Empresa de secretário do Pará faz exploração ilegal de madeira - O Globo
A PF vai abrir inquérito para apurar o caso; operação foi planejada após denúncia no Incra
CAROLINA BRÍGIDO
Publicado:21/12/11 - 18h43
BRASÍLIA - Uma operação conjunta da Polícia Federal, do Incra e do Ibama descobriu a extração ilegal de madeira no Assentamento Abril Vermelho, no município de Santa Bárbara do Pará. Na segunda-feira, foram apreendidos tratores, motosserras e um caminhão. Dois assentados foram detidos para prestar esclarecimentos, mas acabaram liberados. Nesta quarta-feira, a equipe voltou ao local e verificou que a atividade continuava. Foram apreendidas mais máquinas. Um assentado foi preso por desacato a autoridade. A PF vai abrir inquérito para apurar o caso.
As máquinas são do Grupo Rosa Indústria Madeireira, de propriedade de Shydney Jorge Rosa, secretário de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção do governo do Pará. Procurado pelo GLOBO por meio de sua assessoria de imprensa, o secretário não se manifestou.
Segundo o Incra, parte das máquinas apreendidas estavam no lote ocupado pelo assentado que foi preso. Ele alegou que o lote era dele e, portanto, não seria necessário obter licenciamento da Secretaria de Meio Ambiente para fazer a exploração de madeira. No entanto, o Incra argumenta que a propriedade não foi titulada, e permanece em nome do órgão.
O Incra informou que vai cancelar o contrato de concessão de uso dos assentados que incidiram no crime ambiental. Até agora, as infrações são atribuídas ao assentado preso nesta quarta-feira e aos dois detidos na segunda-feira. Os três lotes serão destinados a outras famílias. O Incra acredita que o número de lotes destituídos dos atuais usuários pode aumentar após as investigações da PF.
O assentamento tem 6.803 hectares e foi criado em novembro de 2009 para atender 370 famílias de agricultores. A área desapropriada era uma fazenda que cultivava dendê e paricá, um tipo de madeira usado na fabricação de laminados.
A operação foi planejada a partir de uma denúncia ao Incra. Segundo as informações passadas ao órgão, o Grupo Rosa estaria extraindo e comercializando a madeira dos lotes desde o dia 12 de dezembro. O Incra estima que cerca de 200 metros cúbicos de paricá já foram extraídos em uma área de 1 hectare. O valor da madeira cortada chega a R$ 100 mil.
Segundo relatou o Incra, a defesa do Grupo Rosa alega que solicitou à Secretaria de Meio Ambiente autorização para extrair a madeira, com base em legislação estadual. O Incra explicou que qualquer atividade produtiva nos lotes só poderia ser feita após a conclusão do Plano de Desenvolvimento do Assentamento, atualmente em fase de elaboração.
Novamente o silêncio da mídia paraense! Enquanto o secretário Sidney Rosa esta envolvido com extração ilegal de madeira em assentamento, mesmo contando com facilidades da SEMA,nada se divulga do criminoso. Alias este mesmo secretario ja foi estava envolvido com denuncias de trabalho escravo. O tucanato só tem desses, o homem é perigosíssimo! E a mídia....nada!
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