o caso.[8]
[editar]Constrangimento na OAB
Demóstenes foi o relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal que resultou na Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados e daqueles que renunciam a mandatos para não serem cassados. Por conta desta atuação, Demóstenes foi convidado para redigir o prefácio de um livro editado pela OAB em comemoração à Lei da Ficha Limpa, em2010. No prefácio, Demóstenes elogia a atuação da OAB no processo de aprovação da lei e afirma que há uma quantidade de "bandidos abrigados na vida pública".
Após a divulgação dos escândalos, o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, pediu a renúncia imediata de Demóstenes como uma "atitude moral" e manifestou constrangimento:[9][10]
Aquilo foi feito dentro de um momento em que ele foi o relator da Ficha Limpa no Senado. Ninguém tinha idéia do que estava acontecendo. O que foi feito, foi feito. Não há o que mexer. Nas novas edições, certamente essa questão vai ser observada.
Portanto, mais do que apurar, punir penalmente, execrá-lo imediatamente do Senado da República, o que for, é fundamental que as instituições do país, incluindo os partidos de esquerda, comecem a trabalhar para conscientizar a sociedade da necessidade imperiosa de uma reforma política no Brasil.
Não podemos mais ficar tolerando que nosso sistema político seja o responsável pela criação das maiores quadrilhas de malfeitores do país e que os recursos públicos funcionem como molas impulsionadoras da formação de grandes cartéis de mafiosos.
É preciso mudar urgentemente essa realidade. O Brasil precisa de uma reforma política que inverta esse quadro. Na disputa política o Estado tem que ser o fim e não meio. A disputa do Estado tem que ser programática, para isso, é preciso criar partidos fortes, alinhavados a causas sociais claramente identificadas pela sociedade.
Outro elemento fundamental que merece esclarecimentos à sociedade é quanto ao financiamento público das campanhas. Essa é uma condição importante e as pessoas precisam saber que melhor aplicar recursos públicos nas campanhas, do que permitir que políticos sejam eleitos com o financiamento de dinheiro sujo e usem seus mandatos para fins escusos, tal qual estamos, de novo, assistindo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário